terça-feira, 4 de dezembro de 2012

AS TÁBUAS DO ÓDIO





A. J. de O. Monteiro
                A saga do povo judeu é contada no velho testamento, pelos seus profetas. É uma narrativa tendendo ao épico, repleta de feitos heroicos, de superações e de resistência a toda sorte de perseguição e à escravidão. Essa saga todos conhecemos se não pela leitura do Velho Testamento, conhecemo-la através dos filmes hollywoodianos bancados pelos próprios judeus interessados em preservar sua história e firmar conceitos positivos no mundo atual, pós 2ª Guerra Mundial, holocausto e implantação do estado de Israel. Quem não se lembra do clássico “Os Dez Mandamentos”, de Cecil B. DeMille?
                Depois, quando o cristianismo se firmou como religião dominante, a história tomou outro rumo e os judeus perderam sua imagem épica e passaram a ser tratados como traidores responsáveis pelos martírios e crucificação do Messias – Cristo, que eles, judeus, não aceitam como tal. Nem os romanos, que condenaram Cristo à morte por crucificação e executaram a sentença, foram tão execrados por seus seguidores quanto os judeus.
                Dizem que a história ensina. Não acredito. Pois se ensinasse, os cristãos, tão perseguidos, torturados e assassinados de formas brutais em arenas romanas não teriam promovido a também brutal perseguição aos judeus através do Santo Ofício. Tão pouco os judeus que, escorraçados por Nabucodonosor - Rei da Babilônia – do Reino de Judá, viram-se dispersos pelo mundo, perseguidos e escravizados em diversos países no período que antecedeu Cristo. Depois do advento de Cristo e, como mencionei acima, com a prevalência do catolicismo no mundo, voltarem a ser perseguidos e condenados à morte em fogueiras caso não aceitassem o Cristo como o verdadeiro Messias filho de Deus. Nem assim houve aprendizado histórico. Também não houve com o holocausto na 2ª Grande Guerra onde, se diz, Hitler mandou matar seis milhões de judeus. Nada disso lhes ensinou. Hoje de perseguidos, passaram a perseguidores do povo palestino.
                Israel não aprendeu que a terra que lhe foi prometida não lhe foi dada por Deus, mas sim, pela Assembleia Geral da ONU. Essa mesma Assembleia que reconhece a Palestina com Estado Observador – tão somente – e que Israel solenemente ignora e, pior, adota medidas retaliativas contra aquele povo.
                Israel é hoje novamente protagonista e conta a história conforme sua visão e seus interesses com o beneplácito de uns, a omissão de outros (países) tentando firmar para o resto do mundo que todos os palestinos são terroristas ensandecidos e precisam ficar isolados, e sem identidade territorial. “Esquecem” quem foram Bem Gurion, Golda Meir, Moshe Dayan, Shimon Peres, dentre outros, nos anos que precederam a decisão da ONU.
                O novo profeta de Israel – Benyanim Netanyahu – demonstrando seu total desprezo pelas convenções e leis internacionais diz: “Não há decisão da ONU que possa romper 4.000 anos de vínculo entre o povo de Israel e a terra de Israel”.
                Vai profeta, sobe o Monte Sinai para receber as novas tábuas da lei. Nelas trarás insculpidos os dez mandamentos de Lúcifer. Teu trabalho será bem menos árduo que o de Moisés, pois contas com a tecnologia do raio laser.  

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