Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira
Chegamos,
agora, ao segundo mote "As nuvens passam, as estrelas mantêm seu
brilho!"
Antes de mais
nada, todos sabemos que ha nuvens e nuvens. Nuvens naturais, nuvens
artificiais; nuvens produtos da natureza, nuvens produzidas pelo homem; nuvens
benéficas, nuvens malignas; nuvens necessárias à sobrevivência da terra e da
humanidade e nuvens que nunca deveriam existir. As nuvens produzidas pela
natureza, e, por isso , benfazejas, mesmo quando provocam desastres, causados
pelas tempestades e pelos raios, meras consequências da falta de planejamento e
imprevidência dos homens, donos do poder, que, no decorrer dos milênios e dos
séculos, primaram, irresponsavelmente, incompetentemente, e inconsequentemente,
pelo uso do conhecimento, a que tiveram acesso, para se tornarem mais
poderosos, mais opulentos, e mais dominadores, em detrimento do desenvolvimento
de um mundo melhor!
Nuvens que
passam, sopradas pelo vento, e que encantam, em suas andanças, as crianças do
mundo todo, nuvens que desaparecem, transformadas em agua, que irrigam a terra,
não ofuscam o brilho das estrelas, ao contrário, são complementos da beleza de
um espetáculo que exige olhos e ouvidos para louvá-lo, para cantá-lo e para o
entender e amá-lo! Ah, se esse mundo fosse repleto de Olavos Bilac, com amor
suficiente para amá-lo e transformá-lo em um novo paraíso...
Sim, meu
querido cronista, quem empana o brilho das estrelas não são as nuvens, são, na
verdade, as trevas, as hediondas trevas do mal e da maldade. São as trevas da
cobiça, são as trevas do egoísmo, as trevas do ter, as trevas dos que não
querem ver, as trevas dos que não querem ser...
Sol, Estrelas,
Noite, Luar, Nuvens, Vento, Mares, Rios, Lagos, Florestas, Flores, Pássaros,
Aves, e, até, a Humanidade, são testemunhas das maravilhas que nos rodeiam, que
estão à nossa disposição, para delas usufruirmos e para delas participarmos
como construtores, continuadores, de uma obra insuperável, que, alguns
pervertidos, teimam em conspurcar-la, e destruí-la em nome de suas
inconfessáveis ambições.
Mas, eles
passam, serão enterrados e as estrelas continuarão a manter o seu brilho!