quarta-feira, 4 de julho de 2012

O QUE UMA BELA SURRA NÃO FAZ.



Wilson Seraine da Silva Filho
Diretor do Colégio Diferencial - Sistema Anglo de Ensino
Professor de Física do CEFET
Castiga teu filho, enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo.” - Salomão 19:18"

      
      É bastante questionável dentro do meio pedagógico, e até mesmo na sociedade de um modo geral, o uso de agressões físicas (no bom piauies, surra, pisa ou taca) como instrumento de aprendizado no processo de ensinar algo a um indivíduo em formação.Na década de 70, em meio ao regime militar, nossos pais eram adeptos, e até mesmo “fãns”,do uso da palmatória na escola como punição para quem não estudava, ou quem era “mau comportado”. Na década de 80 e 90, com o advento do Código do Menor e do Adolescente, esta prática caiu por terra, surgindo assim, principalmente na sociedade civil, diversas discussões acerca da violência em casa e na escola, e o que era um simples “corretivo” passa a ser um dos temas mais discutidos e uma das práticas mais ojerizadas da sociedade.
       Eu, particularmente, sou totalmente contra qualquer forma de violência para com um menor, visando sua formação intelectual, ou moral. Mas...
        Em 1930, um rapazote do sertão de Pernambuco, então com 17 anos de idade, peitou numa feira com um coronel que era pai de uma moça que o dito cujo rapaz estava cortejando. O coronel falou com a mãe do garoto, que era feirante, a retirar o rapaz da feira porque o negócio ia “feder”. Pois bem, o moleque quando chegou em casa tomou uma bela surra dupla, começou com a mãe e depois foi o pai que emendou.        Não deu outra, envergonhado com a taca, o garoto foge de casa.
       Mentiu sobre sua idade para sentar praça no Exército, onde passou nove anos. Já no Rio de Janeiro, de posse de uma bela sanfona, vai tocar na zona de baixo meretrício (cabaré aqui no Piauí). Tocou em diversos programas de calouros até gravar seu primeiro disco em 1941 (disco instrumental), em 1943 grava com sua própria voz o disco Dança Mariquinha. A partir daí, sucesso total, foram mais de 100 discos gravados e mais de 1000 músicas compostas.
         O garoto que fugiu devido à surra, volta homem feito e já famoso, 16 anos depois. De quem estamos falando, LUIZ GONZAGA, O REI DO BAIÃO.
         Eu continuo afirmando, sou totalmente contra a surra, mais esta no Luiz valeu, e como valeu.

Um comentário:

Antonio José de Oliveira Monteiro disse...

Também, durante o regime militar, esse versículo foi muito utilizado...