quarta-feira, 4 de junho de 2014

ABERTURA AO (SUB) DESENVOLVIMENTO – V



Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira

Crescimento econômico ( custos e benefícios)
                Não se discute sobre a necessidade de recursos financeiros para o desenvolvimento. Entretanto, são discutíveis as maneiras de obtenção de tais recursos. Apelemos para o raciocínio: um bem material não cresce, uma cadeira será, sempre, uma cadeira. Mas, uma cadeira pode ser trocada por outro bem, (outra cadeira, por exemplo, mais nova, mais confortável, maior, menor), dependendo do seu valor e preço. E, aí, surge o mercado de trocas, de compras e vendas, que, dependendo de onde se encontram compradores e vendedores, ou trocadores, demanda e oferta, é denominado, atualmente, de local, nacional ou interno, internacional ou externo. Quando a demanda, ou procura, é maior que a oferta, o preço do bem aumenta. Quando os compradores são poucos, para a quantidade de bens ofertados, esse preço cai, decresce. Quando são bens cuja produção pode ser aumentada (agrícola, artesanal, industrial,) oferta e demanda se equilibram, entretanto, é bom lembrar, todos os bens têm um custo para quem o possua ou queira possui-lo. Para o produtor, vender um bem abaixo do seu custo é ter prejuízo, isto é, diminuir sua riqueza. Mais há bens, ou produtos, cuja matéria prima existe em abundância e/ou pode ser produzida pelo homem, como a vegetal, e a animal. Porém, a mineral é escassa e não se multiplica, ao contrário, pode esgotar-se, se seu consumo não for racionalizado, como a agua, o solo, o petróleo, o ouro, etc, etc. Uns, abundantes, torna-se fácil a sua aquisição; outros, escassos, à medida que se esgotam, criam problemas, até para a sobrevivência humana.
                 E, para concluir essa ligeira digressão, sem aprofundar o assunto, matéria com discussões infinitas para os estudiosos, principalmente, para os economistas, não esqueçamos de que outro fator, fundamental, para que exista a produção, o produto, o bem. produzido, ou extraído da natureza, é a chamada mão-de-obra: O homem. O crescimento econômico é essencial para o desenvolvimento. E ele tem acontecido a olho visto. Não será exagero, porém, afirmar-se que tem sido obtido através das guerras de conquista dos fatores de produção, dos mercados, do poder, da dominação, de regiões e de povos. A alcunhada “economia de mercado”, também conhecida como capitalismo, à medida que amadurece e se solidifica, estabelece leis que, se não forem seguidas, os seus objetos, vendedores e compradores, se darão mal... Dentre tais leis, emerge a dos custos e benefícios para que se compare e avalie o esforço feito para a produção, ou a aquisição do bem, face à sua necessidade e sua satisfação... Assim, se considerarmos o crescimento econômico, conhecido, igualmente, como progresso humano, um bem para os povos, deveríamos medir seus custos e benefícios, isto é, o que se gastou e o que foi ganho com o processo de sua obtenção, com as guerras de dominação e com as aspirações da humanidade. E, também, se não haveria outras opções, sem a crueldade e a (des)humanidade dos métodos utilizados para a obtenção desse progresso.
(Continua)

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