quarta-feira, 7 de novembro de 2012

PÃO SÍRIO



A. J. de O. Monteiro

                Um fenômeno comportamental vem ocorrendo mundo afora e está sendo tratado com naturalidade pela mídia – não deveria ser diferente – e sem grande preocupação pelos sociólogos ou pelos setores conservadores da sociedade. Nem mesmo as instituições religiosas tem se manifestado a respeito. Refiro-me a essas manifestações onde pessoas ou grupos de pessoas exibem partes íntimas de seus corpos para protestar contra alguma coisa, em favor de algo ou por mero exibicionismo. Assim é com o Movimento “Femen”, surgido na Ucrânia, ex república soviética, no qual jovens mulheres exibem os seios e os tórax rabiscados com palavras de ordem. Assim, ocasionalmente, ocorre nos estádios de futebol e em outros eventos públicos quando homens ou mulheres, isoladamente roubam a cena lançando-se despidos no meio do cenário sem uma motivação aparente que não seja apenas chamar atenção sobre si. Mas, em ambos os casos, seja por protesto ou reinvindicação, ou por puro exibicionismo, as manifestantes têm o que mostrar em termos estéticos.
                No Brasil, durante o movimento “FORA COLLOR”, algumas jovens, durante as manifestações dos “caras pintadas”, abriram suas blusas ou levantaram suas camisetas para exibir a palavra de ordem pintada em seus seios juvenis.  
                 Também surge agora um movimento mais pudico, denominado “a marcha das vadias” onde mulheres protestam contra a exploração sexual feminina pelos diversos setores econômicos. Nesse caso, elas desfilam pelas ruas das cidades usando apenas “lingeries” mas, igualmente, têm do que protestar e o que mostrar.
                Nesse final de semana passado, em meio a um show em Brasília, nossa querida e aguerrida roqueira Rita Lee, resolveu, sem motivação aparente – pelo menos o noticiário não mencionou – abaixar a calça e mostrar ao público sua alva “derriere”. Já fizera isso antes em show realizado em Saquarema/RJ, no início deste ano.
                Rita Lee, em minha opinião, é a maior expressão feminina do rock nacional, rivalizando com Raul Seixas no cenário geral do ritmo que venceu preconceitos e virou clássico. Os dois, sem sombra de dúvidas, foram também responsáveis por essa façanha. Rita Lee, na sua quase cinquentenária carreira, produziu pérolas inesquecíveis como “Ovelha Negra”, “Mania de Você”, “Desculpe o Auê” e “Amor e Sexo”, apenas para citar algumas, além do álbum “Fruto Proibido”, considerado pela crítica especializada, o mais marcante na história do rock brasileiro.
                Ora, minha querida e admirada roqueira, com sua brilhante carreira de compositora, intérprete e atriz, você não precisa dessas apelações e exibir em público parte de sua anatomia que mais lembra um pão sírio com um risco no meio... além de, mais acima, nas costas, uma leve protuberância que indica, talvez, uma escoliose... Não sei, não sou ortopedista. Recomendo consultar o Dr. Poncion...

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