domingo, 19 de junho de 2022

ZANGADA BURRA



Mácio Antonio Monteiro Nobre

Pois é,

                 Como sempre faço, ponho o carro na garagem para retirar do bagageiro as compras feito no supermercado perto de casa. Após ouvir tá faltando café, açúcar, macarrão, feijão e outros produtos, ainda ouço: Se der traz fruta. Lá, percorro intermináveis ruas entre as prateleiras, numa verdadeira demonstração de habilidade para dirigir aqueles carrinhos de rodinhas sempre defeituosas, pega uma coisa, bota no carrinho, pega outra coisa bota no carrinho, e assim vai; fila interminável no caixa, pois parecia que o mundo todo estava ali comprando, dia de ter recebido os tickets alimentação; carrinhos lotados as vezes dois da mesma pessoa, e o meu só pela metade, mas a fila é a mesma. Na minha vez, tira do carrinho, coloca na esteira, ajuda ao caixa ensacolar os produtos, que o caixa desenvolve duas funções, a de caixa propriamente dito, e a de embalado, bom para o dono do supermercado, se ajuda porque custaria muito se sair dali. Âh! Ainda coloca tudo de volta no carrinho até ao estacionamento para novamente colocar tudo no bagageiro; dia! Chegando já vi a cara nada amigável, tive que retirar tudo do bagageiro e colocar na copa todas as sacolas com as mercadorias, que teríamos ainda de sanitizar por conta da covid. Nada de vir ajudar, e já meio aborrecido, coisa fácil de ficar, também não guardei no armário, daqueles que todo mundo tem, Itatiaia, fiquei assistindo jornal, novela, quando a grande pergunta surgiu: vai guardar não? Não, foi a resposta, e ouvi ainda, pois vai ficar aí, se quiser pode jogar no Mato. O sangue ferveu, sem pensar, e ela no quarto de porta fechada, peguei sem pensar direito, todas as sacolas e pus na porta da rua, fechando o portão.

                o tempo passou, e eu ali sentado sem nada dizer, quando já no final de um filme, que nem sei o nome, apareceu e deu aquela olhada não vendo as sacolas, deve ter achado que guardei no armário, pois nem falou nem foi conferir. Pela manhã já com o sangue mais frio, ao sair ainda dei uma olhada pra ver se tinha alguma sacola na calçada, e nada, nenhumazinha. Ela achava que eu tinha colocado novamente no bagageiro, nada perguntou, e eu com um prejuízo danado pois tive que comprar tudo novamente. Nunca me perguntou o que tinha feito, e eu nunca falei.

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