terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

YES, HABEMUS PAPAM.


Um nada santo Papa!

A. J. de O. Monteiro
            
             Depois que morreram D. Helder Câmara, o físico César Lattes,  Irmã Dulce e o escritor Jorge Amado, a imprensa brasileira desistiu de cogitar um prêmio Nobel para nosso país, pois após os acima citados, nenhum patrício com chances de disputar tal laurel apareceu.
                Mas a nossa briosa e patriota mídia não desiste de elevar um brasileiro a um posto de relevância internacional. No momento atual com a anunciada renúncia de Bento XVI, temos observado a postura farsista dos maiores veículos de comunicação passando para a o povo, principalmente para os católicos, que existem cinco cardeais brasileiros entre os “papáveis”. Isso é sofisma, porquanto todos os cardeais com menos de 80 anos são elegíveis. O que eles não dizem – mas nós sabemos – é que a igreja brasileira não tem representatividade política no Vaticano. Senão vejamos: O Brasil – dizem – tem o maior número de católicos dentre todos os países, mas, com apenas cinco cardeais, está bem distante da representatividade de países com bem menos católicos – Itália (28); EUA (11); Alemanha (6) e Europa como um todo (63). É de se observar que em toda história do catolicismo, apenas dois não italianos foram escolhidos Papa, mesmo assim, europeus.
                Mas, assim mesmo, façamos um exercício de imaginação elegendo um papa brasileiro. Creio que a coisa seria mais ou menos assim: Tão Logo a fumaça branca saísse da chaminé do Vaticano e o Cardeal Francisco da Silva assomasse à sacada do palácio ouviríamos a musiquinha tan-tan-tan tan-tan-tan e o ufanista brado do locutor de todos os grandes eventos: FRRRRRRRANISCO DA SILVA É É É É É É É DO BRASIL!!!! O cardeal camerlengo anuncia o nome adotado pelo novo pontífice: FRANCISCO BENTO I (Francisco em homenagem ao seu patrono – São Francisco e Bento em homenagem ao seu antecessor Bento XVI). Confesso que achei uma temeridade a escolha de tal nome pois irreverente como é o brasileiro, logo, logo começarão a chamá-lo de Xico Bento I.
                Imaginemos também a primeira audiência do nosso papa, na Praça de São Pedro, para a bênção “Urbe et Orbi”. Uma apoteose! A famosa Praça colorida com bandeiras de todos os times de futebol e escolas de samba do Brasil, dois trios elétricos com duas baianas pernudas berrando e pinoteando. Banquinhas vendendo fitas do Senhor do Bonfim, outras com CDs piratas com os hits homenageando o pontífice, churrasquinho de gato e, pasmem, uma ala de baianas de escola de samba acompanhada da ensurdecedora bateria. Enfim, o momento mais esperado Xico, digo, Francisco Bento I surge no balcão e ai ecoa em uníssono: A-HÁ, U-HU, O VATICANO É NOSSO!
                Por fim, como bom brasileiro, gostaria de contribuir para o sucesso do papado de Xico, digo, Francisco Bento I, sugerindo-lhe o nome do ítalo-brasileiro Salvatore Cacciola para presidente do IOR – Instituto de Obras Religiosas o Banco do Vaticano.
                

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