segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

POIXTO NOVEM*


Daniel Cariello**

— Aí eu falei: isso é sinistro.
— É cabuloso.
— Sabe o que me deixa boladão?
— Hã?
— Tem maluco que nem pá.
— Nem pá.
— E com uma parada dessas…
— Aê, maluco é mesmo muito doido.
— Muito doido, brother.
— Eu achei irado demais.
— Geral, quando vê isso, pira.
— Geral pira, menos os malucos que nem pá.
— Nem pá.
— Total.
— Sucolé do Claudinho!
— Porra, tamo aqui no papo bom e esqueci de um bagulho.
— Esqueceu o bagulho?
— Não, o bagulho tá aqui. Esqueci um bagulho aê.
— Um outro bagulho?
— Isso, um bagulho aê.
— Mas um bagulho que dá umas paradas quando tu toma?
— Não, ainda tô na mão do palhaço, depois das paradas de ontem. É um bagulho pra agitar umas paradas com uns brother.
— Responsa.
— Total.
— Açaí, açaí!
— Tu sabe que tu é sangue bom, né? Geral que diz.
— Geral curte tu também.
— Apesar daquele dia que tu chegou alucinando a porra toda.
— Foi sinistro, né?
— Mas geral entendeu a parada. Só aquele vacilão do Taturana embaçou.
— Pela saco.
— Mané.
— Total.
— O sanduíche natural!
— Porra, maior larica. Vou mandar um sanduba.
— Aê, pede dois, doido.
— Mermão, tá sinistro o sanduba.
— Curti também, sinistrão.
— Não, tô achando que ele tá meio sinistro, uma parada estranha no meio.
— Porra, o meu tá sinistro. Tem parada nenhuma. Tu tá boladão à toa.
— Aê, tem razão.
— Bota pra dentro.
— Maluco, vou pegar o bonde. Foi maneiro.
— Irado demais.
— Passa lá em casa, depois.
— Total.
— Óleo de bronzear. Olha o óleo!
* https://www.facebook.com/cartasdaguanabara
**Leia também as crônicas de Paris, escrita pelo mesmo autor, no livro Chéri à Paris www.cheriaparis.com.br

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