quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A AÇÃO PARA A MUDANÇA – I


Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira

Amigos, depois de muito ler, muito pensar, muito analisar, muito criticar, verifiquei que as mudanças só acontecem com a ação, consciente, dos que lutam por elas, no sentido de propor uma maneira de levar ao povo ideias para o debate e o bom combate, que torne a verdadeira democracia e o desenvolvimento social o caminho a ser seguido por uma maioria, cada vez mais, consciente. Estou rabiscando algo a respeito, para saber da opinião de vocês e de como daríamos esse passo, sem nos envolvermos com a política partidária brasileira atual. Inté.
Iniciando nossa prosa...
Estou de volta para dar continuidade ao meu pensamento, submetendo-o à opinião, acréscimos, críticas, de todos vocês, quanto a sua validade, exequibilidade e viabilidade. Acho que a sua objetividade é fundamental, daí por que abandono incursões na História e na Filosofia, para me ater ao "Estado ideal", que persiga a implantação de uma verdadeira democracia e de uma política voltada, permanentemente, para o bem-estar do povo. Para tanto, necessário se torna que tal Estado seja do povo, isto é, seu Governo seja do povo, via uma representatividade escolhida livre e conscientemente pelo povo. Atrevo-me a ironizar aquela definição de democracia, "GOVERNO DO POVO, PELO POVO, E PARA O POVO, como se um governo do povo pudesse existir sem ele, fosse dirigido por ETs, e para o não povo... Como estaremos a falar da democracia brasileira, como explicar a não participação de 90% do nosso eleitorado na escolha dos candidatos a cargos executivos e legislativos do País, legalizando, ou chancelando, o "processo democrático" apenas com o voto em gente que nem conhecem direito, escolhida pelos donos dos partidos políticos existentes? Uma escolha consciente pressupõe o conhecimento da realidade brasileira, e do porque dessa realidade, um somatório das realidades de cada pessoa, de cada comunidade, de cada região, de como sobrevivemos, e o conhecimento de que essa realidade pode ser mudada, dependendo, tão somente, da escolha, que fizermos, de verdadeiros representantes de nossos desejos e esperanças... E, olhem, nem cheguei a falar de competência!
Vamos em frente!
A construção da Democracia
Vamos prosear sobre esse assunto? Óbvio que a Democracia não é um prato feito, remetido pelos deuses, para que o engulamos, como remédio pra nossas agruras e como a via única para caminharmos, em busca de nossa felicidade. Como, também, não é extraída da cartola dos mágicos, muito menos, fruto de uma determinação divina, como "Fiat Democracia" Se a Democracia é o governo do povo, como comprovar a sua existência e a sua legitimidade? (1ª pergunta); e, se é um tipo de governo, "governo do povo", e, assim, o governante é o povo, quem é governado, o próprio povo? Como isso se dá?(2ª pergunta); e, afinal de contas, permitam-me apimentar essa prosa, com mais duas indagações: O que é o Estado e quem o organizou? e, o que é o Estado Democrático? Desculpem, amigos, surgiu-me mais outra: Será que existem, a Democracia ou o Estado Democrático? Fique claro que tais perguntas são uma instigação para o debate, perguntas que indicam aonde quero chegar. (Até mais tarde, esperando receber as contribuições de vocês)
Raciocínios óbvios:

a) O Estado é a delimitação territorial e a organização política de um povo, de uma nação, que, de acordo com sua origem, sua cultura, seu poder, sua administração, seu governo, etc., recebe os mais diversos adjetivos, como Discricionário, Ditatorial, Socialista, Comunista, Absolutista, Autocrático, Democrático, Popular, Capitalista, como, também, é substantivado como Reino, Império, Potentado, República, etc., etc. Portanto, o Estado somente veio a ser pensado e apelidado de democrático, após os gregos (Sócrates, principalmente), discutirem sobre quem deveria governá-lo melhor: o povo. Daí, o nome Democracia; b) Quem organizou o Estado? para mim, os mais fortes. E, unidos a eles, os que explicavam o comportamento da natureza, criando deuses, a quem reverenciavam, e levando o povo a respeitá-los e temê-los, como intérpretes do divino... também para mim, o governo, sempre foi, e é, dos mais fortes, e o conhecimento da natureza, (não o comportamento) substituiu o divino pela ciência .Parece-me claro, então, que o povo, para se governar, e para que torne democrático o Estado, tem de ser tão forte quanto os seus atuais governantes, pois a sua participação nas decisões do poder é que caracteriza a democracia c) Inicialmente, eram mais fortes os guerreiros, que se apossaram do conhecimento das armas; e se tornaram conquistadores; depois, utilizaram os frutos de suas conquistas para acumularem conhecimentos existentes e pesquisarem novas invenções, que lhes propiciassem novas conquistas, aprimorando a arte da navegação, dos transportes, e da fabricação de instrumentos bélicos. d) E foi esse acúmulo de conhecimentos, e, aí, já se incluem os tecnológicos, que os fizeram, permanentemente, os mais fortes, e os conservaram no poder, até hoje. e) Por isso, repito eu, o povo deve se tornar forte, substituindo sua consciência ingênua em consciência crítica! Como? É o que veremos em seguida.

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