Adriano de Angelis
— Então turma, como eu dizia, no
início do século, lá pelo meio da década de 10 e início de 20... as pessoas
gastavam muito tempo promovendo os neofacistas nas redes sociais
— Mas professora, estranho, não
existiam pessoas humanistas, que fossem contrárias aos pensamentos facistas
naquela época?
— Tinham sim Zyonn, e eram
justamente elas que mais divulgavam as ações desses grupos neofacistas...
— Muito confuso, não entendo...
porque eles faziam isso se eram contra as ideias dessas pessoas?
— Então, é meio difícil de
entender mesmo, naquela época a comunicação digital era bem estranha... mas as
pessoas achavam que divulgando as ações dos neofacistas iam neutralizá-los,
ridicularizá-los... falavam essas coisas também pra desabafar, as redes eram
usadas pra isso naquela época
— Caramba, não devia ter muitos
psicólogos disponíveis né, que triste. Aqueles que mais sofriam com os
neofacistas eram então os que mais divulgavam suas ações, e consequentemente
suas ideias né... que loucura
— Pois então até tinham psicólogos
mas a comunicação em geral era caótica... o fato é que muita gente neofacista
se elegeu graças a essas divulgações em massa que a própria esquerda e grupos
progressistas faziam na época. Davam visibilidade e munição ao inimigo...
lembram daquela presidenta que tivemos por exemplo
— Qual, a Dilma?
— Não, a Dilma era da esquerda
mandioca, tô falando da outra
— Eita professora, aquela Sara
virou presidenta por isso?
— Pior que foi, tanto ela quanto
aquele outro, que vimos na aula passada... aliás tudo começou com esse
presidente Jair, depois vieram os filhos, a Sara... todo mundo com muita
visibilidade dada pelas postagens espontâneas e então conseguiam se eleger.
Graças também às fake news e à grande parte da população que ficava revoltada
com as barbaridades que faziam e aí iam desabafar nas redes, dando palanque.
Eram bem planejadas essas "polêmicas de proveta" e elegiam muita
gente, vários deputados...
— Doidera... agora entendi a
jogada deles
— Pois é, com isso a maioria da
população ficava sabendo quem eram aquelas pessoas, o que pensavam, e acabavam
simpatizando com seus jeitões falsamente espontâneos... afinal a população do
início desse século não tinha muito acesso à educação, livros eram bem caros
por conta das altas taxas... o resultado a gente já sabe, taí na galeria da
história nacional
— Caramba, que época doida deve
ter sido essa hein. Ainda bem que os robôs inteligentes ganharam lugar e
acabaram com essas redes sociais confusas. Agora temos tudo conectado e checado
instantaneamente pela Telempatia 31G, assim ninguém precisa mais ficar
desabafando sem pensar
— Pois é, outros tempos né Zyonn,
tudo muda, tudo muda... mas muitas pessoas nem percebem


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