No tempo das árvores
Perdi folha e viço.
A imensidão dos dias
Desenraizou meus pensamentos.
Eu desaprendi a cor verde
E amarelei outonal
No vento forte
Que cobria o pasto.
Fui embora
E transmutei menino,
Desses que esmagam formigas
E depois choram.
Cresci horizontalmente
E desviei na curva;
Quando notei,
Meu corpo carne
Já não existia mais no espaço,
Era de árvore meu cansaço,
Pendi pra semente
Mais que raiz,
Fui nascer de novo
Um pouco
Muito
Em pedaços.
Fabiana Motta

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