terça-feira, 30 de julho de 2013

ESPERA



Isaias Coelho Marques

Em cada esquina minha,
deixei, esperando-a, beijos meus.
Nas ruas de minha solidão,
trafegava, único, seu coração.
Fui enchendo rios de espera...
Faltou-me o chão do absoluto
Mesmo assim resisti, resoluto,

Eis que um dia,
sem mais nem menos,
Ei-la derramando luz..

SONHAR É PRECISO




Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira
(Do livro De Corpo Inteiro)
A meu amigo Pádua Ramos
                Sonho com um mundo melhor. Um mundo sem crianças abandonadas, sem meninos de rua, sem adolescentes presos em “Casas de recuperação”.
                Sonho com um mundo melhor. Um mundo sem idosos abandonados, sem idosos confinados em “lares”, sem idosos dançando forró, (para gáudio dos “serviços sociais”,) em substituição à companhia de seus filhos e netos, que lhes dariam a felicidade de morrerem juntos de quem amam.
                Sonho com um mundo melhor. Sem fome, sem desabrigados, sem excluídos, sem explorados, sem perseguidos.
                Sonho com um mundo melhor. Sem crimes, sem crimes hediondos, sem crime organizado, sem bandidagem. Sem guerras, e sem lutas fratricidas.
               Sonho com um mundo melhor. Com povos que queiram construir, com gente que tenha esperança e não pense, apenas, em sobreviver, com gente que tenha amor e não pense só em si própria, com gente que enxergue os outros, e não, apenas, o seu umbigo.
              Sonho com um mundo melhor. Com organizações políticas, sociais, produtivas, que sejam dirigidas por representantes escolhidos por todos os que delas fazem parte, que tenham os seus rumos escolhidos por todos, que tenham os seus resultados distribuídos por todos, que, de fato, sejam de todos, e para todos.
             Sonho com um mundo melhor. Mas, não sou apressado, se bem que o mundo tenha pressa, não sou um imediatista, que queira as respostas já. Sou um lutador, procurando ver comparsas anônimos, mas esperançosos e atuantes, de uma luta, sem tréguas, pela sobrevivência de nosso mundo, enquanto não se extinguem as fontes dessa sobrevivência, pela cobiça desenfreada daqueles que já tem tudo, poder político e poder econômico, e, que querem mais e sempre.
Sonhar, EU preciso!

terça-feira, 23 de julho de 2013

JOAQUIM RAIVOSO NÃO CUMPRIMENTA DILMA EM RECEPÇÃO AO PAPA.



Pérolas da Tia Corina
                “O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, foi protagonista de uma cena extremamente deselegante na recepção ao papa Francisco no Palácio Guanabara.
                Ao final da cerimônia, durante os cumprimentos, Barbosa se despediu do papa e deixou a presidente Dilma Rousseff constrangida por não lhe dirigir sequer um olhar.
                Dilma ainda esboçou um gesto para cumprimentá-lo, mas Barbosa virou-se e foi embora. Percebendo a total falta de educação, a presidente se refez e manteve a compostura do cargo.”
Fonte: Jornal do Brasil on line.
MEU COMENTÁRIO:
                Isso demonstra falta de educação, burrice emocional e despreparo para chefiar um dos poderes da república. Era uma solenidade de recepção a um chefe de estado e o cumprimento seria apenas protocolar.
Obs.: a manchete não é do jornal.

sábado, 20 de julho de 2013

A INCÔMODA VISITANTE




A. J. de O. Monteiro
                Em nossa casa as coisas acontecem inesperadamente. Chego e ouço um miado, ou um latido novo, ou mesmo um trinado, ou qualquer outra “voz” animal, ou, ainda, um esvoaçar... que pra mim prenunciam trabalho, atrapalhos... E gastos.  Já tivemos aqui cães de grande porte, de pequeno porte; com pedigree, sem pedigree e vira latas; damas e vagabundos;  gatos e gatas. Pássaros? Sim, de todas as espécies. Todos de passagens efêmeras, pois os “donos” logo se cansavam da trabalheira e desistiam do “hobby” e eu me via livre do incômodo e dos gastos com rações e veterinários.
                Qualquer um que não me conheça, ao ler o parágrafo acima certamente pensará que sou um daqueles sujeitos ranzinzas que não gostam de animais. Não é verdade. Sou daqueles lúdicos que se extasiam e veem beleza nas mais simples manifestações do mundo animal. Sou daqueles que param para admirar um bando de periquitos gritando e voando em manobras desconcertantes parecendo obedecer a um comando como nas esquadrilhas de exibição. Perco horas observando o elegante e sereno voo de um urubu, que demonstra enorme precisão em utilizar as correntes de ar (na praia, então, é um “show”). Divirto-me com a bravura e o atrevimento do pequeno bem-te-vi escorraçando o gavião que, predador, ameaça seu ninho. Não tanto quanto gostaria vou pra beira do Parnaíba e fico horas na expectativa de ver descer das árvores um camaleão para desfilar no chão o seu gingado “malemolente”.
                Teresina, apesar do crescente desmatamento provocado pela especulação imobiliária, ainda nos permite desfrutar desses prazeres: alguns já rareando, como o belíssimo trinado do canário da terra; outros mais corriqueiros como o “fogo apagou” das rolinhas e dos sangues de boi; o piado do gavião espreitando caças e o indefectível “bem-que-te-vi” do bem-te-vi que anuncia com rigorosa precisão, tanto o alvorecer quanto o crepúsculo. São apenas pequenas amostras do que já foi uma fauna grande e diversificada. Por falar nisso, quem se lembra das pequenas e barulhentas marrecas-irerê, que, em determinada época do ano, faziam de Teresina uma escala em sua rota migratória?

sexta-feira, 19 de julho de 2013

PLEBISCITO



(*)Ferrer Freitas
              Plebiscito é a palavra da moda.  A mais pronunciada de quantas são originárias da “última flor do Lácio”, tudo por conta das manifestações de rua que pegaram todos de surpresa.  E imaginávamos que o país vivia na mais absoluta normalidade, num sétimo céu, expressão que no Islamismo significa “paraíso”.  De repente, como um tsunami, ocorre o que ninguém mais esperava o povo nas ruas a bradar contra a falta de saúde, educação, segurança, transporte, de tudo enfim.  Pegou o governo de calças curtas, para usar uma expressão tão ao gosto de todos. Não lembro, no entanto, de nenhuma faixa pedindo a realização de um plebiscito. Mas, o governo acha que é a saída, o que me fez lembrar do conto de mesmo nome do maranhense de São Luís, Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo, mais conhecido por Artur Azevedo, dramaturgo, contista, poeta e irmão do também escritor Aluízio Azevedo, autor, entre outras obras, de “O Cortiço”.
             O texto é de 1890 e narra, com fino humor, o alvoroço criado em roda familiar a partir de pergunta feita ao pai por filho para saber o significado de plebiscito. A cena é passada logo após o jantar, o homem ainda palitando os dentes, conforme o autor. Sem saber a reposta, faz de tudo para se livrar do incômodo, simulando até uma soneca, o que leva a esposa a reclamar ser inadmissível aquilo. O jeito foi, tentando demonstrar certa irritação, passar da sala para o quarto, o que foi de extrema valia, pois logo encontrou um dicionário, certificando-se imediatamente do significado da palavra que repassou a todos sem dar nenhuma pista, voltando à sala: “Plebiscito é uma lei decretada pelo povo romano, estabelecido em comícios”. E acrescentou ainda, com ar superior: “uma lei romana, percebem? E querem introduzi-la no Brasil. É mais um estrangeirismo”.
            Pois bem. As manifestações de rua, muitas, lamentavelmente, infestadas de vândalos e saqueadores, levou nossa presidente a convocar todos os governadores e prefeitos de capital para reunião que resultou, sem que muitos entendessem, na realização de um plebiscito, já valendo para a eleição de 2014. Antes, aventou-se a possibilidade de uma constituinte, sugestão logo deixada de lado. Mas, afinal, o que tem a ver a decisão tomada com os protestos?  O que menos ouvi foram palavras de ordem clamando por reforma política, que, diga-se, é necessária, mas não com a urgência que se quer dar ao assunto.  E tem mais, segundo juristas e cientistas políticos, a consulta plebiscitária tem que ser, antes de tudo, binária. Em outras palavras, “sim” ou “não”. E não é isso que se pretende fazer, pelo andar da carruagem. A proposta, parece, é mais para deixar a população atônita, sem reposta, tal qual ficou o personagem do primoroso conto de Artur Azevedo.  

             (*) Ferrer Freitas é do Instituto Histórico de Oeiras

TEU SILÊNCIO



Isaias Coelho Marques

Teu silêncio me diz
dos segredos que nunca contaste.

Haverá uma grande loucura?
Um grande êxtase?
Um amor perdido?

Teu silêncio paira
sobre nossos corpos.
Abre minha garganta
o teu silêncio,
para que eu te diga
asneiras, grossuras, apelos.

Teu silêncio fala de mortos,
de sonhos de terror,

Teu silêncio é minha aflição.

Teu silêncio, por fim
e por vingança minha,
vem morrer na ponta
de meus dedos

quinta-feira, 18 de julho de 2013


Pérolas da Tia Corina

                Supersimples - Em época de campanha pela redução de cargos, o governo federal criou mais um: contratou um "Diretor do Departamento de Racionalização das Exigências Estatais da Secretaria de Racionalização e Simplificação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República".
(da Coluna Painel/Folha de são Paulo)

sexta-feira, 12 de julho de 2013

TORVELINHO



Isaias Coelho Marques

No meio desta cidade,
perdi a mocidade,
perdi o encanto,
nunca acreditei na humanidade.

No meio desta cidade,
apagou o pavio,
fiquei sem mar,
                     nenhum porto
onde aportar meu navio.

No meio da minha idade,
no centro desta cidade,
o mundo gira
sem fim.

DE TUDO UM POUCO






Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira.
                Estou com 80 anos. Desde criança, tenho vivido fatos que, de alguma maneira, influenciaram a mim, e às gerações contemporâneas, o nosso comportamento dentro de uma sociedade que sofre mudanças impostas por quem detém o poder político-econômico, isto é, por aqueles que conservam para si próprios o domínio do conhecimento tecnológico.
                Tais mudanças, pela velocidade com que ocorrem, trazem impactos na vida das pessoas, obrigando-as a um enfrentamento, somente possível, mediante organizações, que as possam analisar, e absorvê-las. Mas, não só isso. Sobretudo, para que sobrevivam e se imponham aos grupos dominantes, forçando uma participação, principalmente, na política social, sempre maior, nas decisões que afetam, em última análise, o bolso da população, ou, em outras palavras, o bem-estar social. Evidentemente, mudanças na política social implicam em mudanças na política econômica. Como a economia estar, mais que nunca, internacionalizada, tudo que lhe diz respeito depende de um confronto de forças, visível, hoje, entre dominantes e dominados, o que força, os últimos, a se unirem, conforme a velha máxima “a união faz a força”.
                A conquista da soberania, pelos estados, que marcou o século XX, ficou para trás, pois isto não existe na sociedade globalizada. É a conquista da cidadania que importa, onde a fala não é a libertação, mas a participação, vez que os caminhos e a caminhada, são comuns, não individuais.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL: UMA MACABRA HISTÓRIA DE HORROR




Poncion Rodrigues - Médico
                Tenho me perguntado de que mente alienígena, insana e perversa, teria partido o aconselhamento à nossa grande estadista-presidenta, para que finja não perceber a gritante sordidez ao seu redor, no perpétuo abandono da saúde publica do nosso país? Será que a comandanta não enxerga, explodindo no dia-a-dia das nossas metrópoles, o desaforo à dignidade humana? O especial sadismo perpetrado contra a saúde dos miseráveis espalhados pelas veredas desoladas, sedentos e famintos, no interior da dita, pátria varonil?
                Acredita, de fato, nossa popularíssima e sincera presidenta, que uma nação inteira haverá de ser tapeada, mais uma vez, como tem sido por seus antecessores, com declarações de sinceras preocupações com nosso bem estar determinando o pueril procedimento de equipar médicos cubanos e nossos estudantes de medicina, (estes últimos em lotações compulsórias) com canetas, estetoscópios e tensiômetros, nos abandonados casebres dos sertões que o cleptomaníaco poder público insiste em chamar de hospitais? Parece ser uma política de Estado para a saúde, a sistemática humilhação dos desvalidos.
                Será ainda, que mais uma vez o glorioso e ético congresso brasileiro irá ajoelhar-se frente aos ditames da patroa? Que se rasgue a constituição então! Acorda Brasil, enquanto te permitem respirar!

sexta-feira, 5 de julho de 2013

MEU PIAUÍ



Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira

                Meu Piauí, de praias formosas, de grandes rios, de mananciais de água subterrânea, de mil açudes e açudecos, de cerrados e de solos ricos, de abundantes minérios, de carnaúbas e babaçus, de povo bom e hospitaleiro, até quando continuarás grande, no teu tamanho, e pequeno no teu desempenho?
                Pedra do Sal, Amarração, Coqueiro, Macapá, Barra Grande, Cajueiro, Barrinha, Delta do Parnaíba, onde estão teus peixes, teus caranguejos, teus camarões, que não os vejo mais? Parnaíba, Luís Correia, onde estão os turistas, que, como o porto, não chegam nunca?
                Rios de minha terra, Parnaíba e Poty, Piauí e Gurguéia, Uruçuí Vermelho, Canindé e Longá, Jenipapo e Marataoan, porque tuas águas estão poluídas, porque teus leitos estão assoreados, onde estão teus pescadores? Será que tuas margens não servem para irrigação?
                Teus poços jorrantes, a jogar água para o céu, teus açudes deixados ao léu, sem que, deles, o povo tenha serventia! Cerrados, tão bons, para os de fora, e para os teus filhos, meu Piauí? Tuas terras são tão frutíferas, para os ricos, e tão improdutivas, para os pobres!
                Piauí, com tanta água e, teus filhos a morrer de sede... Piauí, com tanta terra, e teus filhos se mudando, sem ter o que comer, sem ter onde morar, sem ter em que trabalhar!
                Piauí, tu não te compadeces de tantos filhos teus sobrevivendo abaixo do nível da pobreza, sendo tu, potencialmente, tão rico! O que é feito de teu extrativismo, de teus babaçuais, carnaubais, tucunzais, de teus minérios, daquilo que nosso mar e nossos rios nos oferecem, com tanto carinho e tanto valor!
                Eu me orgulho de seres o polo de saúde “melhor do norte/nordeste”, mas, francamente, querido Estado, sinto vergonha de tuas chagas, de tuas doenças, das carências de tua população, tão fácil de serem curadas, não fosse o mau uso dos recursos públicos, do nosso rico dinheirinho! Eu me orgulho de um teu filho, de escola pública, ter ganhado prêmio, ainda que em concurso fajuto, eu me orgulho de um colégio particular ter se sobressaído em ranking de não sei o que, mas, minha terra natal, e o resto? Por que pagam tão mal aos que fazem a Educação neste Estado? Será que pensam que, só os Secretários são merecedores de salários altos? Será que os professores estão aí pra ensinar greve aos, eternamente, explorados?

                Valhei-me, Senhor, que não suporto mais os discursos desenvolvimentistas dos inocentes, e, muito menos, os dos maus-caráter! Até quando, Senhor!

quarta-feira, 3 de julho de 2013

MARACANEBX


A. J. de O. Monteiro

                Os romanos usavam as lutas em arenas para distrair e manipular o povo. A FIFA reinventou as arenas para a prática do futebol e assim ganhar muito dinheiro e ajudar governos a manipular o povo e desviar dinheiro público sem contestação. Isso é verdade? Não! É verdade apenas em parte, pois a FIFA ganha dinheiro, mas os governos já não conseguem manipular o povo, que questiona o desvio de recursos públicos e exige punição aos corruptos.
                Estou falando do Brasil que tem toda uma história em que a política se utiliza do futebol para distrair o povo enquanto subtrai a riqueza da nação deitada em berço esplêndido.
                Estou falando do Brasil, mas não estou falando apenas do momento atual, pois o momento atual reflete apenas a mudança do povo. Estou falando de toda uma história de manipulação em que governos, política, imprensa e tantas outras instituições conservadoras surfaram imponentes na crista da onda do dito esporte bretão.
                Senão vejamos: Durante a ditadura militar implantada no Brasil em 1964, ficou famoso jargão debochado que dizia: “Aonde a ARENA vai mal, um time no nacional” (campeonato nacional) – ARENA e MDB, foram dois partidos inventados pela ditadura, com o fito de emprestar ao regime uma feição democrática (para satisfazer a quem, não sei).
                Em 1970, quando o ditador era um general de ascendência basca, que comandou a mais dura repressão de todo o regime, o Brasil conquistou o tricampeonato no México, mesmo consciente de que aquele feito era um poderoso combustível para a máquina repressiva, fui pra rua comemorar o tri. Pelo menos tínhamos uma baita seleção com jogadores que davam um belíssimo espetáculo de ludopédio (que palavra!). Fui um dos 90 milhões em ação gritando pra frente Brasil do meu coração no carnaval da vitória que tomou a Frei serafim e a Pça. Da Liberdade (que ironia). O General Presidente aproveitou como poucos o clima de ufanismo alimentado pela mídia que também sempre se beneficiou desses momentos. Tudo parecia grandioso naquele momento. O Basco se deixava fotografar em estádios de futebol (naqueles tempos eram chamados assim), deixava-se fotografar com "radinho" a pilhas colado ao ouvido, em jogos que envolviam times de grandes torcidas.

terça-feira, 2 de julho de 2013

ANJO 44





Isaias Coelho Marques

Perdi meu norte
e – perdido –
arranco o zero
deixado à esquerda
do calibre 44.

Planto a repulsa
da bala certeira.

Desespero-me como
a menininha do Vietnã.

Calo e – calado –
sofro de morte.

A LUTA EQUIVOCADA


Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira
            
             
             A ideologia capitalista conseguiu disseminar em todo o mundo, um conceito capenga de democracia, onde a liberdade de expressão, a alternância do poder (entenda-se como governo) via eleições, e o direito de greve, seriam suas características, escondendo do povo o verdadeiro significado de “governo do povo, para o povo e pelo povo”: um governo compartilhado com o povo, nas suas decisões, nas suas realizações e nos seus resultados.
                Com isso, apresenta-se como paradigma e legítima representante daquela “democracia” (e o é, de fato) para tornar-se paradigma na luta contra os totalitarismos da esquerda e da direita, e, de quebra, contra as ditaduras do terceiro mundo, já não suportadas por “gregos e troianos”, não para defender a humanidade contra o perigo da dominação de poderes discricionários, ao contrário, para cristalizar e fortalecer o poder capitalista, tão agressor dos direitos humanos quanto os sistemas de governo por ela condenados. E, evidentemente, para abocanhar o que lhe parecer “palatável”, dos povos a quem “acudiu”...
                O poder capitalista encontrou opositores, no comunismo e no socialismo, que identificaram nele a dominação e a manipulação do povo, para a continuidade de sua existência, mas foram impotentes para conter o seu avanço e sua globalização, e evitar a sua hegemonização atual.