segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

TÁ SE ACHANDO!



  
  Poncion Rodriges
  Coração velho de guerra, eu vou te dar um conselho.
Acho bom se comportar, pois se não bater direito,
Não vai haver outro jeito.
Eu te expulso do meu peito e boto outro em teu lugar.
Tu te achas importante, pois fomos crianças juntos.
Sofreste com meus amores e te alegraste também.
Mas não é por tudo isso, que nessa altura da vida,
Vens me fazer peraltices e eu vou dizer amém!
É a última vez que eu digo:
Se queres ser meu amigo, tu me trates com carinho!
Nós estamos no natal, não fibrila e não enfarta...
Bate bate de mansinho, e, até pelo amor de Deus,
Me deixa tomar meu vinho!
Volta a ser o que era antes, seja um coração decente,
Senão eu chamo o Antenor, que, atendendo ao clamor, vai te enfiar outro “stent”!
Seu bosta!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O FIM ESTÁ PRÓXIMO, IRMÃOS!





A. J. de O. Monteiro
                Há 65 milhões de anos, diz uma teoria científica – a mais aceita – um enorme meteoro colidiu com a Terra, mais precisamente na região de Golfo do México, desencadeando uma série de fenômenos naturais como terremotos, maremotos, tsunamis, erupções vulcânicas, além de envolver o planeta com densa nuvem de poeira que impediu a penetração dos raios solares por um longo período, o que provocou uma ruptura na cadeia alimentar e consequentemente a morte dos grandes répteis então existentes, os dinossauros e de quase todas as espécies de então.
                Milhões de anos mais tarde, com a natureza refeita e sob o domínio humano, Deus chamou Noé e disse-lhe que construísse uma arca grande o suficiente para caber nela toda sua casa – seus filhos Sem, Cão e Jafé, sua mulher e as mulheres de seus filhos – e um casal de cada animal existente na face da Terra, pois faria chover durante 40 dias e 40 noites. Pretendia o Criador refazer a humanidade, livrando-a dos corruptos, dos impuros e dos infiéis. Escolheu Noé e sua família, por serem puros, para dar origem a todos os povos a partir de então. Foi a primeira faxina étnica de que se teve notícia. Mas, mesmo assim, não obteve êxito. Desde então centenas de milhares de gerações se passaram trazendo com elas centenas de milhares de corruptos, impuros e infiéis. Creio que nem uma hecatombe nuclear extinguirá tais seres, eles e as baratas sobreviverão.
                Mas, como se vê, nenhum dos dois eventos – um natural e o outro decorrente de desígnios divinos – se constituiu em “fim do mundo”, como apregoado no apocalipse, com a humanidade sendo chamada à presença do Criador para dar conta de suas ações e receber as glórias ou os castigos merecidos.
                O homem, no entanto, não se dá por satisfeito e vive rebuscando no passado evidências para preconizar o “fim do mundo”. Recorre à escritos e escrituras. Relata visões e desenvolve teorias místico-científicas prevendo o termo final: hecatombes naturais, colisões de corpos celestes com a terra, pandemias e outras que tais inventadas por espertalhões que buscam benefícios pessoais, principalmente econômicos, através do domínio de mentes frágeis (idiotas, mesmo!)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O BRASIL ESTÁ NU!




Manoel Emílio Burlamarqui de Oliveira
      
      Até que enfim! Agora, não dá, mais, para continuarmos só, rolando, na Sapucaí, fantasiados e idolatrando nossa cultura, coitada, nunca levada a sério; só, rolando, nos campos de futebol, aprestando tatus-bola de nomes esquisitos, pra não dizer imorais, só, correndo, atrás de Timões e Timecos, feitos loucos, ou imbecis?; só, rolando, nos palcos de nossos representantes vereadores, deputados, senadores, assistindo como brincam com nossa dignidade, quando dá pra pegar "um por fora" das catadupas e cachoeiras que serpenteiam, abrindo caminhos e enfeitando os palácios de Brasília e dos estados brasileiros; só, rolando, e se ufanando com Bilac, e com o "rouba, mas faz", com o "ame-o ou deixe", do Médici, com o "negócio" do Gérson, com os "vagabundos" do FHC, com os "não sei de nada" do Lula, com o "nada mais posso fazer da Dilma"; só, rolando, no picadeiro, como palhaços, (e otários) deste Grã Circo brasileiro, para gáudio dos Senhores do Poder e dessa Mídia, que, por mais que se perfume, fede de longe!
      Abriram-se as cortinas do passado! O Supremo Tribunal Federal, com tudo de bom que tem por lá, e do que não presta, também, ousou julgar o tal "mensalão" e abriu a mala preta do Poder! Uma mala que não tem fundo, onde devem caber Presidentes, Congressistas, Ministros (até do próprio STF), Banqueiros e outros que tais...vai ver, que não vão, mais, soltar, as personagens maiores do mundo do crime, como já o fizeram, até há pouco tempo...mensalões, mensalinhos, privatarias, piratarias, o diabo a quatro, como falava minha avó...É isso mesmo, meu povo, agora, que desnudaram o poder, vamos aproveitar e gritar para que acabem com a corrupção, antes que ela acabe conosco! Pois, ela, é igual à saúva...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

NATAIS



Poncion Rodrigues

Naquele tempo era assim; o Natal tinha um cheiro e aquele cheiro era portador da melhor das fantasias que inebriava a ansiedade infantil de cada um de nós. Rua Elizeu Martins, nº 1703, a felicidade morava ali, onde também se alimentava e descansava Papai Noel, no fim da estafante expedição ao redor do planeta, no nobre sobe-e-desce da entrega de presentes para as crianças do mundo. Nas manhãs de vinte e cinco de dezembro a infalível chuva da noite e madrugada havia deixado úmidas as ruas calçadas (sem asfalto) de então, e o aroma bom da terra molhada era gulosamente aspirado por mim.
                Em algum momento da vida ELE desistiu; talvez por puro cansaço, senilidade, decepção com os adultos ou falta de credibilidade, que fora o combustível de sua encantadora existência. Foram anos de tristeza e natais etílico-gastronômico, até a sequência de nascimento dos meus filhos, que em número de cinco trouxeram de volta a mágica do verdadeiro embaixador do menino Jesus.
                Papai Noel havia voltado! E trazia consigo a fantasia que ele salpicava pela sofrida terra dos homens. Hoje, num mundo técno-cibernético do pragmatismo insensível, o bom velhinho é personagem coadjuvante de campanhas publicitárias. Descaracterizou-se até no volume corporal: sai o gordo de bochechas rosadas e terno sorriso; entra o magro de sorriso e barba falsos, trenó de shopping center e inimigo da ternura.
                Na revista “Seleções do Reader’s Digest” , edição de dezembro de 1951 (isso mesmo, dezembro de 1951), um breve conto de natal relata a história de um funcionário dos correios em certa cidade inglesa, cujo espírito mutilado pela morte de um filho ainda criança, foi resgatado da escuridão do desespero por uma carta ao Papai Noel, escrita singelamente por sua filha sobrevivente que pedia ao bom velhinho paz de espírito para seu pai.
                A fantasia se alimenta da pureza das crianças.
                Nesse contexto já necessito de um neto ou neta que traga de volta a fantasia do Natal à minha vida, antes que a demência da velhice me mergulhe na inevitável obscuridade do limbo, entre a existência real e o desconhecido.
                Pelo menos neste mês, viva o espírito de Nata, viva sempre o recém-nascido Jesus e viva, pela eternidade, aquele velhinho glutão e simpático que não quero aprisionado nos tempos longínquos da minha infância.
                Feliz Natal para aqueles que ainda conseguem sonhar com guizos e renas aladas! Feliz Natal também para as pobres criaturas que veem na data apenas um feriado a mais; afinal os pobres de espírito são, como toda a humanidade, merecedores da paz de Jesus.

Nota do Postador: Crônica escrita em dezembro de 2005. Hoje o autor já desfruta do amor de quatro netos e um quinto está a caminho.                 

FELIZ 2015






UM FELIZ NATAL PARA TODOS E QUE 2015 SEJA UM PERU RECHEADO DE PAZ, AMOR, SAÚDE, FELICIDADE E MUITO DINHEIRO NO BOLSO!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

REVESTRÉS



Wilson Seraine

Ariano Suassuna, que dispensa apresentações, sempre, quando alguém fala em cantoria, remete-se ao cantador piauiense Domingos Fonseca, considerado, ainda hoje, o maior de todos os tempos na arte. Esse cantador, depois de ser chamado de negro e pobre, fez uma sextilha, citada por Suassuna como uma das grandes:

Falar de pobreza e cor
É um grande orgulho seu
Morra eu e morra o rico
Enterrem o rico e eu
Que depois ninguém separa
O pó do rico do meu

Negro e pobre na década de 1910, era quase pedir pra morrer, como de fato acontecia com frequência no sertão nordestino. Mas, vai que nasce um indivíduo com estas três características negro, pobre e sertanejo que vingou, contrariando as estatísticas (acho por que era sexta feira 13).

Nascido no longínquo Exu, terras povoadas pela tribo da nação Cariri, os Ançus, daí a origem do nome da cidade, Gonzaga teve a infância como toda crianças pobre do sertão, brincadeiras e trabalho na roça. Mas um diferencial o acompanharia por todo o tempo, seu Pai, Januário.  Seu Januário era tocador, afinador e consertador de fole, assim com interesse próprio, o menino Gonzaga começo muito novo na arte da música. Aos doze anos já tocava sozinho nos “sambas” da região. Adolescente, fugiu com vergonha de uma surra que levou dos pais. Foi para o Exercito em Fortaleza, quase dez anos depois, já fora do Exercito, tenta a vida tocando nos cabarés. Parece comum esta história para muitos nordestinos, mas Luiz Gonzaga mostrou que era diferente.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

IGNORÂNCIA E CULTURA





Manoel Emílio Burlamarqui de Oliveira
Quando cheguei a ZÉ DOCA - Ma. sede do Projeto de Colonização do Alto Turí, iniciado pela SUDENE, antes do Golpe Militar de 64, paralisado por esse Golpe, e reiniciado em 1972/73, participei, como Coordenador daquele Projeto, já então, a ser executado pela recém-criada Companhia de Colonização do Nordeste (COLONE), do processo seletivo dos futuros colonos, que, entre outras benesses, receberiam um lote de terras, com 50 hectares, assistência técnica, educação, saúde, e financiamento para suas atividades econômicas, via Cooperativa, já criada, quando da época da SUDENE, e posta em funcionamento com a criação da Colone.
Pequenos lavradores chegavam de quase todo o nordeste, advindos, a maioria, dos latifúndios, onde eram "moradores", "agregados" ou outro nome que se lhes davam, verdadeiros servos de patrões que eram como imagens dos senhores feudais da época do Descobrimento e continuístas dos donatários das Capitanias Hereditárias, que, vez por outra, ainda se encontram por este Brasil afora, principalmente, na nossa Amazônia, e alguns resquícios aqui, no nordeste.
Na esperança de serem donos de sua própria terra, de sua lavoura, de seus criatórios, ou seja, de, para ele, serem "libertos", faziam qualquer cousa para serem selecionados, agindo de acordo com sua "ignorância", ou sua "cultura", no exame médico, obrigatório, para evitar doenças contagiosas ou incapacidade para o trabalho.
Pais chegavam a bater nos filhos, para recolher fezes e urina, para os exames laboratoriais, como se não pudessem esperar a hora normal de suas "evacuações", com medo de perderem aquela oportunidade...

LIÇÃO GRAMATICAL




Isaias Coelho Marques


Um sinal
               longe

Vírgula
            entre nós

Dois pontos
                     eu e você

Ponto final
                   nós dois

Eternamente...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

OSCAR RIBEIRO DE ALMEIDA NIEMAYER SOARES FILHO




A. J. de O. Monteiro

Poema das Curvas (Oscar Niemayer)

"Não é o ângulo reto que me atrai,
nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem.
O que me atrai é a curva livre e sensual,
a curva que encontro nas montanhas do meu país,
no curso sinuoso dos seus rios,
nas ondas do mar,
no corpo da mulher preferida.
De curvas é feito todo o universo,
o universo curvo de Einstein."
            
              Nestes últimos trinta dias acompanhei pelo noticiário a evolução do estado de saúde de Oscar Niemayer com a certeza do irreversível e com a esperança dos sonhos que ele nos ensinou a sonhar. Em vão. No meio da noite passada, já sonolento, mas ainda com os fones de ouvido conectados ao rádio senti os sonhos se desfazerem pela voz embargada do locutor, sentenciando: “Morre no Rio, o arquiteto Oscar Niemeyer”. Demorei a dormir novamente tomado por uma retrospectiva pessoal que me fez passear em Brasília, onde vivi por 22 anos, revendo seus monumentos, criados pela genialidade do grande arquiteto.
            Deixei Teresina por força das circunstâncias do momento. Segui para Brasília tomado pelo medo do desconhecido e pela imagem negativa que se tentava passar da nova capital, principalmente a arrogante e ressentida imprensa carioca que tentava a todo custo mitificar Brasília como uma cidade desumana, sem alma, sem futuro e sem esquinas. Quem hoje pode desfrutar das famosas esquinas do Rio, em Paz?
            Desembarquei na Rodoviária do Plano Piloto no dia 30 de maio de 1973 e, assustado, olhei para os todos os quadrantes e vi horizontes; horizontes que ele, Oscar Niemeyer e Lúcio Costa deixaram livres como se dissessem ao Brasil: vai, teu futuro está logo ali, vai ao encontro dele!.
            Hoje, de volta a Teresina, vivo o futuro que conquistei em Brasília – modesto, em virtude de minhas próprias limitações, mas que não sei se alcançaria aqui, por força das circunstâncias.
            Por fim, encerrando esta minha homenagem ao verdadeiro gênio da raça que a partir de um sonho de Juscelino Kubstschek e ao lado de Lúcio Costa, Bernardo Sayão, Darcy Ribeiro e milhares de candangos, principalmente nordestinos, traçou não só uma cidade, mas um futuro para o Brasil e para os brasileiros, digo: Obrigado Oscar, teus tormentos não foram em vão.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

AS TÁBUAS DO ÓDIO





A. J. de O. Monteiro
                A saga do povo judeu é contada no velho testamento, pelos seus profetas. É uma narrativa tendendo ao épico, repleta de feitos heroicos, de superações e de resistência a toda sorte de perseguição e à escravidão. Essa saga todos conhecemos se não pela leitura do Velho Testamento, conhecemo-la através dos filmes hollywoodianos bancados pelos próprios judeus interessados em preservar sua história e firmar conceitos positivos no mundo atual, pós 2ª Guerra Mundial, holocausto e implantação do estado de Israel. Quem não se lembra do clássico “Os Dez Mandamentos”, de Cecil B. DeMille?
                Depois, quando o cristianismo se firmou como religião dominante, a história tomou outro rumo e os judeus perderam sua imagem épica e passaram a ser tratados como traidores responsáveis pelos martírios e crucificação do Messias – Cristo, que eles, judeus, não aceitam como tal. Nem os romanos, que condenaram Cristo à morte por crucificação e executaram a sentença, foram tão execrados por seus seguidores quanto os judeus.
                Dizem que a história ensina. Não acredito. Pois se ensinasse, os cristãos, tão perseguidos, torturados e assassinados de formas brutais em arenas romanas não teriam promovido a também brutal perseguição aos judeus através do Santo Ofício. Tão pouco os judeus que, escorraçados por Nabucodonosor - Rei da Babilônia – do Reino de Judá, viram-se dispersos pelo mundo, perseguidos e escravizados em diversos países no período que antecedeu Cristo. Depois do advento de Cristo e, como mencionei acima, com a prevalência do catolicismo no mundo, voltarem a ser perseguidos e condenados à morte em fogueiras caso não aceitassem o Cristo como o verdadeiro Messias filho de Deus. Nem assim houve aprendizado histórico. Também não houve com o holocausto na 2ª Grande Guerra onde, se diz, Hitler mandou matar seis milhões de judeus. Nada disso lhes ensinou. Hoje de perseguidos, passaram a perseguidores do povo palestino.
                Israel não aprendeu que a terra que lhe foi prometida não lhe foi dada por Deus, mas sim, pela Assembleia Geral da ONU. Essa mesma Assembleia que reconhece a Palestina com Estado Observador – tão somente – e que Israel solenemente ignora e, pior, adota medidas retaliativas contra aquele povo.
                Israel é hoje novamente protagonista e conta a história conforme sua visão e seus interesses com o beneplácito de uns, a omissão de outros (países) tentando firmar para o resto do mundo que todos os palestinos são terroristas ensandecidos e precisam ficar isolados, e sem identidade territorial. “Esquecem” quem foram Bem Gurion, Golda Meir, Moshe Dayan, Shimon Peres, dentre outros, nos anos que precederam a decisão da ONU.
                O novo profeta de Israel – Benyanim Netanyahu – demonstrando seu total desprezo pelas convenções e leis internacionais diz: “Não há decisão da ONU que possa romper 4.000 anos de vínculo entre o povo de Israel e a terra de Israel”.
                Vai profeta, sobe o Monte Sinai para receber as novas tábuas da lei. Nelas trarás insculpidos os dez mandamentos de Lúcifer. Teu trabalho será bem menos árduo que o de Moisés, pois contas com a tecnologia do raio laser.  

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012