Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira
Todos
vocês estão lembrados dessa frase, que era usada, como título, de uma página da
quase centenária revistinha “Seleções Readers Digest”. Pois é, depois de
criticar nosso “estado democrático de direito”, fiquei a me perguntar: “e
agora, Manoel?” (com mil perdões a nosso poeta maior...). Agora, me respondi, o
negócio (alô Gerson) é quebrar todas as bolas de cristal, aminha e a de vocês,
amigos do faceboook, e rir, pra não chorar, desse Brasil aprendiza de
feiticeiro. E, para não rir sozinho, passo a lhes contar um sonho, resultante
de minhas vãs preocupações com o andar de nossa carruagem.
Após
ingerir umas e outras, em roda de amigos desocupados e despreocupados com o
andar dos anos, retornei ao meu ninho, em busca de uma cama amiga... Foi
encontra-la e nela cair já de olhos fechados... De repente, vejo-me em
Brasília, frente a duas enormes cuias (uma emborcada), fazendo parte de uma
multidão enorme, que adentrava àquele niemayerano, sabe Deus, em busca de
que!
Atravessamos
muitas salas, com nomes esquisitos, tais como, “o negócio é levar vantagem”,
onde se encontravam boxes chamados “compras e vendas”, subdividido em “a grosso”
e “em retalhos”; “é dando que se recebe”, com outros boxes, sendo que um me
chamou a atenção pois trouxe a minha lembrança a nossa Teresina, o de nome “troca-troca”;
mais um, com o nome de “miudezas em geral”, e mais outro, o “leilões”... E
fomos andando, até uma imensa sala, cujo nome, Maquiavel, homenageava o gênio
político que condenou a ética, a moral, o pudor, ao ostracismo, por serem tais
valores, inventados pelas religiões, principalmente, o cristianismo,
impeditivos da “arte do possível”.
Vi
que tal sala era ondo o Congresso fazia suas sessões plenárias. E, coincidência
(ou não) estava havendo uma... De relance, notei que umas três “bancadas”
faziam uma zoada danada. Aproximando-me vi seus nomes: pragmatistas,
hipocrisistas e idealistas (esta última, bem pichichitinha). Então, quando toda
aquela massa humana estava dentro do plenário, deu-se a melodia.
Cada
homem, cada mulher, cada jovem, que, ali, adentou, puxou uma chibata e começou
a usá-la nos senadores e deputados, ali reunidos, salvando-se uns poucos, protegidos
por que conhecia suas posturas em defesa da sociedade. Eu mesmo aproveitei para
resguardar da taca, o Romário e o meu amigo Cristóvam Buarque, e assisti
outros, com o Pedro Simon e o Suplicy, sendo salvos por conterrâneos! Foi feito
um corredor polonês, e o pau comeu. Gritos, gente que se mijava, choros, e
pedidos de perdão... Foi quando, não sei explicar como (só em sonho) vi-me com
uma grossa palmatória na mão, castigando uma bunda branquinha, e, surpresa, do
homem do cura-gay!
Credo,
a coisa estava ficando pra lá de boa! Mas, como o que é bom dura pouco,
chamaram os defensores da democracia de direita (oops) quis dizer “estado
democrático de direito” e lá veem as forças de terra, mar e ar, para botarem
fim naquela marmota... Foi quando acordei, pois não aguentaria mais uma prisão,
ainda que, por motivos relevantes...
Tô
ficando é mais veio, num é mais besta...
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