Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira
(Do livro De Corpo Inteiro)
(Do livro De Corpo Inteiro)
A meu amigo Pádua Ramos
Sonho
com um mundo melhor. Um mundo sem crianças abandonadas, sem meninos de rua, sem
adolescentes presos em “Casas de recuperação”.
Sonho
com um mundo melhor. Um mundo sem idosos abandonados, sem idosos confinados em
“lares”, sem idosos dançando forró, (para gáudio dos “serviços sociais”,) em
substituição à companhia de seus filhos e netos, que lhes dariam a felicidade
de morrerem juntos de quem amam.
Sonho
com um mundo melhor. Sem fome, sem desabrigados, sem excluídos, sem explorados,
sem perseguidos.
Sonho
com um mundo melhor. Sem crimes, sem crimes hediondos, sem crime organizado,
sem bandidagem. Sem guerras, e sem lutas fratricidas.
Sonho
com um mundo melhor. Com povos que queiram construir, com gente que tenha
esperança e não pense, apenas, em sobreviver, com gente que tenha amor e não
pense só em si própria, com gente que enxergue os outros, e não, apenas, o seu
umbigo.
Sonho
com um mundo melhor. Com organizações políticas, sociais, produtivas, que sejam
dirigidas por representantes escolhidos por todos os que delas fazem parte, que
tenham os seus rumos escolhidos por todos, que tenham os seus resultados
distribuídos por todos, que, de fato, sejam de todos, e para todos.
Sonho
com um mundo melhor. Mas, não sou apressado, se bem que o mundo tenha pressa,
não sou um imediatista, que queira as respostas já. Sou um lutador, procurando
ver comparsas anônimos, mas esperançosos e atuantes, de uma luta, sem tréguas,
pela sobrevivência de nosso mundo, enquanto não se extinguem as fontes dessa
sobrevivência, pela cobiça desenfreada daqueles que já tem tudo, poder político
e poder econômico, e, que querem mais e sempre.
Sonhar, EU preciso!
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