quinta-feira, 14 de junho de 2012

UM ESTADO INVISÍVEL






A. J. de O. Monteiro
               
Quase todos os dias nos deparamos com manchetes publicadas na “grande” imprensa nacional denunciando um novo escândalo geralmente protagonizado por políticos, agentes públicos e empreiteiros e, ocasionalmente, um contraventor, tamanha a permissividade que se instalou na administração pública. E isso não é novidade. A novidade é que já não se distingue mais ideologias e convicções entre partidos políticos e políticos. É uma mixórdia. Um lamaçal multicor.
                Denunciam-se escândalos em todas as Unidades da Federação: do A de Acre ao S de Sergipe. Estranhamente escapa dessa “onda”, o Piauí. O porquê, não se sabe, ou melhor, só a tal grande imprensa não sabe.
                Nós Piauienses sabemos. Sabemos que aqui existem escândalos de toda ordem e grandeza: corrupção, malversação de dinheiro público, nepotismo e etc.
                               O caso SERVAZ, envolvendo a Estatal AGESPISA, que deixou vazar de suas tubulações milhões e milhões de Reais que não foram desaguar no velho monge. Foram cair nas cisternas de políticos e empresários inescrupulosos. E foram muitos que disseram: dessa água eu bebi.
                A construção de pontes, estradas, açudes, hospitais e adutoras que se arrastam por décadas feito obra de catedral ensejando a políticos amarrarem incontáveis reeleições explorando a expectativa do povo e, principalmente sugar do erário os recursos oriundos dos bolsos desse mesmo povo – o contribuinte. Durante todo o tempo em que essas obras se arrastam, centenas de ajustes e revisões são feitos triplicando as vezes o valor do projeto inicial. E ai todos se beneficiam: políticos, agentes públicos e empreiteiros, menos a população destinatária de tais obras e que apenas espera e sofre calada.  E tudo isso ocorre ante os olhos vendados da justiça, da boca costurada (não se sabe por quais fios) da imprensa  local e dos ouvidos moucos dos órgãos fiscalizadores.
                O patrimonialismo é a regra e o compromisso com a coisa pública é a exceção, se é que existe exceção. O nepotismo – instituição milenar – é praticado despudoradamente nas fuças da população ora indiferente, ora impotente, que assiste a distribuição de cargos públicos entre parentes, amigos e apaniguados dos detentores do poder. De todos os poderes e nos diversos níveis da administração Pública. Nem mesmo os órgãos colegiados, a exemplo do TCE,  escapam do rateio. Ignoram desfaçadamente os requisitos essenciais ao exercício de tais funções que são: Alto saber jurídico e reputação ilibada (que bicho é esse?). Às favas com tudo isso! Eles querem mesmo é se locupletar!
                Alô Brasil, o Piauí existe e seu povo sofre!