Manoel Emílio Burlamaqui de
Oliveira
Meu querido amigo, o jornalista Cláudio
Barros, em sua "Frente Ampla". no jornal Meionorte, deste domingo,
fez-me ver o quanto preciso aprender para engolir minhas ignorâncias... Pois
não é que encontrei uma observação onde a nossa inflação (sei que ela está
pedindo passagem às nossas autoridades monetárias, feito escolas de samba no
nosso carnaval) se prenuncia pela "facilidade com que estão circulando
notas de R$100"? Será que, com tanto carro zero rodando na cidade, com
tantos apartamentos sendo construídos e vendidos em Teresina, e no Brasil, com
tanto aumento salarial, não vale a pena creditar à distribuição de notas de 100
pelos Bancos a, também, uma crescente queda do desemprego, um crescente poder
aquisitivo da população, a um crescimento de nossa indústria e de nosso
comércio, bem como de nossa produção agrícola? Gostaria de pensar que o dragão
estivesse, apenas, nos sobrevoando, e que será abatido, antes que permaneça por
"uma longa temporada"...
Em outro local, vejo que a demanda de
serviços e de produtos básicos, como alimentos, vestuário, moradia, e outras
"besteirinhas" mais, crescente com a distribuição de renda, não tem
maior influência na nossa produção, no crescimento de nossa indústria, de nossa
agricultura e de nosso comércio, pois, pareceu-me que foi dito que a renda dos
brasileiros aumenta, misteriosamente, como decorrência da benevolência do
empregador, mesmo sem o crescimento da produção e do lucro que esse crescimento
propicia... A distribuição dos lucros da empresa já existe em nosso país (?), a
um nível de poder substituir programas de transferência de renda? Esse BIRD...
Finalmente, eu, que não consigo entender
criatura sem criador, nem evolução do nada, vejo que me tornei um
fundamentalista, incomodando, terrivelmente ao Criador, sem dúvida por achar,
Ele, que seria o Grande e Único Fundamentalista! Peço desculpa ao Claudio, por
querer uma vida melhor no outro mundo, ao procurar ser justo, honesto, coerente
com o que penso, sem ter medo do maldito buraco negro. Agora, explica-me, amigo
velho, essa tua intolerância com a "ignorância" dos que têm fé, essa
tua convicção de que o "instinto biológico da preservação da espécie é o
responsável pelo fundamentalismo de qualquer raiz”, também não se incluiria
como um tipo de fundamentalismo, a ponto de desejares que morramos todos, que
apelidas de fundamentalistas, ou tu acreditas que a sobrevivência da espécie
não é um mero dogma? Olha que já não sobrevive uma porção de espécies...
Fica certo, escriba, que não morrerei para
te fazer um favor. Quando o dia chegar, partirei sem medo, com fé, esperança e
amor, como aprendi com minha religião, sem nem saber que isso poderia ser
chamado de fundamentalismo... Credo!
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