segunda-feira, 14 de maio de 2018

A MINHA PRAÇA



Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira.

                É cheia de areia. Rodeada de calçadas por todos os lados. E as calçadas cheias de bancos.
                Bancos usados para sentar. Bancos usados para descansar. Bancos usados para dormir. Que saudade!
                Andantes cansados, andantes sem moradas, andantes sem pousadas, andantes abandonados. Andantes dependentes dos corações alheios!
                Bancos mudos, mas ouvintes. Ouvintes de choros, ouvintes de cantos, ouvintes de queixas e de agradecimentos, de quem deles se utilizou!
                Bancos mal pintados por uma Gata Borralheira, com cinzas da cabeça aos pés, que por ali passou!
                E que depois foi pintada pela Velha Cachimbeira, que a tudo assistia. E que, em nome dos bancos, da Borralheira, se vingou!
                Tudo feito com risadas e alegria, vingança de mentirinha, ao contrário, o que não faltava era amor!
                Essa praça não é só minha, é de todos os que têm coração para abrigar a quem, por ela, procurar.
                E estiverem dispostos a se entregarem a Deus, segundo a Sua vontade e jamais, regatear!

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