A. J. de O. Monteiro.
A
memória é um mecanismo interessante e pouco explicado. Alguns fatos por nós
vividos ficam em algum desvão da mente por anos e anos, até que um dia um click
de qualquer origem (externa ou interna) aciona essa máquina, trazendo para a tona
fatos e imagens ali arquivados independentemente de nossa vontade.
Dias
atrás me caiu às mãos, um exemplar da revista Veja Brasília, que o nostálgico
aqui leu de “cabo a rabo”, resgatando, a cada página, um pouco dos 22 anos que
morou naquela cidade mágica, de onde saiu há 18 anos.
Nas
páginas coloridas da revista, revi lugares por onde, cotidianamente passei sem
prestar muita atenção talvez na certeza de que “amanhã” veria novamente e
“depois de amanhã” também. Afinal tudo estava ali a meu dispor era como se tudo
aquilo fosse meu e, nesse caso, o olhar do “dono” é displicente. Diferentemente
do olhar do visitante que esmiúça as novas imagens em seus detalhes como se
dissesse: - “tenho absorver disso o máximo, pois não sei se terei nova
oportunidade de ver”. Fotografa tudo com as memórias que tem: a mecânica e a
mental, para mostrar e narrar depois.
Na
última página da revista, deparei com uma crônica sob o título: “Não tem
remédio”. De pronto pensei tratar-se de uma abordagem ao sistema político
brasileiro – sem remédio mesmo – ou algum artigo médico a respeito de uma
doença incurável. Afinal a imprensa fatura horrores explorando o caráter
hipocondríaco do brasileiro que se reflete na pujança da indústria farmacêutica
e no enorme e escandaloso comércio de medicamentos. Mas, não é nada disso.
A
crônica de Daniel Cariello, que republiquei no “Brogue da Tia Corina”, expõe de
maneira bem humorada um “problema” que aflige os visitantes ou os chegantes à
Brasília nos seus deslocamentos a procura de um endereço. Se ele vai a uma
“Super Quadra” ou a uma “Entrequadra”, não pode errar a “tesourinha de acesso
ao destino”. Se isso ocorrer, deve encher-se de paciência, tentar voltar ao
ponto de partida e fazer nova tentativa.
Após
a leitura da crônica, fiquei a recordar diversas situações semelhantes pelas
quais passei, principalmente nos meus primeiros anos de “candango”. Passei por
esses apuros tanto no Plano Piloto quanto nas Cidades satélites cujas
concepções urbanísticas formam verdadeiros labirintos.
Portanto,
caro amigo, se você for à Brasília pela primeira vez, recomendo levar mais que
um par de sapatos e dinheiro bastante para usufruir do excelente e caro polo
gastronômico da Cidade... Boa viagem... E saúde!
3 comentários:
Bom dia! E tomar táxi em Brasília pode ser bem caro também... mas o surpreendente, é que os carros sempre param nas faixas quando veem alguém se aproximando para atravessar a rua, o que não acontece por aqui. Bom dia pra você, gostei do post.
Muito obrigado pelo comentário, Prof.ª Ana Bailune.
Bom dia.
Ah saudosa Brasília... apesar do pouco tempo em que vivi tenho lembranças de uma infância feliz.
(Simone Monteiro)
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