segunda-feira, 31 de julho de 2017

CONVITES PARA FESTAS

Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira
  
  Não se dão festas como antigamente. As festas, que eram, mais, para o deleite do corpo, tornaram-se histórias, para alegria da imaginação...
  Fui convidado, por uma mente admiravelmente criativa, para saborear lembranças de meus tempos de criança, de gentes amadas que já se foram, de fogueiras que se pulavam e, hoje, não mais se acendem, de milho assado, pipoca, bolo frito, pamonha, difíceis de encontrar...
  Reler e cantar “Asa Branca’ e “A Volta da Asa Branca” fizeram meus olhos marejarem lágrimas...
  O festejador (ou festeiro?) Wilson Seraine é que merece uma festa por propiciar tanto contentamento aos que queriam conhecer melhor Luiz Gonzaga, com a narrativa de “A Festa da Asa Branca”!
  Já imaginaram imaginação mais alegre, com a “tirada” da Asa Branca, colocando um disco na radiola, cantando e dançando, à espera dos amigos convidados para sua festa?
  Quero mais, querido amigo, quero mais!

terça-feira, 11 de julho de 2017

MALASARTES E O CÃO...

Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira


Quem me contou foi o próprio Malasartes...               
             “Estava eu, como de sempre, à beira da estrada, fazendo minha famosa sopa de pedras, quando vi aquela pessoa bem apulumada se aproximar e pensei, comigo mesmo, mais um, pra eu ganhar mais uns vinténs”... e fui botando água na panela...
                Moço, quando o cabra chegou mais perto, oiei pros sapatos dele e vi foi uns pés de cabra, cruz, credo! E num tive dúvida, é o Capeta!... Mas desviei, logo, o oiar, pra ele não desconfiar, e joguei na panela uma mão cheia de alho, com um pouco de jasmim, pra despistar o cheiro e convidei o danado pra se abancar no chão, que não tinha tamborete, e provar um pouco da sopa, cheirosa toda, pagando só uns 500 réis, pelo prato...
                Pois aquele Cão ainda regateou do preço? Mas sou duro na queda, quando se trata de dinheiro, e embolsei os 500..
                O anjo mau, parece que não tinha comido nada no Inferno, porque, depois de pagar a sopa, jogou a bicha de goela abaixo, de uma vez só e, aí, ainda deu pra ouvir um grito: “Malasartes, filho da égua, dá jeito pra não ir lá pra casa quando morreres, pois essa, vais me pagar num fogaréu feito, especialmente, pra ti, safado!”
                Vai esperando, Cão dos infernos, que eu tenho uma madrinha forte, e, de ti, tou escapo!
                “E, nunca mais, vi aquele traste...”!
                Prometi contar esse causo no “Brogue da Tia Corina”, mas, por via das dúvidas, postarei, também na minha Linha do Tempo, do Facebook.