Daniel Cariello**
Eu sou o Daniel. Moro em Paris.
Paris fica na França. A França é o país da Torre Eiffel. A Torre Eiffel foi
construída para a exposição universal de 1889. A exposição universal de 1889
foi feita em homenagem aos 100 anos da queda da Bastilha. A Bastilha era uma
prisão que foi destruída na Revolução Francesa. A Revolução Francesa foi quando
os parisienses tomaram gosto pela trilogia de liberdade, igualdade e
fraternidade e também pela decapitação real. Na decapitação real, dançaram feio
o Rei Luís XVI e sua esposa Maria Antonieta. Maria Antonieta foi aquela que
falou ao povo: “Já que não há pão, comam brioches”. O brioche nasceu na região
da Normandia. A Normandia tem ótimos crepes e foi o local do desembarque das
tropas aliadas, decisivo para o fim da II Guerra Mundial. Na II Guerra Mundial,
a França do Marechal Pétain colaborou com o bigodudo Hitler e os alemães. Os
alemães disputaram e perderam para os franceses, no século XIX, o controle de
Estrasburgo. Em Estrasburgo moraram Mozart, Pasteur, Gutemberg e Calvino, este
um dos líderes da reforma da igreja católica. A igreja católica é aquela que
fala sobre desprendimento, mas nunca deixou de cobrar o dízimo. O dízimo também
era exigido por muitos reis da antiguidade. A antiguidade é um tempo que passou
há muito tempo. O tempo, dizia o francês Nostradamus, é apenas a decomposição
da matéria. Entre as matérias da escola, eu detestava biologia vegetal, mas
adorava geometria. A geometria deve muito a René Descartes, um dos pais da
filosofia moderna. A modernidade é um tempo que ainda está passando. Quem passa
as roupas na casa dos meus pais é a dona Evandete, toda quinta-feira.
Quinta-feira em francês se diz jeudi, que significa “dia de Júpiter”, em latim.
O latim é a língua que deu origem, entre outros, ao português, ao espanhol, ao
romeno, ao catalão, ao francês e ao italiano. Franceses e italianos não se
cansam de se agredir mutuamente. Uma agressão recente foi a cabeçada de Zidane
no zagueiro Materazzi. Materazzi foi um dos destaques da seleção italiana
campeã de 2006. Dois mil e seis foi o ano do rato. O francês Blek, o Rato, usa
estêncil para fazer incríveis grafites na rua. A rua é o lado de fora da casa.
Minha casa é um apartamento, mas antes era um “apertamento”. Um “apertamento” é
uma piada sem graça. Outra piada sem graça é a do “não, nem eu”. Eu sou o
Daniel. Moro em Paris.
*Esse texto faz parte do livro de crônicas Chéri
à Paris, best seller na Amazon.**Leia também as crônicas de Paris, escrita pelo mesmo autor, no livro Chéri à Paris www.cheriaparis.com.br
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