Daniel Cariello
- Opa, boa noite, pessoal. Tudo
bem? Antes de mais nada, queria agradecer às dez… às onze pessoas que entraram
na nossa live. Valeu, Rubens, firmeza total! Regininha, você veio mesmo! Paty,
gratidão! Mãe, saudade! Eu sei, mãe, você aparece e eu nem telefono, vou ligar
mais tarde, tá? Sim, prometo. Juro, juro, já disse que juro! Agora preciso
continuar aqui, ok? Ligo às 9. Da noite. Isso. Sem falta. Bom, bora lá, gente,
pra aquela nossa conversa que já virou tradição, dia sim e dia não, só não tem
no domingão. Hoje, tenho o prazer de receber o João da Silva, um mestre nesse
assunto no qual cada vez mais pessoas vêm se especializando. Vou deixar que ele
se apresente e conte mais pra gente. Diga aí, João.
- Olá. Eu sou o João da Silva…
- …
- …
- Que mais?
- Bom, tem um Souza também.
João da Silva e Souza. Mas eu não uso muito o Souza, não. Prefiro João da Silva
apenas. Se preferir, pode me chamar só de Jão.
- Então conta, Jão. Você faz o
quê?
- Eu? Nada.
- Nada?
- Nadinha mesmo.
- Já tem tempo?
- Olha, tem um tempão, nem
lembro mais quando começou.
- Mas o que você sente quando
está fazendo nada, Jão?
- Patavina.
- Interessante,
interessantíssimo.
- Você acha?
- Acho, muito. É o mais próximo
que podemos chegar do absoluto. O tudo e o nada. O cheio e o vazio. O claro e o
escuro. São duas faces de uma mesma moeda.
- Ah é?
- Claro, claro! Aproveitando
essa deixa, Jão, revela agora pra todo mundo que está acompanhando nossa live e
não aguenta mais de ansiedade: você é especialista em quê?
- Em coisa nenhuma. Não sei nada
de assunto algum.
- E foi difícil chegar aí?
- Aí, onde?
- Aí, nesse ponto, especialista
em coisa nenhuma.
- Bem, quando vi, já tava.
- Incrível, o trabalho de toda
uma vida de zero dedicação. Jão, chegou uma pergunta aqui no chat: o Tavito tá
querendo saber se você tem algum projeto de divulgação dessas ideias.
- Tem projeto não. Meu plano
mais complexo é decidir se vou comer goiabada ou mariola de sobremesa.
- Que simplicidade, que
sinceridade, Jão! É disso que o mundo precisa.
- De mariola?
- Não, de gente como você.
- É mesmo?
- É, sim, claro que é.
- Tá bom, então.
- Bom, Jão, o papo tá muito
bacana, mas chegou a hora de terminar. Quero agradecer sua presença em nome dos
oito… agora dos sete internautas que nos acompanharam até aqui nessa live. Tamo
junto, Hugo! Beijoca, Selma! Eu sei, mãe, não esqueci, ligo daqui a pouco, tá?
Às 9h, como tinha dito. Bom, aproveito pra convidar todo mundo para a próxima
rodada dessa conversa que já virou tradição, dia sim e dia não, só não tem no
domingão. O convidado é José Costa, o Zeco, grande especialista em literatura
produzida por ex-BBBs, esse assunto tão intrigante. E antes de encerrarmos,
Jão, você quer dizer mais alguma coisa?
- Nada.
- Que cabeça, meus amigos, que
cabeça!
--
Esse texto faz parte da série
"Crônicas isoladas", que continuará durante a quarentena (que teima
em não terminar).

Nenhum comentário:
Postar um comentário