sábado, 18 de junho de 2022

HISTÓRIAS



 

Marcio Antônio Monteiro Nobre: 

             Escrever sobre o tempo da história, que história? A história que o tempo contou. E assim foi em 1953, claro que no ano antes que a história começou; voltando de um evento perguntei ainda lá dentro da barriga, por que não saio logo e vou pra esta festa, encalquei a cabeça de ventre abaixo, e é agora que vou sair. Danado mesmo, saiu bem direitinho com dois olhinhos verdinhos bonito de dá gosto olhar; assim me falaram um dia! Caguei tudo, mijo pra todo lado, uma fome danada, os peitos da mãe quase acabam, mas firme não negou fogo e engordou o pivete esfomeado. Por conta disso talvez, um pedaço de rapadura veio parar na minha boca quando ainda nem dente eu tinha, devo ter gostado, pois nem chorei, e babei muito, não sabia degustar, correram e tiraram o gostoso pedaço antes que engasgasse e morresse entalado com a rapadura de cana caiada, vindo do sertão quem sabe, da fábrica caseira de Fazenda donde não sei. E fui indo, crescendo magro vi que dava pena, tomei um tal de vacamoto, um comprimido grande que parecia um pão massa grossa de mil, verdadeiro jantar!  antes porém tomava no almoço uma porção de um bicho chamado ferroquina,  parecia uma dose de cachaça amarela; como sabia, nem sei pois nunca tinha bebido uma dose. Tinha até o osso da titela saliente de tão magricela eu era. O gene é terrível, raça gordinha e assim fiquei, gordo que nem um Leitão de corte. Culpo aquelas gororoba que falei antes, mas que nada, gosto mesmo é de comer muito bem, muito pra encher o bucho como se diz; o tempo passando e na escola aprontando, suspensão ocorrendo, perdendo recreio, decorar versos, puxão de orelhas; Âh! Pe. diretor do diocesano, valente, bom de briga, de uma inteligência a toda prova, oratória brilhante, assim eu achava, dei muito trabalho para este Padre; o tempo passando, e sempre desafiando os diretores por onde ande., , ôw coitado, teve um que na escola os primeiros dias podia -se ir à paisana, e assim Eu ia, pós Carnaval

com a camisa feita pra aquela festa, fui um dia assistir aula, antes de subir ao primeiro piso, onde ficava a sala de aula, fizemos com  colegas uma brincadeira de mau gosto, e o diretor repentinamente apareceu para nos castigar chamando à diretoria., corremos subindo a escada que ao final antes do corredor que ficavam as salas, havia uma porta que fechei rapidamente fazendo força com o ombro para dar tempo dos colegas entrarem na sala; o diretor empurrava do outro lado querendo entrar, quando percebi que todos já haviam entrado na sala, corri saindo de perto da porta que se abriu violentamente e um vulto tropeçando caiu no corredor, entrei na sala e sentei-me bem ligeiro., aliviado pensando que o diretor não sabia quem tinha segurado a porta,  puro engano, pela frecha da porta viu minha camisa colorida do carnaval; não deu outra, fui parar na diretoria, com a missão de só poder entrar no dia seguinte acompanhado do pai ou mãe; que vergonha danada. É assim fui indo, já em um colégio público tradicional, perto de casa, mais uma história pra contar entre tantas; no tempo de São João, as bombas juninas que tinham de todo tamanho, compramos uma de porta médio, e fizemos uma bomba relógio, com um cigarro, colocamos a bomba numa ponta e acendemos a outra extremidade, colocamos por traz de um sanitário no banheiro, dando tempo suficiente para estarmos na sala de aula na hora do estouro, Meu Deus! O estrondo foi enorme, pensei que tudo vinha abaixo, mesmo esperando o susto foi enorme, o pobre do professor quase se mija do susto, um corre corre danado e fomos olhar o que tinha ocorrido, bando de cara de pau, ninguém descobriu quem foi. Passei dessa fase; comecei a fumar, namorar, joga uma boa bola, e gostava de andar de bicicleta, me apaixonei por uma que vi na antiga casa inglesa, uma Bristhow, rocha sua cor, fiquei doido por ela, mas achava cara e não queria simplesmente pedir aos meus pais, que com certeza fariam o sacrifício pra comprar, terminei falando da danada, e as férias já iam iniciar, quando meu pai me perguntou se eu queria ganhar a bicicleta,  claro que aceitei na hora, teria que organizar cinco fichários em ordem alfabética e cronológica, não pensei duas vezes, no dia seguinte lá estava eu arrumando os fichários cada um com cinco gavetas, e cada gaveta com três filhas de fichas, era muito simples, pois a vontade de ganhar a bicicleta era maior que qualquer dificuldade. Sem férias, durante quase três meses, todo dia ia cumprir a missão, quando enfim, terminei o último fichário, meu pai disse que iria conferir, abrindo uma gaveta aleatoriamente de cada fichário, após olhou pra mim dizendo, achei que não iria dar conta, imediatamente me chamou para comprar a tão sonhada bicicleta, de sorte que ainda tinha na loja pra vender, já fui pra casa todo importante pedalando a roxinha. E  continuei indo; um tio afim, que gostava muito comprou uma fazenda e fomos conhecer, cavalos que não montei, pois o bicho olhou pra mim como se não gostasse,  e desconfiado, pensando que ele iria me jogar no chão, não andei à cavalo, algumas vacas no cercado; arrodeando o curral deparei -me com uma senhora forte, sentada num pequeno bando de madeira, pequeno para o tamanho dela, achei isso, observei que mexia uma panela de tamanho médio, algo escuro como se tivesse batendo um bolo, mas, aquilo estava diferente de massa de bolo, curioso que nem só, logo me aproximei e perguntei o que era aquilo, a senhora me olhou, e com a vós suave me disse que estava fazendo doce de chouriço;  Âh! Exclamei, gosto muito disse, aí nova pergunta, de que é feito?, ora, nem imaginava, tinham abatido um enorme porco, e a senhora me disse que era do sangue do porco; nunca mais comi o doce chouriço.  Assim o tempo andou, antes porém  desse tempo, ainda quando iniciei a fumar, evidente sem meus pais saberem, fui passar as férias como sempre fazia, na casa de meus padrinhos,  e que a madrinha também era minha tia, e ao chegar em Caxias-Ma; meu padrinho foi logo dizendo, isso depois de uma viagem no ônibus chamado galinha, que durava  de 3 a 4 horas, isso quando não dava o prego, foi logo dizendo, sabe que nosso filho está fumando? Meio sem jeito confirmei, ela perguntou; sua mãe tá sabendo? Respondi que não, pensei estou lascado, mas minha mãe também fumava, nê? No sábado seguinte quando mãe foi deixar minhas irmãs para também passarem lá as férias, o bom dia de minha madrinha para minha mãe foi: sabe que nosso menino tá fumando? Mãe olhando pra mim meio sem jeito, perguntou; verdade? Sim disse, e logo em seguida pedi um dinheiro para comprar uma carteira de cigarro Capri na época; tem uma passagem por conta de cigarro, sempre fui destro, mas para que pai, e meus tios que frequentavam nossa casa não percebessem que eu fumava, o fazia com a mão esquerda, pois quando fosse tomar a bênção a eles, a mão não teria o cheiro do cigarro, kķķkkk artista.

E por aí vai, na Molecagem de meninos travessos, morava numa casa que tinha um corredor até bem comprido, e de cerâmica lisa, imagina com talco jogado para escorregar? Pois gastamos uma lata de talco e passamos a escorregar de uma ponta a outra, claro deixando tudo branco do talco, nem obedecemos aos pedidos para parar e limpar tudo; papai chegou e viu aquela arrumação toda, logo com sua autoridade perguntou quem tinha feito aquela sujeira, os bestas confessaram, em seguidas e pegaram uns bolos nas mãos com um chinelo de couro que ele tinha; a esperta da mais velha disse que não tinha participado, escapando da boa taca, é assim mesmo, os bestas se lascam, ainda tivemos que limpar tudo. E a vida por aí foi; um belo dia quando se acorda com o espírito de porco, começamos  uma discussão danada sem fim, até a voz autoritária mandar parar e colocar todos no castigo um em cada canto, em pé até quando mandasse sair, já perceberam as acusações de um para o outro, por horas o dia foi assim.  E o tempo foi passando, me pediram para comprar uma lata de manteiga na mercearia do Pedro Esperantina na quina da praça do Liceu; fui pois gostava de andar, porém já próximo um pequeno cachorro peludo me atacou rasgando a perna de minha calça,  corri pra casa querendo buscar algo para bater no animal, mas a Lalai não deixou, ôw pessoa sensata, de uma noção de bondade, compreensão,  e dedicação como nunca vi, me impediu de fazer tamanha besteira, fiquei dizendo  blasfémia, até que quando mamãe chegou e como Lalai não escondia nada contou o que ocorrera,  Âh! Um cinto brilhou na mão de mãe, que iria me ensinar a não ser assim, claro que corri e subi num pé de seriguela, e ela com uma vara pra fazer eu descer, tive que ir para as últimas galhas, e essas são frágeis fáceis de quebrar, e por lá fiquei até anoitecer, quando mãe mandou eu descer que não ia mais me bater, pois já tinha tido tempo para meditar que tinha feito errado. E o tempo foi, hoje aqui só lembrando tantas histórias pra contar, lembro bem nos tempos atuais, contava para um dos meus netos toda noite, histórias que inventava na hora, sobre um Lobo Guará, foram tantas, que nem lembro mais, e quando não tinha mais o que inventar, repetia, o danado do neto/filho lembra e dizia que "esta o senhor já contou", lá ia sentado no terraço olhando o tempo, construir mais uma história, que ao final sempre dizia, " o lobo guaraaaaaaaaá", que tempo lindo que vivi. O tempo voa, e ao lembrar estas entre tantas, me alegra o coração por contá-las. Até outras!.Uma cartelinha entre outras

 

 Marcio Antonio Monteiro Nobre:

 

                                             Feriado e facultativo

 

Que Merda, nada sobre nada, canal com nada, TV bosta pura, um não presta, outro não tem nada, mais outro também sem nada, uns a bosta da TV não pega,  se tentar desconfigura toda, é.,  tomar café com torrada, e se não tiver, café amargo pra adoçar a boca. Que Merda! Quatro dias sem nada, o trabalho que se dane, os clientes que se danem também, aí o dindin, que não é de fruta não vem. A velha e querida expressão puta que pariu vem. Kkķkķkk, até sorri.

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