Marcelo D'Alencourt*
Os
dias passam na pandemia e não sabemos ou temos a menor ideia de onde iremos
parar. Nesses momentos olho pro espelho e vejo algo absolutamente diferente
nisso tudo: meu cabelo! Não lembro de, na vida, ter tido pelos tão longos. Acho
que a vez mais próxima foi aos 16 ou 17 anos quando fiz vestibular. Depois
disso os cortei sempre de dois em dois meses no máximo. Ah, e com a barba feita
também, no máximo, dia sim dia não...
Quanto comportamento! Fico pensando a
partir dos meus "pelos longos" atuais quantas coisas eu não podei
inconscientemente pra ficar bem com todos. Quantas coisas feitas mecanicamente
sabe-se lá por que... Ufa, nem me atrevo aqui a enumerar. De crônica viraria
romance tipo "Guerra e paz"! Bem, mas os longos cabelos (pena que
somente atrás e não na frente) são muito significativos. De volta ao espelho,
olho, reflito e penso nos inúmeros
marcelos que poderia ter sido...Me vem uma enorme sensação de profundo vazio
acompanhada de uma plena satisfação de ter chegado até aqui do jeito que foi.
Como diz o poeta, tínhamos de ter o direito a duas vidas, uma pra ensaiar e
outra pra viver. Mas, será que a vida do ensaio seria melhor?!? Please, um barbeiro urgente!!!!
*Do Clube de Leitura – CL 40
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