domingo, 23 de fevereiro de 2014

PERFEIÇÃO É AQUELA.


Isaias Coelho Marques

Era como estar
numa matinal:
teu olhar
teus cabelos
puro trigal.

Comecei a jogar
teus jogos de amar,
farfalhando
meu lado direito,
mostrando a cor
do perfeito

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014


Pérolas da Tia Corina

“A Única coisa boa do MA é a penitenciária de Pedrinhas”.
(Jair Bolsonaro/Frases da semana/UOL)
Comentário do "Tia Corina" : Hitler começou assim (mas era bem mais inteligente que essa anta!).

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

TRIBUTO A D. JUAN.


Isaias Coelho Marques.

Indizível amor
permeia meu ser,
a posse não pela posse
mas uma vontade divina
de estar presente em tudo.

Meu sangue jorrando
entre pernas e coxas,
meu sêmen desvairado
maravilhado em Deus
- prazer, prazer, prazer...
Não findo na carne,
não abjeto e reto e previsível.

Lá, só lá,
onde tudo arde,
onde o tesão sem amor desvanece,
serei secreto,
serei impraticável,
continuarei deslizando,
escorrendo,
invisível
para dentro dos seres.

O PORTO BRASILEIRO DE CUBA


                                                                                              
 (*) Ferrer Freitas
                Desde que me entendo como gente, e isso já faz algum tempo, ouço falar do porto de Luís Correia.  Amarração (bem mais bonito) até 1935. Sai, não sai, o tempo passa e nada...  E pensar que foi aventada sua construção bem antes da nossa faixa litorânea de 66 quilômetros ser viabilizada pela troca com o estado do Ceará dos municípios piauienses Independência e Príncipe Imperial, sendo que este, desmembrado  em 1880 do município de Castelo do Piauí,  em 1889 passou a chamar-se Crateús. E, vejam só, quem primeiro falou da necessidade de um porto no litoral piauiense foi, nada mais nada menos, que Dom João VI, em 1817, ele por aqui desde 1808, correndo de Napoleão, isso após criar a Alfândega de Parnaíba. Também Manoel de Souza Martins, o Visconde da Parnaíba, que governou o Piauí, de Oeiras, por quase vinte anos, via no porto uma saída para a exportação de nossos produtos nos navios de Simplício Dias da Silva, até, afiançam os desafetos de Né de Souza, como forma de segurar o Simplição no litoral. Já pensou se este aceita o convite para presidir a província?  Ele, seu Né, é que ia ficar a ver navios.
                Pois bem. Nesses anos todos o que ocorre, fiel ao tema, é um mar de dinheiro jogado fora.  Já aventou-se até a possibilidade de opção pela cabotagem, navegação entre portos, hipótese que tem no engenheiro Cid de Castro Dias, sem dúvida o maior estudioso da obra, o grande crítico. Acha o brilhante sanraimundense (bem que poderia já estar na APL) que o desassoreamento permitirá a capacidade para navio de qualquer calado.
                Enquanto isso, os esquerdistas de plantão (Frei Beto, quem diria, acha a maior bobagem essa coisa de esquerda e direita) não veem nada demais no BNDES construir um porto em Cuba com um aporte de 1 bilhão de dólares que, convenhamos, é dinheiro pra cubano nenhum botar defeito, mas, segundo a presidente Dilma, não tem nada a ver com alinhamento ideológico.  O comandante Fidel, do alto de seus 87 anos bem vividos, surpreso de ainda estar do lado de cá, barba rala que só, nunca esperou desta nossa pátria gentil tanta generosidade.  Por conta (cairia bem aqui até o trocadilho: “quem vai pagar?”), recebeu-a em audiência e conversou por mais de duas horas , encantado com o gesto.
   Engraçado é o nome da cidade onde a obra foi construída, Mariel, que vem a ser o mesmo de um famoso policial que marcou época no Rio de Janeiro nos anos sessenta.   De sobrenome Mariscot, pertencia à “Escuderia Le Cocq”, adrede criada para vingar a morte em serviço do detetive Milton Le Cocq, que chegou a integrar a guarda pessoal do presidente Getúlio Vargas.  Mariel do porto é um município que dista 40 quilômetros de Havana.  Agora, engraçado mesmo em toda essa história é a manchete da matéria de Luís Kawaguti, enviado especial da BBC Brasil a Cuba: “Dilma inaugura porto em Cuba de olho em exportações para os Estados Unidos.”

(*) Ferrer Freitas é do Instituto Histórico de Oeiras