Poncion
Rodrigues
Em escala planetária, assistimos
todos, embora nem todos vejamos, aos verdadeiros sinais do fim dos tempos, que
vinham sendo anunciados por religiões, seitas e crendices, das mais antigas até
as manifestações fanáticas contemporâneas. Como costuma dizer um folclórico
político piauiense, citando termos bíblicos com o olhar soturno de um velho
profeta: “Atentai bem!”.
De forma insidiosa e não brusca,
como anunciavam as antigas gerações, o fim vem sendo progressivamente
confeccionado com o trabalho primoroso de hábeis tecelões. Salta aos olhos que
diante da beleza e serena harmonia do cosmo misterioso, apenas nossa casa “Terra”
é vitimada continuamente pelos seus inimigos – habitantes, que se empenham com
fervor em envenenar o ar, a água e o solo, além de criminosamente exterminar a
vida animal. Parece haver um torpor coletivo impedindo que se pares e se
repense as perigosas ações da maldade humana contra o planeta e em última
instância contra a própria existência dos que se nomeiam “imagem e semelhança
de Deus”.
Era de se esperar que o termo “evolução
humana” se referisse ao progresso da qualidade de vida e da qualidade
espiritual do próprio homem, que iria lapidando sua essência filosófica e
espiritual ruma à perfeição no caminho do verdadeiro equilíbrio respeitoso
transcendendo as limitações morais do indivíduo e da coletividade. Leigo
engano! Aqui, a palavra evolução identifica-se com a evolução de uma enfermidade
com a evolução de uma enfermidade incurável que depois de dolorosa trajetória
destrói a esperança e finalmente, a vida do paciente moribundo.
Já no plano interpessoal, a
criatura dita humana, em nome de diabólica competição generalizada, rompe todas
as barreiras da decência e da dignidade, desde a disputa por espaços no mercado
de trabalho até as ações mais rasteiras na guerra sem regras pela conquista ou
manutenção do poder e do dinheiro. Alguém já se perguntou por que existe hoje
no Iraque uma rotina monstruosa de derramamento de sangue, consequência de uma
invasão militar ancorada no motivo cínico de libertar o povo de um tirano
cruel? Então, por que a maior força militar do planeta não liberta da sanha
assassina dos seus déspotas, as populações de miseráveis países africanos
dizimadas pela fome, a AIDS e perversidade das suas eternas guerras civis?
Não, não é a nobreza que move as
ações dos homens que detêm o poder, e sim aquele irresistível desejo de
derramar sangues de sua própria espécie.
VIGIAI E ORAI!!!
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