Rui Azevedo - Professor
ruidifi@hotmail.com
Quando
em 1962, a bióloga americana, Rachel Carson, publicou o livro Primavera Silenciosa (Silent Spring),
onde abordava sobre os perigos e os efeitos danosos do uso de DDT – Dicloro
Difenil Tricloroetano como pesticida na agricultura, provocou diversas reações
favoráveis e contrárias, haja vista que a economia mundial do pós-guerra exigia
decisões que pudessem minimizar os efeitos devastadores legados pela guerra.
Foi a primeira publicação em defesa do meio ambiente. Na mesma década, como que seguindo a trilha
ambientalista, o economista e industrial Aurélio Peccei, juntamente com outros
profissionais fundaram o Clube de Roma. Na época, a terra era habitada por
pouco mais de 3,8 bilhões de seres humanos. Éramos, portanto, um pouco mais do
que a metade do que somos hoje – cerca 7,2 bilhões. Nascia ali a preocupação
mundial com o meio ambiente. Logo em seguida, em 1972, tivemos a I Conferência
Mundial sobre o Meio Ambiente sediada em Estocolmo, com a participação de 113
países. Como resultado dessa Conferência Internacional tivemos a publicação do
Relatório Meadows ou Relatório do Clube de Roma que alertava sobre os limites
do crescimento. Vinte anos depois, sediamos a Eco-92 no Rio de Janeiro, que com
a participação de 179 países, definimos alguns critérios para o
desenvolvimento, firmados na Agenda 21, cujos novos paradigmas
desenvolvimentistas foram subscritos pelas nações participantes, inclusive o
G-7 (conjunto de países mais ricos do mundo). Naquela época já éramos 5,44
bilhões a habitar o planeta terra.
Mais
vinte anos se passaram e, novamente sediamos mais uma Conferência Internacional
sobre o Meio Ambiente, a propalada Rio + 20. Dela participaram 193 países,
incluindo-se apenas um dos países que compunha o G-7 presente na Eco-92. Com o
pífio resultado do encontro, somos obrigados a concordar com a geógrafa e
Bertha Becker emérita professora da UFRJ, quando em entrevista afirmou que as
grandes reservas de recursos naturais estão nos países em desenvolvimento e as
tecnologias estão no Norte, levando-nos a concluir que os BRICs – Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul devem se prevenir contra o ataque dos
países que já esgotaram suas capacidades de retroalimentação de seus
ecossistemas. Assim, como hoje somos mais de 7,0 bilhões de seres humanos que
buscam víveres, nutrientes na cadeia alimentar, há de se prever a exaustão
conforme previu o economista Malthus, que no início do século XIX publicou sua
teoria sobre o crescimento populacional. Por fim, resta-nos entender que os
resultados da Rio + 20 em nada vai mudar o olhar das nações ricas sobre a os
recursos naturais. Para elas ainda importa somente, o crescimento do capital do
qual são detentoras.
Um comentário:
Infelizmente, nosso amigo faleceu. Com certeza, encontra-se no Paraizo, junto à Santíssima Trindade!
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