Manoel Emílio Burlamaquui de
Oliveira
O
nosso sistema de poder, do "quero, posso e mando", resultado de um
processo de manipulação de nossas leis, principalmente, de nossa legislação
politico-eleitoral, a que deram o nome de governo democrático de direito, criou
outra aberração político- ideológica, permitindo todos os tipos de coligações
partidárias, por absurdas que possam parecer... Acredito que nem seja
necessário apontá-las, pois são encontradas, antes, e depois, das eleições, em
todo o território nacional, nos níveis nacional, estadual e municipal. Não por
pensarem, os partidos coligados, semelhantemente, mas, tão somente, para
gozarem de benefícios pecuniários e/ou da participação no poder, sem quaisquer
programas, projetos, ou simples propostas, justificadas racionalmente. Que
visem o bem comum ou o bem estar do povo brasileiro. E haja partidos, criados
sem ver de que, 34, atualmente! Sabem como os políticos e seus partidos
justificam mais essa sacanagem? Apelidaram-na de inerente à Governabilidade!
A COLIGAÇÃO É A MÃE DA
GOVERNABILIDADE
Wilsom Carlos Fuá
Com
as coligações entre partidos que têm estatutos com fins incoerentes, as
alianças entre partidos com ideologias diferentes, ocorrem através de
negociações que envolvem empregos e cargos importantes na administração
pública.
Os
responsáveis por esse tipo de aliança, antes das convenções só pensam em duas
coisas: ganhar um maior tempo no horário eleitoral e vencer as eleições.
Hoje
a maioria das coligações são marcadas pelo pragmatismo da vitória a qualquer
custo, os políticos imaginam a processo eleitoral como se fosse resumido apenas
uma soma de votos.
E
depois?
Quando
se chega a este ponto o problema não é uma pessoa que vai governar, mas todo o
falido sistema eleitoral.
As
coligações fazem um grande “achaque” a ideologia partidária e a democracia; os
eleitores são votar em um programa de governo, onde se mistura gatos com ratos;
vão votar em acordos que dariam vergonha até aos cínicos; são negociações de
todo tipo camufladas, como: financiamento de candidatos de partidos nanicos com
caixa 2; negocia-se a vaga do vice-prefeito sem saber do passado de pessoa que
será indicada; são negócios sem querer saber os nomes dos sócios.
O
pior é que esses negócios camuflados avançam até o fim de governo, não tem como
acender uma vela para Deus e outra para o diabo, esse acordos republicanos
nunca levam em consideração a ideologia partidária nem a durabilidade que ela
deve ter. Geralmente, são desfeitos logo após as eleições ou reafirmados em
nome da governabilidade.
O
pior é que esses tipos de coligações são ampliadas e se estendem pelo Brasil
afora, virou modelo e destaque o acordo entre Lula e Maluf, foi retratado na
política do Brasil: os fins justificam os meios, a ética e moral passam longe
dessas alianças.
A
imagem do abraço de Lula ao Maluf, apenas escancarou o que já ocorre em forma
de acordos, que tem um nome espetaculoso chamado de governabilidade.
O
Maluf é do PP, o PP já ajudava o PT a governar e o PP faz parte do governo da
Econ. Dilma.
O
PP ocupa cargos de Ministérios e “apoia” os projetos de governo nas votações no
Senado e na Câmara, e historicamente membros desse PP faziam parte do Mensalão,
então o abraço de Lula ao Maluf representou aquilo que a história ainda não
tinha ainda registrado.
Só
não contaram para Erundina? Óh! Coitada.
Só
não contaram para alguns jornalistas que se espantaram: meu Deus do céu, Lula
abraçando Maluf! Óh! Coitados.
Com
aquele retrato histórico do abraço de Lula ao Maluf, (que foi provocado pelo
próprio Lula) trouxe a público, o verdadeiro significado do que é a política no
Brasil, São negociações sem ética, feita nos moldes “toma lá dá cá”, é a parte
mais nojenta e vergonhosa da política.
O
fim das coligações para as eleições proporcionais fará um grande mal aos
pequenos partidos, mas, por outro lado, proporcionará um grande bem para a
política e para a democracia.
São
problemas concretos, que são jogados na nossa cara, os fins buscados são
diferentes ao que pensa o povo, o que vemos são forças que no passado foram
antagônicas hoje estão unidas para atingir os mesmo meios.
Em
quanto não vem a Lei que dê fim as coligações por elas serem contraditórias a
fidelidade partidárias, amigos eleitores, façam um “servicinho” de assepsia e
usem luvas por causa da contaminação, faça justiça com as suas próprias mãos:
descarte partidos que estão fazendo coligações incoerentes a ideologia e aos
seus estatutos, não vote em candidatos incoerentes e que visam o poder a
qualquer custo.
Pense
muito antes de votar, pois o mundo político está de cabeça para baixo: quem um
dia lutou pela liberdade está hoje unido a aqueles que usaram recursos
ditatoriais e repressivos; quem um dia deu seu futuro em prisões e movimentos
sociais, hoje faz acordos com pessoas que tem passado historicamente antagônico
ao seu.
Não
se constrói uma nova sociedade utilizando os mesmos recursos predominantes nas
velhas estruturas sociais, estão rasgando as páginas da história e jogando no
lixo todas as lutas e conquistas em nome de acordos espúrios.
A
redemocratização custou vidas, foram experiências de luta comandadas por
movimentos sociais, e um desses movimentos, ficou expressado e teve como
emblema “DIRETAS JÁ” simbolizada na figura e no nome de Dante de Oliveira, e
que hoje são páginas registradas na história deste país.
Hoje
estão fazendo política usando meios inadequados até tornarem se insuportáveis
aos olhos do povo.
Para
ganhar e governar, depois dos casamentos entre as alianças, nascem os filhos
dos rebentos denominados de coalizões ou acordos impublicáveis. Quanto custa
essas coligações e esses acordos de governabilidade para o Brasil?
Quanto
custam essas alianças e esses acordos cada vez mais contraditórios para a
própria democracia?
Diga
aí, doutores em ciência política.
Diga
aí, senhores marqueteiros.
Mas,
o povo é sábio e dará a resposta na hora certa.
Quando?

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