domingo, 1 de julho de 2012

A INSUSTENTABILIDADE


 Rui Azevedo - Professor
 ruidifi@hotmail.com                                                                                                         
                                              


Quando em 1962, a bióloga americana, Rachel Carson, publicou o livro        Primavera Silenciosa (Silent Spring), onde abordava sobre os perigos e os efeitos danosos do uso de DDT – Dicloro Difenil Tricloroetano como pesticida na agricultura, provocou diversas reações favoráveis e contrárias, haja vista que a economia mundial do pós-guerra exigia decisões que pudessem minimizar os efeitos devastadores legados pela guerra. Foi a primeira publicação em defesa do meio ambiente.  Na mesma década, como que seguindo a trilha ambientalista, o economista e industrial Aurélio Peccei, juntamente com outros profissionais fundaram o Clube de Roma. Na época, a terra era habitada por pouco mais de 3,8 bilhões de seres humanos. Éramos, portanto, um pouco mais do que a metade do que somos hoje – cerca 7,2 bilhões. Nascia ali a preocupação mundial com o meio ambiente. Logo em seguida, em 1972, tivemos a I Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente sediada em Estocolmo, com a participação de 113 países. Como resultado dessa Conferência Internacional tivemos a publicação do Relatório Meadows ou Relatório do Clube de Roma que alertava sobre os limites do crescimento. Vinte anos depois, sediamos a Eco-92 no Rio de Janeiro, que com a participação de 179 países, definimos alguns critérios para o desenvolvimento, firmados na Agenda 21, cujos novos paradigmas desenvolvimentistas foram subscritos pelas nações participantes, inclusive o G-7 (conjunto de países mais ricos do mundo). Naquela época já éramos 5,44 bilhões a habitar o planeta terra.

Mais vinte anos se passaram e, novamente sediamos mais uma Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente, a propalada Rio + 20. Dela participaram 193 países, incluindo-se apenas um dos países que compunha o G-7 presente na Eco-92. Com o pífio resultado do encontro, somos obrigados a concordar com a geógrafa e Bertha Becker emérita professora da UFRJ, quando em entrevista afirmou que as grandes reservas de recursos naturais estão nos países em desenvolvimento e as tecnologias estão no Norte, levando-nos a concluir que os BRICs – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul devem se prevenir contra o ataque dos países que já esgotaram suas capacidades de retroalimentação de seus ecossistemas. Assim, como hoje somos mais de 7,0 bilhões de seres humanos que buscam víveres, nutrientes na cadeia alimentar, há de se prever a exaustão conforme previu o economista Malthus, que no início do século XIX publicou sua teoria sobre o crescimento populacional. Por fim, resta-nos entender que os resultados da Rio + 20 em nada vai mudar o olhar das nações ricas sobre a os recursos naturais. Para elas ainda importa somente, o crescimento do capital do qual são detentoras.

                                                                                              

Um comentário:

manoel andante disse...

Infelizmente, nosso amigo faleceu. Com certeza, encontra-se no Paraizo, junto à Santíssima Trindade!