sexta-feira, 29 de junho de 2012

UM POUCO DA HISTÓRIA SINDICAL


Osvaldo Pereira da Silva Sousa
Bel. Ciências Contábeis e pós-graduado em Gestão Pública

A proposta original sindical de defesa da categoria é, para não dizer coisa melhor, sublime. Mas tão questionadamente a nobilíssima função vem sendo esvaziada. Forças que não são do além concorrem para a perda de rumo do sindicalismo brasileiro. Colocá-lo na direção e no sentido são tarefas que se apresentam como desafiadoras em face da falta do leme que foi perdido, mas de tão fácil percepção e difícil recuperação.
Ora, vejam: Olhar para o passado e vê o sindicalismo nascer entusiasticamente das organizações operárias e confrontá-lo com o que alguns ainda têm a coragem de chamar de sindicato, certamente a tradução que hoje se expressa é por demais constrangedora. O processo de politização que vem tomando conta das instituições chegou aos sindicatos de maneira devastadora, de tal forma que a perda de compromisso com a categoria se tornou escancarada, e daí as lutas inglórias se revezam

As ações do sindicalismo do passado, hoje, não justificam o sindicalismo que temos, pois a sua bandeira não mais ostenta, de forma inequívoca, um padrão de lutas. Se recorrer-mos ao período negro da história de exploração do trabalhador, que fincou as bases do sindicalismo, a leitura que pode ser feita de sindicato se perde, tanto pelos motivos, quanto, principalmente, pelas causas, que, ideologicamente, deveriam ser preservadas na defesa e desejo de proteção e conquistas. As investidas do governo nestas categorias representativas de classes revelaram quão frágil a rede sindical se apresenta. E essas investidas surgem de várias formas: seja insuflando disputas internas, ou cooptando líderes históricos com promessas de recompensas, e diga-se: quase sempre ou sempre promessas cumpridas. No final da contas, a oscilação de lados é reflexo da falta de compromisso e de uma manifestação cultural franciscana "é dando que se recebe" glorificada e enaltecida pelos novos patrões ricos e que conta com o beneplácito de dirigentes sindical.
Na atual conjuntura parece que as teorias que justificavam a sociedade industrial capitalista se confundem com as teorias socialistas que criticavam o modo de exploração operária, não que estas, hoje, guardem alguma sensatez, frente à nova realidade nas relações sociais trabalhistas. Indicativos de uma nova concepção, melhor assim: o Liberalismo Econômico convivendo pacificamente com o Socialismo. Claro que ainda não chegamos a tanto, e a minha ironia é só um recurso estilístico; mas os caminhos apontam para esta direção. Agora: Onde estão os fundamentos da OIT, que, embora não persistam nas mesmas condições que desencadearam a sua criação, embalaram as agremiações de trabalhadores a uma organização mais sólida? Certamente, foram esquecidos, e os representantes autênticos têm a obrigação moral de resgatá-los.
Fundamentalmente sindicalismo e sindicalista são devoções que só conseguem caminham juntos e honrar a sua história se despidos de interesses escusos, os quais não devem se confundir com o desejo da categoria que representam.


Um comentário:

Antonio José de Oliveira Monteiro disse...

É..., Sindicato, hoje, é apenas uma sucursal de partidos políticos.