Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira
O outro lado da moeda –
continuação
Impérios
se formaram, alguns, efemeramente, outros, mais duradouros, numa luta
permanente, entre si, onde decisões eram tomadas por reis, imperadores,
tiranos, e outros titulares de um poder absoluto, cabendo às suas populações,
somente, a obediência àquelas decisões. O suprimento dos meios de sobrevivência,
dos que não participavam do poder, era determinado conforme julgamento de suas
necessidades, pelos governantes, nunca por solicitações ou exigências de quem,
deles, dependia, cujas aspirações nem eram ouvidas, nem sentidas.
Séculos
se passaram e a estrutura do poder pouco se alterou. O absolutismo, resultado
de um processo histórico da formação dos Estados, criou formas de se sustentar,
da mesma maneira como, atualmente, é feito no “Estado Democrático” ou no”
Estado Ditatorial”, para que o poder continue nas mãos dos que, lá, estão...
Pensadores,
filósofos, ideólogos, emergiram nas culturas da antiguidade e nas modernas,
procurando analisar, criticar e encontrar perspectivas para o bem-estar da
humanidade, com propostas de criação de novas estruturas
político-administrativas, sendo ,até hoje, celebrizados, o trio grego,
Sócrates, Platão e Aristóteles. Ainda que, todos eles elitistas, tenham sido os
primeiros a valorizar o conhecimento e a educação como instrumento de mudanças
na estrutura do poder, lembremos que foi com eles, há mais de 300 anos A.C. que
ouvimos discursos sobre moral e ética, democracia, vida e felicidade, e que, já
naqueles idos, filósofos pré e pós – socráticos amadureciam ideias que
fundamentariam as ideologias e a política modernas. Platão nos deixou sua
“Utopia”, Aristóteles, o seu Liceu, onde ensinava a uma juventude rica o uso da
lógica, (uma de suas maiores contribuições ao desenvolvimento da pesquisa, da
cultura e do conhecimento científico) e as mais diversas matérias, que
procuravam explicar o universo e seu destino.
Não
obstante, o pensamento e o ensino filosóficos não produziram a pacificação
entre os povos, que continuaram a dividir o mundo entre vencedores e vencidos,
conquistadores e conquistados, saqueadores e saqueados, dominadores e
dominados, “desenvolvidos’ e “subdesenvolvidos”. As guerras continuaram, e, até
de “santas”,