terça-feira, 1 de outubro de 2013

MORAL, ÉTICA E PRAGMATISMO


Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira

                Conceitualmente, Moral “é um conjunto de regras, normas, que orientam, regulam, o comportamento do homem na sociedade”. Já, a Ética, “é a forma, individual, de como age, reage, face a esses regulamentos morais.” (Ponho as aspas, por serem conceitos milenares, encontrando-os, com palavras semelhantes, nos escritos dos filósofos de todos os tempos...) Enquanto a moral, e/ou, seus princípios, acompanham o surgimento da sociedade e tem caráter obrigatório (Durkheim), a Ética é relativa ao caráter das pessoas. O Pragmatismo, cujo valor principal, é a obtenção dos resultados que o indivíduo ou as instituições almejam, desdenha da Ética e da Moral, seguindo o seu filósofo, político, e criador, Maquiavel, quando afirma que ´”a política é a arte do possível”. Quem leu seu livro “O Príncipe”, pode ter escandalizando-se, não, apenas, com seu princípio filosófico “os fins justificam os meios”, mas, sobretudo com seus conselhos ao Príncipe para aprender a não ser bom, por que, para se dar bem, mentir, trapacear, não ter palavra, roubar, deveriam ser encarados como necessários ao sucesso ( Parecido com “o negócio é levar vantagem”, não?). O povo brasileiro nunca teve acesso a um conhecimento que lhe permitisse analisar e criticar nossas instituições, os atos e as ações de “nossos” representantes, os julgamentos de nossos juízes, a legalidade dos protestos e das reivindicações dos excluídos, a ilegitimidade de leis imorais, caducas, contraditórias, injustas, que, ainda hoje, se aplicam no nosso quotidiano. O povo brasileiro acostumou-se e aceitou a “lei de Gerson”, o “dando é que se recebe”(uma injúria a um homem santo!), às promessas não cumpridas, `as falcatruas, aos roubos de toda a natureza, a privatarias e mensalões, aos escandalosos abraços e acordos com quem, antes, eram considerados malfeitores públicos, pois, foi-nos incutido que tudo isso, e muito mais, é uma exigência da tal “governabilidade” e é uma característica desse malfadado “estado democrático de direito" Os letrados, os intelectuais, os doutores, os jabotis que colocamos em cima da árvore, leram, gostaram , assimilaram, e puseram em prática, o maquiavelismo. É preciso citar nomes? Não o creio. Eles ainda estão trepados, ou querendo ser colocados, lá, de novo. Acredito na mudança. Não tão rápida, como desejamos, nem tão lenta, como esperam nossos políticos. Novos agentes entraram em campo, pondo a tal mídia de orelhas em pé. A “liberdade de imprensa” deles está indo pro beleléu, com suas falsidades, sua subserviência, paga, naturalmente, seu comprometimento e sua conivência com o poder. Esperemos as novas campanhas políticas, as novas eleições, para sentirmos o que prenunciarão. 

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