quinta-feira, 1 de novembro de 2012

TANTO SANGUE DERRAMADO...




Poncion Rodrigues
               
                Em escala planetária, assistimos todos, embora nem todos vejamos, aos verdadeiros sinais do fim dos tempos, que vinham sendo anunciados por religiões, seitas e crendices, das mais antigas até as manifestações fanáticas contemporâneas. Como costuma dizer um folclórico político piauiense, citando termos bíblicos com o olhar soturno de um velho profeta: “Atentai bem!”.
                De forma insidiosa e não brusca, como anunciavam as antigas gerações, o fim vem sendo progressivamente confeccionado com o trabalho primoroso de hábeis tecelões. Salta aos olhos que diante da beleza e serena harmonia do cosmo misterioso, apenas nossa casa “Terra” é vitimada continuamente pelos seus inimigos – habitantes, que se empenham com fervor em envenenar o ar, a água e o solo, além de criminosamente exterminar a vida animal. Parece haver um torpor coletivo impedindo que se pares e se repense as perigosas ações da maldade humana contra o planeta e em última instância contra a própria existência dos que se nomeiam “imagem e semelhança de Deus”.
                Era de se esperar que o termo “evolução humana” se referisse ao progresso da qualidade de vida e da qualidade espiritual do próprio homem, que iria lapidando sua essência filosófica e espiritual ruma à perfeição no caminho do verdadeiro equilíbrio respeitoso transcendendo as limitações morais do indivíduo e da coletividade. Leigo engano! Aqui, a palavra evolução identifica-se com a evolução de uma enfermidade com a evolução de uma enfermidade incurável que depois de dolorosa trajetória destrói a esperança e finalmente, a vida do paciente moribundo.
                Já no plano interpessoal, a criatura dita humana, em nome de diabólica competição generalizada, rompe todas as barreiras da decência e da dignidade, desde a disputa por espaços no mercado de trabalho até as ações mais rasteiras na guerra sem regras pela conquista ou manutenção do poder e do dinheiro. Alguém já se perguntou por que existe hoje no Iraque uma rotina monstruosa de derramamento de sangue, consequência de uma invasão militar ancorada no motivo cínico de libertar o povo de um tirano cruel? Então, por que a maior força militar do planeta não liberta da sanha assassina dos seus déspotas, as populações de miseráveis países africanos dizimadas pela fome, a AIDS e perversidade das suas eternas guerras civis?
                Não, não é a nobreza que move as ações dos homens que detêm o poder, e sim aquele irresistível desejo de derramar sangues de sua própria espécie.
                VIGIAI E ORAI!!!  

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