sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Pérolas da Tia Corina
NOTICIADO NA IMPRENSA:
 "Homens obesos têm maiores chances de morrer"(*)
(*)Encaminhada por Manoel andante.

Comentário do “Tia Corina”: Será pela maior visibilidade?

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A “DOENÇA” DE CHAGAS. (*)



Poncion Rodrigues
                Chagas Rodrigues já era desde muito jovem um homem doente. A sua enfermidade haveria de mais tarde selar sua decapitação política promovida pela famigerada ditadura militar que, no seu apetite voraz pela perpetuação do poder ilegítimo, perpetrou os crimes que já fazem parte da história do nosso país.
                Chagas foi eleito governador do Piauí aos 36 anos de idade. Construiu o ordenamento administrativo do Estado, que antes era “tocado” como uma fazenda de oligarquias Rurais. Expôs sem pudor a sua Temida doença: A honestidade; a honestidade de intenções e de conduta; uma enfermidade não tolerada na prática política brasileira, que haveria de lhe carrear poderosos inimigos e sabotar a sua vida de democrata puro e afeito ao bom combate.
                Antes a cassação de seu mandato de deputado federal, escreveu à sua irmã Teresinha, minha mãe: “Sinto vergonha de não ter sido cassado ainda”. Todos os homens dignos do congresso haviam sido defenestrados daquela casa pela arrogância violenta dos marginais que haviam se apossado do Brasil. Chagas Rodrigues nunca sofreu processo por corrupção ou subversão, acusações dirigidas aos parlamentares cujos mandatos em sequência contínua eram tomados. Ele foi cassado por “inconveniência verbal”, já que martelava com sua eloquência brilhante a ridícula opereta bufa em que se transformara a ditadura militar.
                Em uma reunião dirigida com muita sisudez e mediocridade, foi posta a necessidade de afastar aquele deputado do Piauí, cuja popularidade atrapalhava no seu Estado as atividades dos “solados da revolução”, como se autodenominavam os políticos adesistas, alguns inda vivos, que devem sofre com o peso inconveniente da bagagem de suas histórias de vida.
                A partir da sua cassação, Chagas Rodrigues foi sistematicamente perseguido, perdendo além do mandato, emprego público conquistado em concurso público, sendo também proibido de ensinar em Universidade Pública. Não podia deixar Brasília sem a permissão das autoridades “revolucionárias”. Com seus filhos vigiados, sua vida particular devassada e sua alma democrata calada, Chagas sufocou Chagas. Ele então escrevia poemas e crônicas repletas de amor pelo seu Piauí, tendo como única leitora a sua gigantesca Maria do Carmo.
                Quando da reinstalação a democracia, Chagas Rodrigues voltou. Sem dinheiro e com discurso antigo elegeu-se, em segunda tentativa, Senador da República. Na primeira vez apesar de ter sido o mais votado entre os candidatos, não foi o vencedor em razão da marota malandragem da legislação eleitoral brasileira.
                Cumpriu com dignidade o seu mandato impregnado da jamais tolerada “doença de Chagas”, sua inconveniente e combatida honestidade. Agora, o guerreiro repousa; o Piauí de hoje não faz ideia de quem acaba de perder. Afinal são outros tempos, outros valores.
                O nosso estado deve ao seu melhor político e as novas gerações, por uma questão de justiça, deveriam conhecer a história nobre de sua vida.

(*) Escrito em fev.2009

DAS CHANCES GANHAS...


Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira
                Há bastante tempo que leio jornais, somente, aos domingos. E, também, apenas, os comprados por minha mulher: O Dia e Meio norte. Isso me dá duas chances de me deleitar, por ler o "Echos da Chapada", do prof. Cineas Santos, com suas crônicas admiráveis, e a coluna do jornalista Cláudio Barros, a "Frente Ampla", que me serve de informativo das estatísticas econômicas do Piauí, do Brasil e do Mundo.
                Cineas fala do passado saudoso, como se fosse presente, deixando-me uma enorme alegria em revivê-lo; como do presente, analisando-o e o criticando, com maestria, para que seja melhor entendido, e, claro, utilizado, pelos que gostariam de fazer uma forcinha pelo futuro, que venha melhor que o esperado... Tenho-lhe a maior admiração, pelo intelectual que é!
                Já o Cláudio, um misto de estudioso da História, com apaixonado pela glutonaria, serve-me, também, como balizador do capitalismo, com suas críticas ao que ele considera "esquerda". Assim, esse brilhante jornalista, me faz trilhar caminhos "nunca dantes navegados”, ao ler suas lapadas contra os países ricos, a favor de uma maior, e melhor, distribuição da riqueza, ou suas indicações, sub-reptícias, para que se leia, ou se ouça, um de seus oráculos preferidos, o FHC... Vez por outra, penso que ele está tendo uma recaída pelas esquerdas, mas, logo depois, vejo que sua parcialidade de liberal não vai permitir que fato tão auspicioso aconteça!

                Ah!, quase esquecia de uma terceira chance, que o não acesso, diário, ao jornais, me dá: não ler as besteiras com que somos brindados por um magote de tolos, que se acham "jornalistas", como a que dá título a uma notícia, ou reportagem, sobre câncer de próstata, no Meio norte de hoje: "Homens obesos têm chances maiores de morrer"! Com essa, vou emagrecer mais uns quilinhos, pra ver se fico pra semente... Vôte!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

EU, O EX-CANDIDATO – PARTE FINAL (OU NÃO...?).




A. J. de O. Monteiro
                Desgostoso com a política partidária que se pratica em Cajuína, e, por consequência, no Estado do Cajui (não é jogo para amador), após cumprir meu mandato de prefeito da Capital, retirei-me da cena para dedicar-me ao ócio com cerveja e a falar mal dos políticos, sempre seguindo os ensinamentos de meu guru, o hoje octogenário, Mago Manu.
                A política partidária, pude perceber nesse tempo, é a arte do sofisma e das reticências, com a qual não me identifiquei e sem estas habilidades “intelectuais”, nem tente a carreira: Você está fadado ao fracasso e  vai virar motivo de galhofa no meio.
                Em cajuína é assim, e no Estado do Cajui a arte atingiu o limite da perfeição. Tanto que, encenada há centenas de anos, com o mesmo “script”, com os mesmos atores, da mesma escola se revezando nos papéis, a peça nunca sai de cartaz.
                O interessante é que, mesmo sendo uma peça (também no sentido de engodo), há tantos e tantos anos encenada, os atores são cautelosos e ensaiam cuidadosamente como se fosse uma estreia. Não querem dar chance ao azar. Naquele meio prevalece a máxima: “Bobeatum sum, empalatum est”. Às vezes ocorrem cisões entre os subgrupos do elenco da “Escola Cajuiense de Política Partidária”, como agora. Essas cisões são, geralmente, provocadas pela extremada vaidade inerente aos do ramo, ou porque o butim é parco.
                Uma única vez (pelo menos que me lembre), um ator de escola diferente assumiu o papel de protagonista. Tentou mudar o “script”, mas não conseguiu pois, carente de coadjuvantes (em número e experiência), teve que recrutá-los na escola tradicional e estes lhe impuseram o “script” consagrado, com o argumento de que “não se muda roteiro que está ganhando. Dizem que os coadjuvantes têm um lema: “hay que ‘envelhercerse’ pero sin perder la ‘tetinha’ jamás”. O jovem ator aquiesceu e decorou rápido as suas falas e posturas, alcançou sucesso nacional, impôs um ator substituto para o papel principal, o qual quer agora retomar, mas o seu substituto valendo-se da teoria do destino manifesto, não quer deixar.
                O que me incomoda é que a plateia parece ter se acostumado a essa “ópera bufa”, que seria cômica se não fosse trágica (desculpem os chavões).

Pérolas da Tia Corina



ELMANO DIZ QUE "ZÉ FILHO TEM DISCURSO EM SINTONIA COM A POPULAÇÃO"
       (do Portalaz de 21/01/2014)
       Essa é de matar de rir! (quá-quá-quá-quá)

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O CARDEALZINHO.


Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira
                Penso que, muita gente, principalmente da minha geração, conhece a história do homem que quis enganar a morte... Não me lembro bem, mas, parece que ele pediu um prazo, quando ela veio buscar, da primeira vez, o que conseguiu, com suas alegações de que precisava resolver uns problemas pendentes...
                Dona morte apiedou-se dele e lhe concedeu mais um ano de vida! A alegria  que o homem sentiu foi tanta que esse tempo decorreu rápido, para ele, até que alertado, por sua mulher, que o dia fatal havia chegado.
                 Depois de muita alegria e muito choro, resolveu enganar, mais uma vez, a velha ceifadora de vidas e, combinando com a mulher, raspou a cabeça, deixando-a pelada, pedindo à esposa, quando a more chegasse, que a informasse que ele estava viajando...
                E assim foi feito: Dona morte chegou, sendo atendida pela diligente esposa do homem, e perguntou – “Onde está ele”? E, veio a resposta – “Encontra-se viajando”. A velha não gostou, mas, “conformada”, informou: - “Tá bem, pra não perder a viagem, vou levar esse careca aí do lado”!
                Acho que “Fortunato não conhecia esta tal “História de Trancoso”... Antigo funcionário do estado, amável e pequena figura, uma espécie de servente, apaixonado pela política, defensor do povo humilde, pois era um deles, foi cooptado pelos “camaradas” para distribuir/vender” um dos jornais do Partido – “A Voz Operária”. Não sabia o que era subversão. Com o golpe, perdeu as forças, e, medo medonho, pelou e escondeu-se em casa, pensando não ser preso...
                Debalde, o exército bateu à sua porta, na forma de um sargento e soldados, perguntando por ele. O coitado, em sua tremedeira: - “Viajou”! O sargento falou: “Deixa de besteira, ‘Fortunato’, que tua cabeça pelada não me engana, vamos embora, você está preso”!
                E lá vai o “Fortunato”, levando “biscas” dos soldados até chegar ao quartel, com a cabeça tão vermelha quanto à de um cardeal, ou galo de campina!
                Tem nada não, “Fortunato”, você deu sua contribuição na luta contra a injustiça!

CERTOS HOMENS.




Isaias Coelho Marques

Tragado pela morte
Involuntariamente,
um homem marcha
no chão de sua sorte.

Vindo de um matadouro
de boi não ir,
Impossível é fugir
de seus trapos,
de suas tripas,
da mulher que não veio.

Um homem sarja
o que restou de seus esgotos
e, na rede triste do amanhecer,
espera um sorriso de compreensão
que, certamente, não virá.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

CORPOS



Isaias Coelho Marques

Cheiro morno e longe de sertão
pousa disfarçado em tua voz.

Longos finos macios
Teus cabelos tecem a teia
onde repousa nosso amor.

Dois corpos brincando,
                       teimando,
                      recusando
                                    o óbvio
de não se unirem
na longa noite da vida.