terça-feira, 2 de setembro de 2014

COLOCANDO OS PINGOS NOS III... VI - A DEMOCRACIA NOSSA DE CADA DIA



Manoel Emílio Burlamaquui de Oliveira
                O nosso sistema de poder, do "quero, posso e mando", resultado de um processo de manipulação de nossas leis, principalmente, de nossa legislação politico-eleitoral, a que deram o nome de governo democrático de direito, criou outra aberração político- ideológica, permitindo todos os tipos de coligações partidárias, por absurdas que possam parecer... Acredito que nem seja necessário apontá-las, pois são encontradas, antes, e depois, das eleições, em todo o território nacional, nos níveis nacional, estadual e municipal. Não por pensarem, os partidos coligados, semelhantemente, mas, tão somente, para gozarem de benefícios pecuniários e/ou da participação no poder, sem quaisquer programas, projetos, ou simples propostas, justificadas racionalmente. Que visem o bem comum ou o bem estar do povo brasileiro. E haja partidos, criados sem ver de que, 34, atualmente! Sabem como os políticos e seus partidos justificam mais essa sacanagem? Apelidaram-na de inerente à Governabilidade!
                Transcreverei, em seguida, um texto, que, salvo melhor juízo, procura esclarecer esse tema:
A COLIGAÇÃO É A MÃE DA GOVERNABILIDADE
Wilsom Carlos Fuá
                Com as coligações entre partidos que têm estatutos com fins incoerentes, as alianças entre partidos com ideologias diferentes, ocorrem através de negociações que envolvem empregos e cargos importantes na administração pública.
                Os responsáveis por esse tipo de aliança, antes das convenções só pensam em duas coisas: ganhar um maior tempo no horário eleitoral e vencer as eleições.
                Hoje a maioria das coligações são marcadas pelo pragmatismo da vitória a qualquer custo, os políticos imaginam a processo eleitoral como se fosse resumido apenas uma soma de votos.
                E depois?
                Quando se chega a este ponto o problema não é uma pessoa que vai governar, mas todo o falido sistema eleitoral.
                As coligações fazem um grande “achaque” a ideologia partidária e a democracia; os eleitores são votar em um programa de governo, onde se mistura gatos com ratos; vão votar em acordos que dariam vergonha até aos cínicos; são negociações de todo tipo camufladas, como: financiamento de candidatos de partidos nanicos com caixa 2; negocia-se a vaga do vice-prefeito sem saber do passado de pessoa que será indicada; são negócios sem querer saber os nomes dos sócios.
                O pior é que esses negócios camuflados avançam até o fim de governo, não tem como acender uma vela para Deus e outra para o diabo, esse acordos republicanos nunca levam em consideração a ideologia partidária nem a durabilidade que ela deve ter. Geralmente, são desfeitos logo após as eleições ou reafirmados em nome da governabilidade.
                O pior é que esses tipos de coligações são ampliadas e se estendem pelo Brasil afora, virou modelo e destaque o acordo entre Lula e Maluf, foi retratado na política do Brasil: os fins justificam os meios, a ética e moral passam longe dessas alianças.
                A imagem do abraço de Lula ao Maluf, apenas escancarou o que já ocorre em forma de acordos, que tem um nome espetaculoso chamado de governabilidade.
                O Maluf é do PP, o PP já ajudava o PT a governar e o PP faz parte do governo da Econ. Dilma.
                O PP ocupa cargos de Ministérios e “apoia” os projetos de governo nas votações no Senado e na Câmara, e historicamente membros desse PP faziam parte do Mensalão, então o abraço de Lula ao Maluf representou aquilo que a história ainda não tinha ainda registrado.
                Só não contaram para Erundina? Óh! Coitada.
                Só não contaram para alguns jornalistas que se espantaram: meu Deus do céu, Lula abraçando Maluf! Óh! Coitados.
                Com aquele retrato histórico do abraço de Lula ao Maluf, (que foi provocado pelo próprio Lula) trouxe a público, o verdadeiro significado do que é a política no Brasil, São negociações sem ética, feita nos moldes “toma lá dá cá”, é a parte mais nojenta e vergonhosa da política.
                O fim das coligações para as eleições proporcionais fará um grande mal aos pequenos partidos, mas, por outro lado, proporcionará um grande bem para a política e para a democracia.
                São problemas concretos, que são jogados na nossa cara, os fins buscados são diferentes ao que pensa o povo, o que vemos são forças que no passado foram antagônicas hoje estão unidas para atingir os mesmo meios.
                Em quanto não vem a Lei que dê fim as coligações por elas serem contraditórias a fidelidade partidárias, amigos eleitores, façam um “servicinho” de assepsia e usem luvas por causa da contaminação, faça justiça com as suas próprias mãos: descarte partidos que estão fazendo coligações incoerentes a ideologia e aos seus estatutos, não vote em candidatos incoerentes e que visam o poder a qualquer custo.
                Pense muito antes de votar, pois o mundo político está de cabeça para baixo: quem um dia lutou pela liberdade está hoje unido a aqueles que usaram recursos ditatoriais e repressivos; quem um dia deu seu futuro em prisões e movimentos sociais, hoje faz acordos com pessoas que tem passado historicamente antagônico ao seu.
                Não se constrói uma nova sociedade utilizando os mesmos recursos predominantes nas velhas estruturas sociais, estão rasgando as páginas da história e jogando no lixo todas as lutas e conquistas em nome de acordos espúrios.
                A redemocratização custou vidas, foram experiências de luta comandadas por movimentos sociais, e um desses movimentos, ficou expressado e teve como emblema “DIRETAS JÁ” simbolizada na figura e no nome de Dante de Oliveira, e que hoje são páginas registradas na história deste país.
                Hoje estão fazendo política usando meios inadequados até tornarem se insuportáveis aos olhos do povo.
                Para ganhar e governar, depois dos casamentos entre as alianças, nascem os filhos dos rebentos denominados de coalizões ou acordos impublicáveis. Quanto custa essas coligações e esses acordos de governabilidade para o Brasil?
                Quanto custam essas alianças e esses acordos cada vez mais contraditórios para a própria democracia?
                Diga aí, doutores em ciência política.
                Diga aí, senhores marqueteiros.
                Mas, o povo é sábio e dará a resposta na hora certa.
                Quando?

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