Bel. em Ciências Contábeis e Pós-graduado em Gestão Pública
Definir o preço do voto pode ser tarefa das mais difíceis. Varia, conforme o
caso, com a situação econômica, a sofisticação linguística, o apelo emocional
ou, até mesmo, o espectro garboso do pretendente.
Existem as mensagens subliminares de uniformização de preços e aí operam as
pretensões ditatoriais, já que elas não reconhecem as diferenças e tratam o
indivíduo no mesmo grau de valor instrumental, a serviço de um grupo ou partido
político.
A vaidade que toma conta de alguns governos obriga-lhes a se utilizar de
estratégias, carregadas com o objetivo subjacente de dominação, na mais ampla
acepção do termo. Se recorrermos a exemplos, estes estão a olhos vistos. Como
prática recorrente renega o passado e criam a história,- "nunca antes
neste país" - dando visibilidade a seus supostos feitos. Mas, das
estratégias, existe aquela que dá o ar da legitimidade e da probidade e que
representa uma variante da armadilha: o voto. Sim, ao lançar mão deste recurso,
o governo o faz protegido pela lei. Entretanto, os caminhos até chegá-lo, (o
voto), seguem regras escusas. Falar disso é evidência de um processo eivado de
vícios. Portanto, a passos largos do que se deseja: a preservação do “livre” exercício
de cidadania na medida exata das palavras sem interpretação alternativa de
significado.
É certo que o resultado de eleições produz efeitos para todos qualquer que seja
a composição do voto, embora o preço de cada um, em respeito às características
individuais, comportem variáveis da medida. Se não, vejamos: o estado famélico
de um povo, a condição cultural, o assistencialismo cativante e o pobrismo -
expressão que traduz a falsa empatia com a condição do pobre e expõe o jogo de
pobre x rico, com um ganhador: o governo - são fatores que moldam o sufrágio a
gosto de quem governa e reduz ao mínimo a capacidade de indignação, chegando-se
a um preço, que, em situações diversas das descritas, ter-se-ia um outro valor.
Parece o desenho de um cenário anuviado. Mas é isso mesmo, tudo podendo ser
acompanhado de práticas patrimonialistas, onde a administração cumpre uma
atuação negativa. Quem trabalha com a manipulação das ideias
socialistas/marxistas procura uniformizar esses valores, jogando-os todos na
mesma vala comum, e assim é feito com o uso sistemático do discurso da
igualdade socialística. Países terceiro-mundistas, em especial os
latino-americanos, se enquadram bem no figurino; elegem, em certa medida, as
suas regras de escolha de governo, e o povo, ao fazê-lo, é afetado com o
agravante da vulnerabilidade perante os efeitos midiáticos. Socialismo, que se
diga, com precedentes fora de propósitos humanitários, tendo produzido milhões
de cadáveres em benefício de um soberano e que ainda hoje seduz aos que
resistem em reconhecer a soberania popular.
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