terça-feira, 23 de junho de 2020

VAI E VEM



Marcelo D'Alencourt*
                Desde o primeiro dia da pandemia, ao entardecer, percebo um rapaz correndo em uma varanda de aproximadamente uns seis metros. Vai...Vem...Gira e recomeça novamente. Ah, dá um ligeiro saltinho pra reposicionar o corpo quando chega ao extremo oposto. A corrida não leva quatro segundos até completar o percurso ( contei agora por alto). Parece loucura, mas é essa a nossa realidade atual. Jamais imaginei isso. Pararam pra pensar? Um dia, alguém proibido de ir pra rua por causa de uma pandemia,  se exercitando numa sacada de menos de seis metros. Menor que um gol de futebol! Tá lá ele. De um lado para o outro. E viva a disciplina. Sem ela vamos a lugar nenhum. No meu caso, cheguei a protagonizar algo parecido. Ajeitei os móveis do apartamento e fiz caminhadas em oito, tipo aquelas pistas de autorama do passado,  durante três longos meses. Calculava até a quilometragem rs. Agora dei meu grito de independência e atualmente ando no play do meu prédio,  bem mais extenso e confortável. Que conquista?!? Por que falo disso agora? Também não sei...Devo estar ficando meio doido. Por ser uma estória acho bem pouco provável que alguém no futuro acredite em tudo isso. Será?  Silêncio.  Continua. Mais um pouco. Ei, "homenzinho do futuro", isso foi verdade hein...


*Do Clube de Leitura da Quarentena CL 40

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