quinta-feira, 4 de outubro de 2012

ESOFROMATEM*





A. J. de O. Monteiro
            Lá estava eu perambulando pelo mundo exterior, na cotidiana luta pela sobrevivência, catando migalhas, restos de comida caídos no chão, quando aquela densa nuvem me envolveu completamente. O odor era inconfundível: Inseticida! Desesperado e quase sem forças corri para o ralo, que era nossa comunicação com o mundo exterior. Joguei-me ralo abaixo semi-inconsciente. Movia-me o puro instinto. Senti todo meu exoesqueleto estalar ao chocar-se em decúbito dorsal com o cimento úmido do esgoto. Tudo escureceu.
            Acordei sentindo dores por todo o corpo e minha cabeça doía a ponto de explodir e uma sede como nunca sentira antes me atormentava. Parecia que todo o líquido da minha composição química evaporara. Pensei (pensei?): - Os humanos desenvolveram uma nova e poderosa arma na sua eterna luta por exterminar-nos... Tentei virar-me e caminhar em busca de água e aplacar aquela terrível sede. Balancei as pernas com toda a força que me restou e aí veio o primeiro susto: faltavam-me as pernas mesotoráxicas, mas, paciência, conheço muitas baratas que se saem muito bem sem elas, devem ter-se desprendido na queda. Liberei o que ainda retinha de feronômios na tentativa de atrair os demais membros da colônia, mas eles não se aproximaram, ficaram distante agitando freneticamente suas antenas e olhavam pra mim com expressão de pavor. Invoquei Barateus enquanto continuava agitando as patas restantes e, como num milagre, consegui virar-me. Agradeci e arrastei-me penosamente em direção a uma poça d’água para aliviar aquela sede lancinante.

            Chegando à poça abaixei a cabeça para beber e o terror apoderou-se de mim. Um humano me espreitava. Orei à Barateus e esperei o golpe fatal. Alguns segundos e nada. Olhei pros lados, pra trás e vi apenas minhas semelhantes à mesma distância e com o mesmo olhar aparvalhado. Olhei pra cima e nada, apenas o teto gotejando sua eterna água. Olhei novamente pra baixo e lá estava o horrível ser. Foi então que se abateu sobre mim uma angustiante dúvida: teria eu me transmutado? Fora aquela nova arma dos humanos a causadora dessa metamorfose pela qual semelhante algum jamais passara?
            Ainda chocado e tentando entender o que se passava, querendo crer que vivia apenas um pesadelo, pus-me de pé e pude ver, por inteiro, aquele horrendo ser no qual me transformara. A repugnante aparência justificava, enfim, o comportamento arredio e amedrontado de meus semelhantes mas, mesmo assim deliberei ir aconselhar-me com os sábios da colônia. Com a minha aproximação todos fugiram em desabalada carreira para se refugiarem na segurança de suas escuras locas. Desesperado e me sentido abandonado, sentei e chorei (chorei?). Por Barateus, agora até sentimentos humanos estão se manifestando em mim?...    
            Rejeitado pelos meus semelhantes, resolvi seguir para o mundo exterior, o mundo dos humanos, em busca de explicações para a tragédia que se abateu sobre minha vida... Caminhei um pouco e logo deparei com uma passagem para aquele estranho mundo. Reparei que estava sem a proteção que os humanos colocam para nos segregarem, o que me permitiria a passagem. Hesitei um pouco temendo o que ali encontraria, mas, convicto de que somente entre eles obteria respostas para meu infortúnio, fui!
            Subi com alguma dificuldade, pois ainda não tinha total domínio sobre aquele estranha morfologia e, ainda por cima, incomodado pela intensa luminosidade que penetrava pela passagem e feria meus olhos acostumados à penumbra do esgoto. Com muito custo atingi a superfície. O choque foi enorme e quase me fez desistir. Tanto barulho... Humanos gritando e movendo-se para todos os lados com se não tivessem nenhum objetivo. Máquinas de metal que pareciam besouros passavam em alta velocidade próximas à minha cabeça, soltando uma fumaça de odor agradável – com certeza não é inseticida – e soltando ganidos ensurdecedores que me fizeram ficar zonzo e desorientado. Pensei novamente em voltar para a tranquilidade do esgoto, mas prossegui... Pus-me todo pra fora do esgoto e um grito ecoou: “UM HOMEM NU”! A barulheira aumentou; mais correria, empurrões, pessoas caindo e sendo pisoteadas e eu sem nada entender olhava para todos os lados sem saber o que fazer até que dois enormes humanos, usando o mesmo tipo de carapaça agarraram-me, me jogaram no chão e imobilizaram minhas patas anteriores com dois anéis de metal, reergueram-me e me empurram para dentro de um daqueles besouros de metal que saiu em alta velocidade, fazendo-me chacoalhar lá dentro há ponto de machucar-me. O seu ganido era continuo e tão alto que pensei (pensei?) fosse meu cérebro explodir.
            Não sei quanto tempo durou aquela agonia. A minha noção de tempo e espaço ortóptera estava totalmente confusa naquela dimensão. Não conseguia orientar-me sem minhas antenas... Mas o besouro parou e rapidamente me tiraram de suas entranhas e me arrastaram prá dentro de uma enorme loca com muitos humanos em seu interior, usando o mesmo tipo de carapaça, exceto um, que postado em posição acima dos demais, me pareceu o líder. Para diante dele me levaram. Comunicaram algo a ele que, levantando a cabeça, disse: “Cubram o elemento com qualquer coisa... isso é uma indecência... atentado violento ao pudor...” Assustei-me (assustei-me?) ao entender perfeitamente o que ele dizia. Seria eu, realmente, um humano?
            Meteram-me dentro de uma carapaça impregnada do nauseabundo cheiro de humanos e me levaram novamente ao líder que, dirigindo-se a mim, perguntou: “Seu nome?” Ante meu silêncio e meu olhar atônito, vociferou: “Diga seu nome ou vai pro pau...” Apavorado (apavorado?), respondi: Não tenho nome líder, baratas não têm nome... Gargalhada geral e um soco na mesa. “Você é louco ou está zombando de minha autoridade?” Respondi timidamente: Não líder, não estou zombando de sua autoridade, sou realmente uma barata – um ortóptero – que assumiu esta forma humana inexplicavelmente após ser atingido por uma forte dose de inseticida quando, na noite passada, procurava alimentos... Ouvi alguém dizer: “É droga, ele está é cheio de droga.” O líder, que parecia também ser um sábio, olhou nos meus olhos e disse:” Não, não me parece drogado, parece-me estar passando por uma crise de identidade provocada por algum choque violento. Recolham-no a uma colônia para tratamento imediato e depois verei que providências tomar...” Ao ouvir a palavra colônia sorri (sorri?) aliviado e pensei: Ele entendeu que sou realmente uma barata e está me mandando de volta ao meu mundo. Dou graças à Barateus! Ele também e sorriu e ordenou: “Levem-no, tenho mais o que fazer...”
            De novo dentro do besouro metálico chacoalhando e suportando aquele ganido contínuo e ensurdecedor. De novo não consegui precisar o tempo e o espaço percorridos até o besouro parar e eu ser, de novo, retirado do seu interior e ser levado para uma loca muito maior que a do líder e..., frustração (frustração?). Era uma colônia de humanos... Ante um novo líder que chamou outro membro da colônia e determinou: “Levem-no para junto dos demais...” Levaram-me.
            Vi-me então num enorme pátio junto com muitos humanos bem estranhos, bem mais estranhos que aqueles que até então conhecera. Andavam a esmo uns, outros se mantinham encaracolados em cantos de paredes. Alguns choravam desesperadamente, alguns outros riam em descontrole. Uns estavam completamente nus, outros vestiam carapaças bem mais estranhas que as dos humanos normais (normais?). Observei que não se comunicavam, não se olhavam. Entrecruzam-se completamente alheios a presença uns dos outros. Estranha colônia, esta, bem diferente da minha, onde todos se conhecem, cumprimentam-se cortesmente com toques de antenas e outros códigos próprios.
            Naquela colônia se é castigado por tudo: por chorar ou por sorri; por comer muito ou por se recusar a comer; por dormir demais ou por não dormir... Os soldados da colônia são brutais e sádicos, batem em nós com varas finas e compridas que provocam muita dor e marcas que custam desaparecer. Quando algum membro da colônia reage é dominado e submetido a toda sorte de sevícia moral e física, quando não o atiram em minúsculas locas onde o infeliz fica privado da luz do sol - tão necessária a eles - sem poder mover-se e sem receber alimentação!
            Não sei há quanto tempo já estava ali, submetido à mais degradante condição que um ser humano (ser humano?) pode suportar quando, certo dia, apareceu diante de mim, o líder, o líder que ordenou meu recolhimento àquele inferno, mas, estranhamente, fiquei feliz em vê-lo. Aproximou-se, sorriu e tocou meu ombro. Esquivei-me do contato por medo e asco (medo e asco?), mas logo cedi. Algo naquele humano é diferente, há alguma coisa que nos aproxima. Teria sido ele uma barata submetida a essa mesma metamorfose atípica pela qual passei? Não sei, mas, para Barateus tudo é possível, seus mistérios são insondáveis a nós, meros ortópteros mortais. Ficamos um bom tempo nos observando sem nada falar até que ele quebrou o silêncio e perguntou: “Então Sr. Barata, como estão as coisas? Como tem sido seus dias aqui? Tem sido bem tratado?” Confiante (confiante?) contei-lhe tudo. Todos os maus tratos aos quais somos submetidos, eu e os demais membros da colônia. Ele ouviu e falou parecendo indignado: “Isso não é possível, vou tomar providências. Esses sádicos hão de pagar por essas vilanias... Esses pobres coitados... vocês, não podem ser tratados de forma tão cruel... Quanto a você, amigo barata, vou levá-lo para minha casa e, juntamente com minha esposa e filhos, ressocializá-lo, torná-lo útil à sociedade e por ela ser aceito. Sinto que em alguma época já foi assim. Vamos, você já sofreu demais.”
            Desta vez entrei no besouro metálico e sentei-me ao lado do líder e saímos. Algum tempo depois ele parou e disse: “Vou comprar roupas decentes para você.” Roupas? O que seria isso? Logo voltou carregado de pacotes e disse, parecendo ter lido meus pensamentos: “São coisas que vamos precisar para iniciar o processo de ressocialização, para que você possa ficar entre nós, sem causar e nem sofrer constrangimentos.”
            No trajeto até sua loca (que ele chamou de casa), foi me ensinando como agir diante dos humanos. Ensinou-me métodos de higiene pessoal, como comportar-me à mesa, enfim, como agir civilizadamente.
            Ante tanta boa vontade e preocupação do líder, vi-me na obrigação de ser sincero (sincero?) com ele. Disse-lhe que sentia certa aversão ao contato com os humanos, que a alimentação que me era imposta provocava-me náuseas. Contei-lhe que na colônia me obrigavam comer sob ameaça de varadas, mas que na ausência dos guardas regurgitava tudo o que engolia em locais afastados de suas vistas e comia novamente após alguns dias quando o alimento se tornava aceitável ao meu paladar de ortóptero. Ele olhou prá mim, sorriu novamente e disse: “Entendo, mas você vai ter que se esforçar. Comer e reter o alimento, caso contrário tudo vai por água abaixo e terá que retornar para a colônia.” Essa possibilidade me fez tremer e disse-lhe então: vou me esforçar, prometo.
            Antes ainda de chegar à sua loca, passou pela colônia onde é líder, entregou-me algumas carapaças de humanos e ordenou: “Vá lavar-se.” Lavar-me, o que é isso? Sorriu compreensivamente e determinou que um operário da colônia me acompanhasse e ensinasse lavar-me e vestir-me. Quando voltei ele olhou prá mim e com um largo sorriso nos lábios disse: “Agora sim, temos aqui um verdadeiro homem, vestido como tal.” Não disse nada, mas não me sentia como tal. Entramos no besouro e seguimos então para sua loca, digo, casa.
            Na casa esperavam por nós, sua fêmea e dois filhotes, o que estranhei. Apenas dois? Trataram-me com cuidado e curiosidade. A fêmea, logo se retirou dizendo: “Vou preparar o almoço, fique a vontade.” Os filhotes, que não consegui distinguir se eram macho ou fêmea, mantiveram-se à distância comunicando-se baixinho, mostravam suas línguas asquerosas e faziam trejeitos estranhos. Não me agradaram, mas procurei entender. São filhotes e filhotes são assim mesmo, irreverentes, sejam de que espécimes forem... Logo a fêmea voltou dizendo: “Vamos almoçar, a mesa está posta.” É agora, pensei, o grande teste, não posso decepcionar o líder. Ele olhou  prá mim, abaixou a membrana ocular e falou baixinho: “Vamos, você vai conseguir, fique me observando e repetindo tudo o que faço.” Assim fiz, ingeri todo o alimento que o líder fez questão de me oferecer, contendo o nojo e esforçando-me para não regurgitar, consegui. O líder repetiu o gesto anterior, dizendo: “Para a sala, assistir televisão (???) e conversar”. Os filhotes sumiram e ficamos só nos três, o líder, a fêmea e eu de frente para um caixote brilhante onde numa velocidade incrível apareciam humanos cantando, dançando e falando coisas que não entendia. Minha cabeça começou a rodar e de repente senti vontade de expelir meus dejetos orgânicos e o fiz naturalmente, como qualquer ortóptero, ali mesmo. Foi um pandemônio, a fêmea pareceu entrar em transe, começou a gesticular e gritar e correr feito barata tonta: “O que é isso, que imundície é essa? Tire esse animal daqui! Que horror, defecar em plena sala... Leve-o já daqui... que nojo!” O líder olhou prá mim, com um olhar estranho e disse: “Você não deveria ter feito isso. Vamos embora.” Levantou a parte traseira do seu besouro, me mandou entrar, fechou e senti o besouro sair em alta velocidade.  
            Voltamos a sua colônia, onde ele chamou o mesmo operário que me atendeu anteriormente, ordenando: “Leve-o para o banho e dê-lhe outras roupas, ficarei esperando aqui.” O líder estava zangado. Fiquei triste novamente. Quando voltei ele parecia mais calmo e falou sem aspereza: “Você vai ter que voltar para a colônia... Ainda não está preparado para o convívio social, mas não se preocupe, não será maltratado novamente... Denunciei às autoridades competentes o que ocorria ali. Demitiram toda a diretoria e vários funcionários. Além disso, irei visitá-lo todos os fins de semana. Vamos, já providenciei tudo”.
            O que vi e senti ao chegar à colônia, em nada me agradou. Não é mais um ambiente apropriado às baratas, tudo muito limpo e com cheiro de locas humanas, mas, enfim, como prometi ao líder, vou tentar acostumar-me já que é meu destino... assim Barateus designou, devo conformar-me.
            Como afirmou em nossa despedida, todos os fins de semana o líder vem visita-me, inspeciona tudo, faz-me perguntas sobre o tratamento que recebo bem como os demais membros da colônia e me leva prá passear em seu besouro. Levou-me a uma enorme loca que ele chama de “estádio”, onde uma multidão de humanos fica um bom tempo sentada, olhando uns humanos, lá embaixo correndo feito baratas tontas atrás de uma esfera branca. Os de cima gritam, pulam, abraçam-se... Depois de um bom tempo os lá de baixo voltam para as suas locas e os de cima saem. O líder, muito alegre, olhou prá mim e disse: “ganhamos.” Ganhamos o que? pensei.
            E assim transcorriam os finais de semana..., passeios no besouro, caminhadas em matas e assim por diante. Um dia levou-me a um lugar muito bonito, com uma enorme poça d’água que parecia viva e com muita areia em volta. Ali os humanos pareciam mais felizes. Corriam, pulavam na poça... a maioria ficava deitada na areia dormindo... usavam carapaças bem pequenas, o que achei bastante contraditório em relação ao estardalhaço que fizeram quando cheguei ao mundo deles, lembram?
            Na última visita, o líder chegou muito estranho, vestindo uma carapaça bastante colorida e trazendo enrolado no pescoço uns anéis de flores... Sorria e balançava o corpo sem parar. Jogou em mim uma carapaça igual a sua e disse: “Viste isso e vamos prá folia, hoje é carnaval.” Nada entendi, mas vesti e me senti ridículo – uma barata colorida, onde já se viu? Espero que nenhum semelhante me veja assim, vai ser um escândalo na colônia. Fomos então para a tal folia. Melhor seria dizer baderna. Uma multidão de humanos no meio da rua pulando que nem loucos. Machos e fêmeas sacudindo corpos e patas como se estivessem nos estertores da morte. Gritos, uivos e ganidos ininteligíveis... Eu, sem nada entender, era jogado de um lado pra o outro, abraçado, beijado (que nojo), procurava manter-me ao lado do líder para não me perder, pois não saberia voltar sozinho para a colônia. De repente o líder surgiu com um cilindro metálico, amarelo ouro, que ao ser apertado lança uma nuvem branca (seria inseticida?) que ele apara em um pedaço de pano com o qual comprime o nariz. O líder está cada vez mais agitado e voltando-se prá mim diz: “Cheira, é bom!” – o que é isso líder... quer que eu morra? – “Que nada, rapaz, cheira que dá o maior barato, vai...” Soltou uma gargalhada como se tivesse sido muito engraçado. Cheirei, da mesma maneira que ele e o que senti foi horrível, fiquei zonzo, senti náusea e ânsia de vômito, meu corpo começou a tremer por inteiro e enrugar-se e uma pressão interna me dava a impressão de que iria explodir... Em estado de semi consciência, apenas ouvi um grito: “Uma barata!” e outros gritos: “Mata! Pisa nela! Nesse sufoco, consegui ainda ver o líder agachar-se sobre mim, pegar-me em sua mão e correr. Correu até encontrar um buraco de esgoto, no qual me jogou, dizendo: “Vai, some, baratinha, volta aos teus... Um baque, uma dor lancinante e, novamente, a escuridão.
            Abri os olhos lentamente, sentindo uma brutal dor de cabeça e uma sede insuportável... Estava em decúbito dorsal, balançando todas as minhas seis patas tentando virar-me, ajudado pelos demais membros da colônia. Quando consegui, com a ajuda deles, arrastei-me até uma poça d’água e bebi freneticamente, observando minha bela cara refletida e respirando aliviadamente. Foi um pesadelo ou um delírio provocado pela inalação excessiva de veneno. Não contarei nada a ninguém, nem aos sábios, pois certamente me tomarão por louco e me mandarão para um asilo de baratas tontas...
*metamorfose. (espero que Kafka me perdoe por essa brincadeira despretenciosa).

Um comentário:

Manoel Andante disse...

Credo, essa foi genial! Kafka vai se queixar a Barateus que tem gente dele sacaneando com com os sonhadores... De agora em diante irei prestar mais atenção às baratas, vôte!