Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira
A
nossa legislação eleitoral, elaborada, aprovada e obedecida por nossos
congressistas, estabelece o voto majoritário para as eleições do poder
executivo, enquanto impõe o voto proporcional para a eleição dos candidatos a
deputados federais. E, os nossos "representantes", dão o golpe final,
criando o voto de legenda! Resultado, os que pensam que votam nos candidatos
que julgam como os melhores, estão, na verdade, votando nos partidos políticos
e elegendo quem não pretendiam, aqueles que, de maneira espúria, (quase todos),
conseguiram, pelo voto de legenda, se classificarem a frente dos que tiveram
mais votos que eles, mas os seus partidos não obtiveram a legenda necessária
para inclui-los entre os eleitos! Ilustrando, a candidata Luciana Genro foi a
mais votada para deputado federal, no RS, mas não foi eleita, por seu partido
não haver obtidido os votos de legenda suficientes, conforme a legislação
eleitoral...Já o Tiririca, com mais de 1.400.000 votos de protesto, que obteve
em SP, levou, com ele, mais três deputados federais, que não se elegeriam, caso
inexistisse o voto de legenda. Aqui, no Piauí, temos a informação do meu amigo,
Luiz Brandão, do PT, que, segundo suas declarações, no Facebook, foi candidato
para servir de escadinha aos seus colegas de partido...
Pois
bem, tem gente que prega que devemos votar nos melhores, mesmo sabendo que se
eles estiverem em partidos pequenos (principalmente de esquerda), nunca se elegerão,
por falta da suficiência eleitoral de seus partidos.
Além
de engolirmos todas essas distorções, ainda validamos essa farsa, com nosso
voto, na esperança de uma mudança de representantes no Congresso, que deveriam
nos servir, e, não, se servirem!
Hoje,
vésperas de eleições, falam, prometem, exigem, a Reforma Política (Incluem, aí,
a reforma da legislação eleitoral) como se fossem legislar contra seus próprios
interesses e os dos Partidos a que pertencem! Mais uma farsa...
O
resultado de tudo isso, é a falência dos serviços públicos, da política social,
da representatividade democrática, com a comercialização da educação, da saúde,
da segurança, do transporte de massa, da mobilidade urbana, da preservação do
meio ambiente, que enriquece nossos conhecidos falcatruantes, em detrimento da
uma população pobre, sem recursos para obter o que lhe é assegurado,
gratuitamente, por nossa Constituição e pelos chamados Direitos Humanos.
E,
nós, o povo, ainda sustentamos, pagando de nossos bolsos, os que deveriam nos
servir e que pregam que os culpados disso tudo somos nós mesmos, que os
elegemos! (eles próprios não o dizem, abertamente, mas os seus seguidores, sim.
ignorantemente ou de má-fé...).
Continua
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