segunda-feira, 30 de setembro de 2013

DEMOCRACIA PRAGMÁTICA.



Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira
            
                    Há 2.520 anos, a Democracia, como sistema de poder, foi instituída em Atenas, como opção ao regime tirânico, existente no mundo conhecido daquela época. Todos nós sabemos que democracia quer dizer governo do povo. Mas, também se sabe, que, para ser do povo, sua primeira característica é a participação popular nas decisões do poder governante, algo que vem sendo alvo de crítica desde Atenas até hoje... Em Atenas, além de existir a escravatura, incompatível com outra característica da democracia – a liberdade, os que tinham direito a voto no seu regime de participação direta, eram uma minoria, excludente de determinadas classes (inclusive das mulheres), que dava direito às críticas acerbas dos sofistas; atualmente, após esses dois e meio milênios, com a evolução para a participação popular representativa, nos poderes executivo e legislativo, através do voto secreto, as críticas não mudaram, pois os representantes, mesmo sendo votados por todos os eleitores (quando o voto é obrigatório), são escolhidos por uma minoria, filiada aos partidos políticos existentes... Ainda assim, a democracia tem progredido, ao serem reconhecidos seus méritos, passadas centenas de décadas, pela Inglaterra (Revolução inglesa), Independência dos EE.UU. e Revolução Francesa, e nas lutas pela liberdade, mormente na África do Sul e América Latina... Ora, vê-se, então, que não existe uma democracia pronta e acabada, ela, como fruto do pensamento humano, o acompanha na procura de tornar os sistemas de poder, cada vez mais representativos do povo, a serviço do povo, respeitando os princípios da liberdade e igualdade nas suas leis e no cumprimento dessas leis. Vejamos, agora, como se comporta a democracia em nosso Brasil, quanto à representatividade popular, no Poderes, Executivo e Legislativo.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

TEU SILÊNCIO


Isaias Coelho Marques

Teu silêncio me diz
dos segredos que nunca contaste

Haverá uma grande loucura?
Um grande êxtase?
Um amor perdido?

Teu silêncio paira
sobre nossos corpos.
Abre minha garganta
o teu silêncio,
para que eu te diga
asneiras, grossuras apelos.

Teu silêncio fala de mortos,
de sonhos de terror.

Teu silêncio é minha aflição.

Teu silêncio, por fim
e por vingança minha,
vem morrer na ponta
de meus dedos

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

“JURISTAS DO FACEBOOK”


Manoel Andante
                Essa discussão, surgida, repentinamente, com o julgamento do chamado mensalão, deu-me a vontade de repetir, na minha querida Faculdade de Direito da Universidade do Ceará, o Curso de Ciências Jurídicas e Sociais, para reaprender a Teoria Geral do Estado, e, assim, poder entender o que os "juristas" do Facebook pretendem dizer com palavras, como "Democracia", "Estado Democrático de Direito", "Governo democrático" e outras mais, cujos sentidos, para mim, parecem sem sentido, a não ser que seus conceitos tenham mudado, convenientemente, para o gáudio de quem as empregam... Aliás, haverá diferença entre "Estado democrático de direito"... e "Estado democrático de fato"? ou entre democracia de direito e democracia de fato? Haverá leis injustas, ultrapassadas, e, por isso mesmo, caducas, ou seguiremos a máxima milenar "dura lex sed lex"? Porque, se o direito evolui, é para ser mais justo, nunca para proteger os bandidos, os malfeitores, e, fundamentalmente, os que desrespeitam os seus principais objetos: o homem e a sociedade
                Aguardo esclarecimentos urgentes, que me poupem de repetir os meus estudos, terminados em 1955... Obrigado!

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Pérolas da Tia Corina

           


               Na época em que o Lula, Deputado constituinte, defendia submeter-se o texto constitucional a um "referendum" popular, um jovem repórter perguntou: “E que reverendo popular é esse, Deputado?”.
              No dia seguinte, em seu comentário no JN, Alexandre Garcia respondeu: "Reverendo popular, caro repórter, é o Padre Cícero”.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O “CAUSO” DO “BATIZADO” DO VELHO CAMINHÃO




Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira
             
                  Esse aconteceu no Teso Duro. Tio Vaz (Des. Joaquim Vaz da Costa) resolveu utilizar o barro de uma área, cercada, no Poty Velho, aonde colocava seu gado leiteiro para se alimentar de capim canarana, ali, abundante, para instalar uma pequena olaria, no verão, quando as lagoas daquela região secavam, dando oportunidade de trabalho de trabalho para os moradores locais, com a produção de tijolos, “assados” no local. Vendia o produto para compradores da cidade, levado em um carro velho, adquirido para tal afazer...
                Tia Santa, sua esposa, de uma religiosidade reconhecida por todos os que a conheciam, achou por bem convidar o Pe. José Luís (o título de Monsenhor veio posteriormente, vigário da Igreja de são Benedito e da capela do Memorare, próxima ao sítio, para “benzer” aquela velharia, inclusive com uma comemoração, regada a suco de frutas, com doces e salgadinhos, quitutes cujo sabor era elogiado por quantos tiveram a ventura de prová-los... Aceito o convite de pronto, na data marcada chega o saudoso padre, com sacristão e paramentos, pra efetuar o ato religioso da bênção do caminhão transportador de tijolos.
                Tia Santa, sentindo falta do esposo, caminhou pelo pequeno trajeto que levava as pessoas, do portão, à beira da estrada, até o casarão da família, gritando por Tio Vaz: “Quincas (apelido de Joaquim), está na hora do “batismo”, Pe. José Luís está esperando, só falta você!” Sempre me pareceu ser, meu tio, um perfeito agnóstico, nascido para praticar o bem e amar o próximo, mas, que não titubeava em obedecer à esposa amada, principalmente pra atender à sua prática religiosa.
                E lá vem ele, vestindo seu paletó de andar na cidade, procurando ficar ao lado de sua mulher, quando, ao ver seu velho veículo todo engalanado para a cerimônia, exclama: “Pe. José Luís, eu digo, não seria melhor, em vez de batismo, dar, a esse velho se acabando, a extrema unção?”. O padre teve que esperar o acesso de risos e gargalhadas dos espectadores e convidados, inclusive, dele próprio, para abençoar o velho caminhão. E, parece que valeu, pois nunca tive notícias de qualquer desastre ocorrido com ele... 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

VAIDADE, POEIRA E VENTO.



A. J. de O. Monteiro
              Hoje conclui a leitura do livro “VAIDADE, POEIRA E VENTO”, de autoria do piauiense Cláudio Said. O livro foi a mim presenteado pelo amigo Manoel Emílio (isso já é sintoma de que a obra tem qualidade).
                Certo dia, Manoel liga pra mim e me convida para ir a sua casa tomar uma cachaça mineira. Logo que sentei, ele me estende um livro, dizendo: "Monteiro, leia a última página desse livro". O que fiz com estranhamento, é claro. O que o meu amigo quis foi mostrar a coincidência entre o final do livro e o final de uma “estória” que publiquei aqui no Brogue da Tia Corina, sob o título “Tanto Amor... Tanto Mar...”. Não vou mencionar tal coincidência, para não bancar o “estraga prazer”.
                O livro me encantou. O autor, com fluidez e domínio do tema, faz uma mixagem entre a realidade que pesquisou e a sua imaginação, romanceando a rica história de vida de Lampião, o “rei do cangaço”, entrelaçada com a história de Zé Limeira, o “poeta do absurdo” e, em menor presença, Pe. Cícero e políticos contemporâneos interagindo entre eles e os personagens ficcionais. Quem quiser descobrir o que é real, e o que é ficção, o autor indica as fontes de sua pesquisa.
             A habilidade narrativa do escritor nos transporta pelo nordeste do início do século passado, através das cidades e matas que serviram de cenários para as pelejas de balas entre Lampião e as volantes policiais e as pelejas de palavras entre Zé Limeira e outros cantadores famosos. Nessas toadas nos apresenta aos homens e mulheres do sertão daquela época, com seus hábitos e costumes; com seus pudores e despudores; com suas virtudes e seus pecados. Tudo isso ele nos oferece através das reminiscências de um velho pároco que, fechando o balanço da vida, faz uma velada mas pertinente crítica aos grandes atores da época: a igreja, o governo, a política do coronelismo e à sociedade em si mesma, ao mesmo tempo puritana e devassa.
             Gostei e recomendo.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

ALMA GÊMEA




Isaias Coelho marques

Não tenhas medo
do medo de existir.
Encontraremos em alguns;
em outros tantos, não.
Voamos baixo,
Entre latitudes alheias,
à nossa vontade.

Guiamo-nos à toa,
donos de verdades inconfessas.

A ti, alma gêmea,
que não vejo nem pressinto,
não cabe espanto.
Existirão sempre certezas miúdas,
capazes de alturas abissais.

domingo, 8 de setembro de 2013

BOTÃO DO PÂNICO


Manoel Emílio Burlamaqui de Oliveira
                Há uns dois ou três dias que assisto reportagens sobre mais uma medida de proteção às mulheres, ameaçadas, perseguidas, violentadas, por MARIDOS, COMPANHEIROS, e outros que tais, necessitadas de providências urgentes que evitem, flagrem, impeçam, a violência a que estão submetidas, absurdamente, por machões, que se julgam superiores e donos de pessoas (ou coisas?) que, segundo sua imbecilidade, nasceram para lhes servir, na cama, na cozinha, na mesa, na lavanderia, enquanto estiverem vivos!
                É o tal botão do pânico, que deverá ser usado pelas vítimas, sempre que ameaçadas, e que alertará à Segurança que algo está acontecendo, permitindo a presença da polícia, em poucos instantes, no local informado pelo próprio aparelho protetor. Parabéns ao País por essa medida cautelar, mais que justa, fazendo com que a Lei Maria da Penha se torne melhor executada em nossa Capital e Estado.
                Entretanto, indago-me, e aos que me leem e aos taxistas, que tal estender esse botão salvador às agências bancárias, às casas comerciais, aos postos de gasolina, e outros estabelecimentos, da preferência dos assaltantes e assassinos, que agem, diariamente por essa Teresina afora? E aos taxistas, que não sabem mais o que fazer para viverem em paz? E às empregadas domésticas, que perdem seus celulares, seus vales-transportes (só ao redor de minha residência foram assaltadas umas cinco, inclusive a que trabalha conosco) E a nós caminhantes da madrugada, por necessidade da nossa circulação sanguínea? E, por fim, a cada família, possuidora, ou não, de carro, que reza para não ser a próxima vítima dessa violência que nos invade, a nossa privacidade, a nossa paz e nos torna uma comunidade sobressaltada?
                Vamos pedir implorar, exigir, que o privilégio, dado às infelizes mal-amadas, nos seja, também, concedido, para que, pelo menos, um pouco do sentimento de segurança nos penetre!

Comentários do “faceboock”
Marilia Cunha Triste...
Ana Emília Lago Pires Meu caro afinal todos estamos correndo risco. muita violência. Mas penso q só teremos um pouco de paz qdo diminuir-se a desigualdade... A paz só existe onde há justiça
Manoel Andante verdade Ana, o que escrevi foi uma gozação a esse sistema jurídico, policial e politiqueiro que assola nosso Brasil: discursos, entrevistas, promessas, dirigidos aos inconscientes e inocentes úteis, com má ou boa fé, mas, plenamente, inconsequentes!

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Pérolas da Tia Corina
Rei Ricardo 3º tinha lombriga, dizem pesquisadores.
                Pesquisadores britânicos das universidades de Leicester e Cambridge publicam hoje na revista médica "Lancet" que os restos mortais do rei têm ovos de lombriga (Ascaris lumbricoides) na região sacral, onde os intestinos já estiveram.(Folha de São Paulo/Ciência)

quarta-feira, 4 de setembro de 2013











Pérolas da Tia Corina
Monitoramos os outros países "para entender melhor o mundo", diz Obama.
Já instituíram o Prêmio Nobel de Cinismo? Se já, tai o candidato.