Osvaldo Pereira da Silva Sousa
Bel. Ciências Contábeis e pós-graduado em Gestão Pública
A
proposta original sindical de defesa da categoria é, para não dizer
coisa melhor, sublime. Mas tão questionadamente a nobilíssima
função vem sendo esvaziada. Forças que não são do além
concorrem para a perda de rumo do sindicalismo brasileiro. Colocá-lo
na direção e no sentido são tarefas que se apresentam como
desafiadoras em face da falta do leme que foi perdido, mas de tão
fácil percepção e difícil recuperação.
Ora,
vejam: Olhar para o passado e vê o sindicalismo nascer
entusiasticamente das organizações operárias e confrontá-lo com o
que alguns ainda têm a coragem de chamar de sindicato, certamente a
tradução que hoje se expressa é por demais constrangedora. O
processo de politização que vem tomando conta das instituições
chegou aos sindicatos de maneira devastadora, de tal forma que a
perda de compromisso com a categoria se tornou escancarada, e daí as
lutas inglórias se revezam
As
ações do sindicalismo do passado, hoje, não justificam o
sindicalismo que temos, pois a sua bandeira não mais ostenta, de
forma inequívoca, um padrão de lutas. Se recorrer-mos ao período
negro da história de exploração do trabalhador, que fincou as
bases do sindicalismo, a leitura que pode ser feita de sindicato se
perde, tanto pelos motivos, quanto, principalmente, pelas causas,
que, ideologicamente, deveriam ser preservadas na defesa e desejo de
proteção e conquistas. As investidas do governo nestas categorias
representativas de classes revelaram quão frágil a rede sindical se
apresenta. E essas investidas surgem de várias formas: seja
insuflando disputas internas, ou cooptando líderes históricos com
promessas de recompensas, e diga-se: quase sempre ou sempre promessas
cumpridas. No final da contas, a oscilação de lados é reflexo da
falta de compromisso e de uma manifestação cultural franciscana "é
dando que se recebe" glorificada e enaltecida pelos novos
patrões
ricos
e que conta com o beneplácito de dirigentes sindical.
Na
atual conjuntura parece que as teorias que justificavam a sociedade
industrial capitalista se confundem com as teorias socialistas que
criticavam o modo de exploração operária, não que estas, hoje,
guardem alguma sensatez, frente à nova realidade nas relações
sociais trabalhistas. Indicativos de uma nova concepção, melhor
assim: o Liberalismo Econômico convivendo pacificamente com o
Socialismo. Claro que ainda não chegamos a tanto, e a minha ironia é
só um recurso estilístico; mas os caminhos apontam para esta
direção. Agora: Onde estão os fundamentos da OIT, que, embora não
persistam nas mesmas condições que desencadearam a sua criação,
embalaram as agremiações de trabalhadores a uma organização mais
sólida? Certamente, foram esquecidos, e os representantes autênticos
têm a obrigação moral de resgatá-los.
Fundamentalmente
sindicalismo e sindicalista são devoções que só conseguem
caminham juntos e honrar a sua história se despidos de interesses
escusos, os quais não devem se confundir com o desejo da categoria
que representam.
Um comentário:
É..., Sindicato, hoje, é apenas uma sucursal de partidos políticos.
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