Martha Lemos
Pensei
em iniciar esse texto com uma contribuição crítica criativa sobre a era das
lives. Desisti imediatamente por pura falta de habilidade ou material de
pesquisa. Um cansaço nada participativo me tomou de assalto. Qual o sentido de tudo
isso?
Dialética.
Outro
dia me preparei toda para um momento considerado célebre nessa era das lives
sem fim.
Um
encontro virtual sobre a conjuntura atual e o "esperançar freiriano como
verbo". Diante do cenário desértico em que se encontra a educação brasileira
esse seria um instante de oásis, um daqueles respiros necessários. Qual foi a
surpresa... Tudo planejado, convidados e mediadoras presentes, público
conectado. Falhas na transmissão do som, desde as boas vindas, impediram o
acompanhamento.
Frustração.
A
educação popular e seu maior ícone silenciados momentaneamente, na mesma semana
da saída triunfal e ruidosa do representante do ministério da educação. Nada
mais simbólico, sintomático e sistêmico que os fatos.
Mesmo
com o contratempo, a conversa seguiu mediada no canal da web, a gravação
completa e sem interferências no áudio foi disponibilizada posteriormente. A
voz plural, autônoma, potente da educação solidária foi recuperada. As
inspirações por um projeto político educacional que visa uma sociedade mais
justa, dialógica e democrática se fez tangível novamente.
Respiro.
Vivencio
uma pequena epifania ao contemplar o encontro virtual dois dias depois de sua
realização. Um sorriso tímido brota no canto esquerdo da boca ao relembrar o
final do título da live: "(novo) normal ou inédito viável?"

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