A. J. de O. Monteiro
A
saga do povo judeu é contada no velho testamento, pelos seus profetas. É uma
narrativa tendendo ao épico, repleta de feitos heroicos, de superações e de
resistência a toda sorte de perseguição e à escravidão. Essa saga todos conhecemos
se não pela leitura do Velho Testamento, conhecemo-la através dos filmes
hollywoodianos bancados pelos próprios judeus interessados em preservar sua
história e firmar conceitos positivos no mundo atual, pós 2ª Guerra Mundial,
holocausto e implantação do estado de Israel. Quem não se lembra do clássico “Os
Dez Mandamentos”, de Cecil B. DeMille?
Depois,
quando o cristianismo se firmou como religião dominante, a história tomou outro
rumo e os judeus perderam sua imagem épica e passaram a ser tratados como
traidores responsáveis pelos martírios e crucificação do Messias – Cristo, que
eles, judeus, não aceitam como tal. Nem os romanos, que condenaram Cristo à
morte por crucificação e executaram a sentença, foram tão execrados por seus
seguidores quanto os judeus.
Dizem
que a história ensina. Não acredito. Pois se ensinasse, os cristãos, tão
perseguidos, torturados e assassinados de formas brutais em arenas romanas não
teriam promovido a também brutal perseguição aos judeus através do Santo
Ofício. Tão pouco os judeus que, escorraçados por Nabucodonosor - Rei da
Babilônia – do Reino de Judá, viram-se dispersos pelo mundo, perseguidos e
escravizados em diversos países no período que antecedeu Cristo. Depois do
advento de Cristo e, como mencionei acima, com a prevalência do catolicismo no
mundo, voltarem a ser perseguidos e condenados à morte em fogueiras caso não
aceitassem o Cristo como o verdadeiro Messias filho de Deus. Nem assim houve
aprendizado histórico. Também não houve com o holocausto na 2ª Grande Guerra
onde, se diz, Hitler mandou matar seis milhões de judeus. Nada disso lhes
ensinou. Hoje de perseguidos, passaram a perseguidores do povo palestino.
Israel
não aprendeu que a terra que lhe foi prometida não lhe foi dada por Deus, mas
sim, pela Assembleia Geral da ONU. Essa mesma Assembleia que reconhece a
Palestina com Estado Observador – tão somente – e que Israel solenemente ignora
e, pior, adota medidas retaliativas contra aquele povo.
Israel
é hoje novamente protagonista e conta a história conforme sua visão e seus
interesses com o beneplácito de uns, a omissão de outros (países) tentando
firmar para o resto do mundo que todos os palestinos são terroristas
ensandecidos e precisam ficar isolados, e sem identidade territorial.
“Esquecem” quem foram Bem Gurion, Golda Meir, Moshe Dayan, Shimon Peres, dentre
outros, nos anos que precederam a decisão da ONU.
O
novo profeta de Israel – Benyanim Netanyahu – demonstrando seu total desprezo
pelas convenções e leis internacionais diz: “Não há decisão da ONU que possa
romper 4.000 anos de vínculo entre o povo de Israel e a terra de Israel”.
Vai
profeta, sobe o Monte Sinai para receber as novas tábuas da lei. Nelas trarás insculpidos
os dez mandamentos de Lúcifer. Teu trabalho será bem menos árduo que o de
Moisés, pois contas com a tecnologia do raio laser.
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