sexta-feira, 16 de maio de 2014

ABERTURA AO (SUB) DESENVOLVIMENTO – I



Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira.

"O desenvolvimento é um dos desafios do mundo atual”
                Frases como esta têm sido lidas e ouvidas, com maior insistência, a partir da década de 40. E uma literatura abundante surge sobre desenvolvimento, subdesenvolvimento, planejamento, projetos, etc., que se propõe a solucionar o problema da pobreza de 2/3 da população da Terra. Formam-se as mais diversas correntes teóricas, que debatem entre si conceitos e ideologias, políticas e estratégias de ação. Metas básicas e prioridades. Elaboram-se planos, programas e projetos, e, todos afirmam, como não poderia deixar de ser, "o homem é o objetivo de todo e qualquer planejamento"!
                Em matéria de resultados, surgem obras de toda a natureza, em todos os campos e setores da atividade dos governos. Entretanto, o fosso entre pobres e ricos parece aprofundar-se, em termos relativos...
                É verdade que se verificam mudanças, à medida que são realizados investimentos. Mas..., a quem atingem tais mudanças? A quem beneficiam ou prejudicam? Pode-se, apenas, conjeturar, uma vez que o "status quo" continua...
                Na realidade, esses benefícios, quase nunca, implicam no crescimento econômico de uma nação, nem atingem o paralelo alcançadopela cultura humana. Além disso, o crescimento econômico não se traduz, também, em crescimento social, a níveis individuais. Não sengam as dificuldades existentes, em nações jovens e pobres, para o alcance de um desenvolvimento econômico e social compatível com a necessidade do bem estar de suas populações. Mas, pode-se desejar, e, de fato deseja-se, que os mais pobres fiquem menos pobres e que gozem da distribuição da riqueza nacional, através de serviços públicos eficientes, principalmente, nas áreas de habitação, educação , saúde, saneamento, transportes, segurança, lazer, proteção do meio-ambiente, imprescindíveis a uma sobrevivência decente do ser humano.
                Levantam-se, agora, três indagações que merecem respostas convencíveis: a) que nível de bem estar seria tido como mínimo necessário a essa "sobrevivência decente"? b) quem indica, ou determina tal nível? c) como , quando, seria atingido?
                Procurarei respondê-las no próximo capítulo.

Nenhum comentário: