terça-feira, 8 de abril de 2014

SOBRE “NÃO TEM REMÉDIO”



A. J. de O. Monteiro.
                A memória é um mecanismo interessante e pouco explicado. Alguns fatos por nós vividos ficam em algum desvão da mente por anos e anos, até que um dia um click de qualquer origem (externa ou interna) aciona essa máquina, trazendo para a tona fatos e imagens ali arquivados independentemente de nossa vontade.
                Dias atrás me caiu às mãos, um exemplar da revista Veja Brasília, que o nostálgico aqui leu de “cabo a rabo”, resgatando, a cada página, um pouco dos 22 anos que morou naquela cidade mágica, de onde saiu há 18 anos.
                Nas páginas coloridas da revista, revi lugares por onde, cotidianamente passei sem prestar muita atenção talvez na certeza de que “amanhã” veria novamente e “depois de amanhã” também. Afinal tudo estava ali a meu dispor era como se tudo aquilo fosse meu e, nesse caso, o olhar do “dono” é displicente. Diferentemente do olhar do visitante que esmiúça as novas imagens em seus detalhes como se dissesse: - “tenho absorver disso o máximo, pois não sei se terei nova oportunidade de ver”. Fotografa tudo com as memórias que tem: a mecânica e a mental, para mostrar e narrar depois.
                Na última página da revista, deparei com uma crônica sob o título: “Não tem remédio”. De pronto pensei tratar-se de uma abordagem ao sistema político brasileiro – sem remédio mesmo – ou algum artigo médico a respeito de uma doença incurável. Afinal a imprensa fatura horrores explorando o caráter hipocondríaco do brasileiro que se reflete na pujança da indústria farmacêutica e no enorme e escandaloso comércio de medicamentos. Mas, não é nada disso.
                A crônica de Daniel Cariello, que republiquei no “Brogue da Tia Corina”, expõe de maneira bem humorada um “problema” que aflige os visitantes ou os chegantes à Brasília nos seus deslocamentos a procura de um endereço. Se ele vai a uma “Super Quadra” ou a uma “Entrequadra”, não pode errar a “tesourinha de acesso ao destino”. Se isso ocorrer, deve encher-se de paciência, tentar voltar ao ponto de partida e fazer nova tentativa.
                Após a leitura da crônica, fiquei a recordar diversas situações semelhantes pelas quais passei, principalmente nos meus primeiros anos de “candango”. Passei por esses apuros tanto no Plano Piloto quanto nas Cidades satélites cujas concepções urbanísticas formam verdadeiros labirintos.
                Portanto, caro amigo, se você for à Brasília pela primeira vez, recomendo levar mais que um par de sapatos e dinheiro bastante para usufruir do excelente e caro polo gastronômico da Cidade... Boa viagem... E saúde! 

3 comentários:

Ana Bailune disse...

Bom dia! E tomar táxi em Brasília pode ser bem caro também... mas o surpreendente, é que os carros sempre param nas faixas quando veem alguém se aproximando para atravessar a rua, o que não acontece por aqui. Bom dia pra você, gostei do post.

Antonio José de Oliveira Monteiro disse...

Muito obrigado pelo comentário, Prof.ª Ana Bailune.
Bom dia.

Anônimo disse...

Ah saudosa Brasília... apesar do pouco tempo em que vivi tenho lembranças de uma infância feliz.
(Simone Monteiro)