sexta-feira, 3 de julho de 2015

SEM TÍTULO


Isaias Coelho Marques

Sou tão fácil de ser feliz
que, às vezes, tenho pena de mim.

Tenho veias túgidas,
             voz e vento soltos.
Tenho pena,
asco dos grandes e dos pequeninos.
Não cabem
nem suportam suas próprias medidas.

Tenho medo
medo de ficar parado,
o mesmo medo que não me move.

Nada me comove.
Tudo antes da satisfação
mostra-me caminhos obscuros.

Não sei da luz
nem das estradas
rumo, fórmulas, felicidades...

Onde estamos
que não somos?
Onde foi aquilo
que gostaríamos de ser?
Será mais fácil desaparecer?
Difícil ser simples,
compreensível diante de tamanha mansidão.

Não partirei antes da minha dor.
Não fugirei.

Músicas são belos finais...

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