Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira
Crescimento econômico (custos e benefícios)
O
progresso do conhecimento humano, a partir da idade da pedra (era paleolítica),
com a feitura armas de pedras aguçadas, para defesa e para a obtenção de
alimentos do homem primitivo, tornou a nossa história das invenções e das
descobertas uma maravilhosa viagem, através do tempo, ao nos encontrarmos com o
fogo, com a roda, com o arado, com a escrita, com os algarismos, com o
calendário, ou com a luneta, o telescópio, com o relógio, com as caravelas, as
máquinas e o barco a vapor, o prelo, a imprensa, a luz elétrica, o telefone sem
fio, o telégrafo, o balão e o avião, com a aspirina e a penicilina, e com
outros milhares de frutos da criatividade e da pesquisa humanas. Cumpre, aqui,
uma primeira observação: invenções e descobertas beneficiaram a todas as nações
e todos os homens, ou somente aos donos do poder e das riquezas? E o seu uso,
teria sido, apenas para o bem? Vejamos o verso da moeda: guerras, invasões,
extermínios de povos e culturas, genocídios, rapinas, dominação, servidão,
escravidão, fome, lutas fraticidas, etc., etc.,, nos dizem que o crescimento
econômico, o progresso, não se transformou em desenvolvimento, isto é, não foi
utilizado para tal. E, muitas dessas descobertas e invenções serviram, também,
a essa face da moeda, a exemplo das caravelas, da pólvora, dos armamentos, da
bomba atômica! Não será tarefa nossa, nesse momento, avaliar esse tipo de
crescimento, pois teríamos que recorrer a princípios morais e éticos. Aliás, o
horror das conquistas, o horror das dominações, o horror da exploração humana,
já teve um defensor, o pai do pragmatismo, que justificava os meios para
alcançar os fins: Maquiavel, filósofo, político, historiador e escritor notável
do século XV. A História, como o Passado, é imutável. Mas, erros, cometidos
ontem, podem ser evitados, hoje e no futuro. Desenvolvimento é correção de
erros, é pesquisa e elaboração de novos caminhos, é crescimento humano. É um
processo que não admite escolhidos e abandonados, pois é do homem, de todos os homens.
(continua)
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