Manoel Andante IV
Continuando:
Informei ao Presidente da Colone, um dos homens dignos, dos muito que conheci
em minha vida, Valdecí de Urquiza e Silva, que também havia recebido um
exemplar, e que convoquei os "jornalistas" para um papo, que resultou
num ponto positivo para o Projeto. Como? Analisando, com eles, todas as
denúncias feitas, mostrando-lhes o projeto elaborado, os recursos previstos, os
disponíveis, os já empregados, aceitando as críticas cabíveis e rejeitando as
que não condiziam com, comprovadamente, a verdade, e no final, entregando-lhes
uma resma de papel e lhes disponibilizando uma máquina de escrever, para
continuarem a "editar”
o jornal,
ajudando-nos no acompanhamento da execução do projeto, e na sua fiscalização!
Aqueles colonos, no exercício pleno de sua cidadania, sem que qualquer político
lhes fosse dar aulas a respeito, aceitaram a proposta, de continuarem a
discutir, conosco (refiro-me à equipe técnica, inclusive) e com suas
comunidades, os objetivos do projeto, também, sob o ponto de vista deles, de suas
aspirações. E surgiu, daí, aprovado o meu relato ao Urquiza, a demissão do
Gerente da Cooperativa, denunciado como tendo se apropriado, indevidamente, de
recursos do BNB, destinados a empréstimos aos seus associados. Estes elegeram a
nova Diretoria e contrataram um novo gerente, da confiança dos colonos...Os dedos duros
ficaram a chupar os dedos sujos...
Manoel Andante V
Coordenador ecutivo do Projeto de
Colonização do Alto Turí, algum tempo após a minha chegada à sede do PCAT (Zé
Doca, Ma., recebi um "jornal", manuscrito em uma folha de papel
almaço, escrito e "editado" por colonos da época SUDENE, criticando a
atuação da Companhia de Colonização do Nordeste, organismo que substituiu a
SUDENE, na sua execução, principalmente nas áreas de educação e saúde, e
denunciando a Cooperativa criada para eles por nada fazer, a não ser enganar os
seus associados e "roubar"...Ora. em plena ditadura militar, dedos
duros consideraram a publicação do jornaleco um ato subversivo e denunciaram o
fato ao Presidente da Colone, sediada em S. Luis, enviando-lhe um exemplar,
claro, anonimamente. Fui chamado a S. Luis para esclarecer sobre o denunciado
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