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Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira
A
ganância pelo poder tornou os mestres da politicagem piauiense, esquecidos e
despudorados. Não pensam o que falam, da mesma maneira que não falam o que
pensam... Não falam do que praticam, como não praticam o que falam.
Contradizem-se com a maior tranquilidade, na convicção de que continuarão
convencendo o povo de que eles serão, ainda, o santo remédio para os males do
Piauí.
Recomeçou
o discurso da “reconstrução do Estado”... No próprio discurso, admitem que o
Piauí transformou-se em escombros, porque não se reconstrói o nada. Reconhecem,
insensatos como eles o são, que a deterioração do Estado deve-se às más
administrações, aos maus políticos que têm dirigido essas administrações. E,
tentam dar a entender ao povo, que eles nada têm com isso, como se estivessem
ausentes, como se não existissem, como se não fossem, eles próprios, os donos
do poder, os “representantes do povo”, os dirigentes do Estado, nestas longas
décadas.
Os
Jovens Herdeiros, dos velhos “Coronéis” (alguns deles bem que merecem, ainda, o
titulo de ‘coronel’), estarão renegando o seu passado? Estarão maldizendo o
antigo (e atual) domínio do latifúndio, que impediu o desenvolvimento do Piauí,
e que lhes entregou, como se fosse herança, o comando do Estado? Ou estarão
fazendo um mea-culpa dos seus atos e omissões, que conduziram nossa terra à
derrocada?
De
4 em 4 anos, uns falam como oposição, outros defendem o governo. Depois, quase
sempre, há um revezamento. Mas, o analfabetismo continua, a mortalidade
infantil continua, o êxodo rural continua, o desemprego continua, as favelas
continuam, e, eles, os políticos de sempre, continuam a falar que vão
reconstruir o Piauí.
Cícero,
o tribuno romano, haveria de clamar, em linguagem atual, “até quando, minha
gente, irão, esses demagogos, abusar de nossa paciência?”
Não,
os Jovens Herdeiros não estão arrependidos do que fizeram e do que fazem. Não
estão maldizendo um passado que os colocou no Poder. Não estão insatisfeitos
com os empregos de seus familiares. Não estão querendo devolver os cargos
públicos por que tanto brigaram. Não torcem pela anulação dos contratos de
serviços, de que tanto se beneficiam. Não estão pedindo para prestarem conta
dos dinheiros públicos recebidos. Estão, isso sim, é querendo mais...
Políticos
profissionais, querem continuar a viver à custa do povo, a mandar à custa do
povo, a gozar à custa do povo!
Exploram,
quando estão na oposição os salários de miséria do funcionalismo público, mas,
os seus, estão sempre aumentando. E, tão profissionais eles são que já criaram
aposentadorias para si próprios. Só falta a carteira do Ministério do Trabalho
para nem precisarem mais de eleições nem de votos populares, pois se
considerariam com estabilidade nesse emprego “representantes do povo”. Belos
representantes!
O
discurso da “reconstrução” não vai mudar. O discurso da “moralização” não vai
mudar. As promessas de sempre, nunca cumpridas, não vão mudar. Do mesmo jeito,
com esses, “profissionais”, o Piauí, também, não vai mudar.
Que
tal mudarmos eles?
Gente,
isto foi escrito há 22 anos! E, tudo, continua sem mudar... Credo! Acho que vou
deixar de malhar em ferro frio...
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