quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O FIM ESTÁ PRÓXIMO, IRMÃOS!





A. J. de O. Monteiro
                Há 65 milhões de anos, diz uma teoria científica – a mais aceita – um enorme meteoro colidiu com a Terra, mais precisamente na região de Golfo do México, desencadeando uma série de fenômenos naturais como terremotos, maremotos, tsunamis, erupções vulcânicas, além de envolver o planeta com densa nuvem de poeira que impediu a penetração dos raios solares por um longo período, o que provocou uma ruptura na cadeia alimentar e consequentemente a morte dos grandes répteis então existentes, os dinossauros e de quase todas as espécies de então.
                Milhões de anos mais tarde, com a natureza refeita e sob o domínio humano, Deus chamou Noé e disse-lhe que construísse uma arca grande o suficiente para caber nela toda sua casa – seus filhos Sem, Cão e Jafé, sua mulher e as mulheres de seus filhos – e um casal de cada animal existente na face da Terra, pois faria chover durante 40 dias e 40 noites. Pretendia o Criador refazer a humanidade, livrando-a dos corruptos, dos impuros e dos infiéis. Escolheu Noé e sua família, por serem puros, para dar origem a todos os povos a partir de então. Foi a primeira faxina étnica de que se teve notícia. Mas, mesmo assim, não obteve êxito. Desde então centenas de milhares de gerações se passaram trazendo com elas centenas de milhares de corruptos, impuros e infiéis. Creio que nem uma hecatombe nuclear extinguirá tais seres, eles e as baratas sobreviverão.
                Mas, como se vê, nenhum dos dois eventos – um natural e o outro decorrente de desígnios divinos – se constituiu em “fim do mundo”, como apregoado no apocalipse, com a humanidade sendo chamada à presença do Criador para dar conta de suas ações e receber as glórias ou os castigos merecidos.
                O homem, no entanto, não se dá por satisfeito e vive rebuscando no passado evidências para preconizar o “fim do mundo”. Recorre à escritos e escrituras. Relata visões e desenvolve teorias místico-científicas prevendo o termo final: hecatombes naturais, colisões de corpos celestes com a terra, pandemias e outras que tais inventadas por espertalhões que buscam benefícios pessoais, principalmente econômicos, através do domínio de mentes frágeis (idiotas, mesmo!)
                A bola da vez é o tal calendário maia que, segundo a interpretação dos “sábios” de plantão, marca o “fim do mundo” para o dia 21 de dezembro de 2012 – amanhã, sem, no entanto estabelecer uma hora exata. Essa dúvida me deixa aflito e com muitas dúvidas: devo banhar-me? tomo a última saideira? dou a saideira? Sei lá! Se eles tivessem precisado a hora seria mais fácil tomar decisões.  E o meu pagamento, que só após essa fatal estará disponível, o que será feito dele? Provavelmente algum banqueiro corrupto que certamente se salvará irá aplica-lo em um fundo qualquer. Talvez o fundo dos infernos. E o peru do natal? Vai ficar tostadinho se o apocalipse vier em forma de chamas ou morrer afogado se num novo dilúvio, pois, como é sabido, peru não sabe nadar.
                O que é certo, como sempre, é que tem muita gente  ganhando dinheiro com isso, a começar pelos produtores do filme “2012” que arrecadou milhões de dólares em bilheteria com seu festival de demolições. Até o Cristo Redentor entrou na história para honra e glória da nação tupiniquim.
                É certo também que um bando de idiotas está perdendo dinheiro estocando comida, construindo “bunker’s” e se mudando para algumas cidadezinhas do interior de Goiás que, segundo os místicos espertalhões, serão preservadas da hecatombe (por que Goiás e não o Piauí? Será que o Cachoeira e o Perillo fizeram Lobby?).
                De Minha parte prefiro acreditar na teoria segundo a qual a vida na Terra se extinguirá daqui a um bilhão de anos, em decorrência do superaquecimento do sol que provocará a evaporação de toda a água do planeta, tornando inviável a existência de qualquer espécie de vida nestas paragens.
                 Não creio em bruxas mas, por vias das dúvidas e de precavido que sou, vou usar desodorante com proteção 48 horas.

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